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Eu faria assim: Filme de ficção científica - O Devorador de Ossos - Capítulo 4 - Parte 1

O cansaço e o stress de Mark começam a ameaçar o Projeto Explorer
                                                                                                                           
O cockpit está tranquilo e Mark está concentrado e em silêncio. Ele respira fundo e tira as mãos do manche de comando para relaxá-las, fazendo movimentos com os dedos e depois olhando as mãos abertas e tentado mantê-las estáticas. Porém, uma leve tremedeira se inicia e ele rapidamente cerra os punhos para evitar que alguém da cabine de comando perceba. A verdade é que o sumiço de Sibelle tem tirado seu sono e a falta de repouso adequado parece estar começando a mostrar seus efeitos. A ansiedade para saber do paradeiro de sua esposa está claramente afetando seu trabalho e isso o faz refletir até que ponto sua escolha de priorizar a carreira em detrimento de sua relação com Sibelle foi acertada. No entanto, antes que ele divague ainda mais, uma voz no rádio interrompe sua linha de pensamento:
- Cabine de comando para Mark, a Interceptor já entrou na órbita terrestre e na rota de aproximação com a Pioneer. Favor iniciar os preparativos para o procedimento de acoplamento manual.
Mark ergue a cabeça rapidamente e responde enquanto coloca a mão direita no manche de comando e pressiona uma série de botões com a mão esquerda:
- Entendido, cabine de comando. Iniciando preparativos.
Enquanto Mark se prepara, na sala de controle, a equipe do projeto explorer observa atentamente os monitores que mostram a imagem de aproximação das duas naves e os dados de telemetria. O chefe de operação, que está em contato direto com Mark pelo rádio, está sentado com os cotovelos apoiados na mesa de controle e balançando o pé direito de uma forma que denota seu nervosismo.  A apreensão na sala é então interrompida pela abertura da porta e entrada de Peter que, olhando para os monitores, fala em um tom baixo para não tirar a concentração da equipe:
- E então, como estamos?
O chefe de operação olha para Peter e responde:
- Mark está para iniciar o procedimento de acoplamento manual da Interceptor com a Pioneer. O senhor gostaria de dizer alguma coisa para ele?
Peter faz uma careta e um sinal negativo com a cabeça enquanto responde:
- Não, por favor continuem e finjam que nem estou aqui. Vou observar de um canto e tentar não atrapalhar.
Depois que ele se afasta e se encosta em uma parede da sala de comando, o chefe volta seu olhar para os monitores e retoma a comunicação com Mark:
- Entrando na aproximação final, Mark, contagem regressiva para você assumir o comando para o acoplamento. Pronto?
Depois de alguns segundos, a resposta chega com uma voz um tanto trêmula de Mark:
- Ok.
O chefe então começa a contagem regressiva em voz alta enquanto levanta sua mão esquerda:
- 3, 2, 1, desativando piloto automático.
Ele então abaixa sua mão esquerda sinalizando para a equipe de controle iniciar o procedimento. Assim que Mark assume o comando da Interceptor, a trajetória da nave no monitor sofre uma variação que demonstra um pequeno deslize. Porém, logo em seguida, Mark consegue retomar a trajetória esperada e diz:
- Desculpe, pessoal, senti uma certa instabilidade nos comandos, mas já me adaptei.
Um dos monitores da sala de comando mostra a aproximação entre as duas espaçonaves com a projeção em formato de cone da trajetória esperada para o acoplamento com sucesso. Já Mark tem a visão da aproximação da Pioneer e da área de acoplamento que está localizada em seu casco posterior.
O chefe de operação acompanha o procedimento e dá uma atualização para tentar encorajar Mark:
- Muito bem Mark, mantenha a trajetória desta maneira e lembre-se de acionar os propulsores de desaceleração.
O silêncio na sala de comando é absoluto enquanto os monitores mostram as naves se aproximando cada vez mais. De repente, um alarme é acionado e a mensagem de “Velocidade acima do esperado” é apresentada na tela. Imediatamente o chefe se comunica com Mark:
- A velocidade está crítica Mark, hora de acionar os retropropulsores, câmbio.
Porém, a telemetria mostra que Mark não obedece o comando e o chefe insiste:
- Mark, na escuta? Tudo bem?
A resposta vem alguns segundos depois:
- Tudo bem, podem ficar tranquilos, eu sei o que estou fazendo. Acionando agora os retropropulsores.
O chefe faz uma careta e começa a coçar a cabeça enquanto visualiza o alarme e começa a pensar no pior. No entanto, o que parecia ser ruim fica ainda pior depois que a trajetória da Interceptor se torna instável. O monitor mostra a nave saindo da projeção adequada e o chefe fala com Mark:
- Mark, a Interceptor saiu da trajetória adequada e ainda está muito rápida, o que está acontecendo?
A voz de Mark ao responder mostra seu nervosismo e impaciência:
- Eu acionei os propulsores para desacelerar e a Interceptor ficou instável… estou tentando ajustar a trajetória…
A imagem nos monitores mostra que dificilmente Mark conseguirá estabilizar a Interceptor a tempo. O chefe resolve intervir mais uma vez:
- Abortar acoplamento Mark, ou você irá colidir com a Pioneer!
A resposta de Mark é seca:
- Nada disso, eu vou conseguir.
O chefe então dá uma olhada para Peter que está escondido num canto da sala, mas a resposta vem com um levantar de ombros que dá a entender que ele não irá interferir. Os segundos se passam e um novo alarme dispara avisando sobre a colisão iminente. O chefe de operação faz um último apelo pelo rádio:
- Mark, última chance, por favor aborte o acoplamento!
Desta vez Mark nem responde e os alertas ficam mais intensos. A aproximação final mostrada nos monitores confirma a colisão inevitável e, em poucos segundos, ela acontece. Os alarmes param de soar e o silêncio absoluto volta a tomar conta da sala. O chefe de operação remove com raiva o comunicador e o joga na mesa de comando, se levantando para caminhar na sala.
Logo em seguida, os monitores mostram a frase “Simulação mal-sucedida” e o silêncio da sala é interrompido pela voz de Mark que diz:
- Desculpe pessoal, eu achei que desta vez conseguiria. Acontece que a Interceptor está ficando instável após o acionamento dos propulsores de desaceleração e eu tentei esperar até o último momento para ligá-los.
O chefe de operações se aproxima de Peter e sussurra:
- O que está realmente instável é o Mark. Ele sempre foi teimoso, mas geralmente ele está certo e nós precisamos engolir isso. Já estamos aqui há mais de 7 horas e fizemos dezenas de simulações sem sucesso.
Peter coloca a mão no ombro do chefe e diz:
- Calma, ele está passando por alguns problemas pessoais, mas você conhece ele. Não vai descansar enquanto não conseguir esse acoplamento manual.
Logo depois, mais uma vez a voz de Mark quebra o silêncio:
- Estou pronto, vamos tentar novamente.
O chefe respira fundo e abaixa a cabeça num sinal de cansaço. Peter então fala para ele:
- Eu vou descer lá para conversar com Mark, por ficar tranquilo.
Peter deixa a sala de comando e segue em direção ao simulador. Enquanto isso, Mark está impaciente no cockpit aguardando uma resposta da sala de controle. Porém, antes que ele possa cobrar novamente pelo rádio, a porta do simulador se abre e revela a figura de Peter. Ele olha para Mark, que está claramente abatido e estressado, e diz:
- Mark, nós sabemos que você quer acertar esse acoplamento, mas a equipe precisa de um descanso. E, claramente, você também…
Mark dá uma baforada impaciente e, removendo seu capacete, responde:
- O problema é que não temos tempo, chefe.
Peter dá um sorriso e diz:
- Nós vamos arranjar tempo. Vamos, saia daí que eu tenho novidades sobre a Sibelle.
Este argumento final parece ter convencido e aguçado a curiosidade de Mark que se desafivela rapidamente do cockpit e desce a escada que dá acesso à cabine do simulador. Depois de secar parte do suor que escorria no rosto vindo de seus cabelos encharcados, ele fala:
-  E então, o que você descobriu?
Peter cruza os braços e responde:
- Infelizmente não descobri muito, mas um amigo meu que é um militar de alta patente disse que realmente existe uma missão ultra-secreta em andamento. Parece que é algo grande, pois somente os participantes e a alta cúpula da Casa Branca estão informados. A única coisa que consegui descobrir é que a equipe da qual Sibelle faz parte foi enviada para a Antártica.
Mark faz uma cara de espanto e sente um misto de alívio ao saber que Sibelle está realmente em uma missão e de medo por não saber sobre o que se trata. Antes que ele responda, Peter conclui:
- Ele disse que irá me avisar se tiver alguma novidade. Enquanto isso, trate de descansar um pouco e tente relaxar. Sibelle está bem.
Mark respira fundo e dá um leve sorriso antes de responder:
- Muito obrigado, Peter. Fico te devendo essa. E pode deixar que irei pegar leve com o pessoal.
Peter dá uma gargalhada e, depois de dar um tapa nas costas de Mark, se retira do ambiente. A expressão de Mark mais uma vez fica fechada e, apesar de feliz em ter alguma notícia de Sibelle, ele fica curioso em saber mais sobre essa missão tão secreta e misteriosa na Antártica.

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