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No NetFlix:Tick, tick...boom!(2021)

Em um filme que tinha tudo para ser um ego trip bem chatinho, a história de um produtor musical e a sua primeira peça fala sobre ansiedade, medo, arte e a vida. Tudo centrado no aniversário de 30 anos do protagonista. Confira porque vale a pena assistir esse que foi indicado para um Oscar na crítica abaixo.


Sobre fazer acontecer e deixar acontecer...


Nota IMDb: 7,5 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Tick, tick... BOOM!
Ano de Lançamento: 2021
Diretor: Jonathan Larson(pelo o roteiro do seu musical) e Steven Levenson(conhecido pelo Querido Evan Hansen(2021) e Masters of Sex(2014-2016), além de Fosse/Verdon)
Estrelas: Andrew Garfield(o menino que Hollywood não simpatiza, por mais que ele se esforce, aqui é Jonathan Larson), Alexandra Shipp(como a linda e um pouco confusa Susan), Robin de Jesus(alguém que reparou que poderia ser melhor tentando outra coisa relacionada à Criatividade, aqui sendo o Michael), Vanessa Hudgens(como a bela Karessa), Judith Light(como a divertida produtora Rosa Stevens),Bradley Whitford(como o "famoso"Stephen Sondheim), entre outras estrelas.
Crítica: Dissonantbr

1990, ainda mais hoje em dia, foi um ano que quase não seria exagero dizer que era outro mundo. A AIDS assustava a todos, a URSS tinha já seus sinais finais de fim de um império, a economia e a internet ainda patinavam, mas a arte nos EUA viviam uma profunda revolução para provavelmente se livrar finalmente dos anos 70. E é nesse contexto que Jonathan Larson percebia que ele tinha que fazer algo relevante da sua vida, algo que saísse da mesmice da Broadway. E diretamente ou não, ele via o aniversário de 30 anos como aquele ponto que ele tentaria todas as suas economias e mais além para sua primeira grande peça musical chamada Superbia. 

E sim, é uma ode aos intrépidos que decidem fazer arte, mesmo existindo meios muitos mais "fáceis" de ganhar dinheiro, como a própria Publicidade, há uma discussão interessante sobre Criatividade e propósito, que particularmente é bem o que vivemos atualmente. Mesmo assim, mesmo com muito esforço, tentar algo daquele jeito, além do medo de fracasso, em um formato tão diferente do que se via nos "showbiz", tudo era um risco que pouquíssima gente iria topar financiar.

Mas o filme vai mais além. Fala sobre escolhas, resiliência, obsessão e a intima relação com o medo, inclusive existencial, claro, tudo muito bem costurado por uma ágil direção de Lin-Manuel Miranda, deixando a cruel vontade de conhecer o musical que é a coluna dorsal do roteiro complementado por Steven Levenson. 

E para mais uma grande exceção à aversão de musicais, aqui pesam grandes atuações de Alexandra Shipp como a que sofre com a indecisão Susan, Robin de Jesus como o amigo que decidiu pela carreira publicitária como Michael e, claro, Andrew Garfield que encontra aqui mais um tour de force com o grande mérito de transmitir a ansiedade do personagem. Tudo com aquela mão de Miranda na direção e até a escolha de alguns efeitos especiais para dar aquela sensação boa de um ótima peça de teatro.

E o roteiro tem uma pérola interessante em sua construção. Um sentimento compartilhado por muitos que assistiram, a parte inicial do filme parece patinar muito sobre sonhos e desejos quase adolescentes até um momento que algo acontece e dali pra frente, não só o que Jon produz ganha um real sentido, mas o filme , pós boom, ganha outra importância.  Todo aquele trabalho, dos 8 últimos anos, ironicamente se tornam em algo muito maior e aí vemos parte do legado de Jon, o qual acaba sendo um dos grandes justamente da Broadway. Como tudo aquilo era incompleto.

Resumindo, o que temia ser um grande ego trip da para a indústria audiovisual acaba superando essa limitação se mostrando algo bem mais universal e que conversa com outros filmes indicados como A Pior Pessoa do Mundo(com critica aqui) e de certa forma também com o Drive My Car(que também tem crítica aqui :)). E até o longínquo 8 Mile: Rua das Ilusões(2002). Fala não só com jovens, mas com todos que tem sonhos e a importância de tê-los como norte. Vale conferir. Mais uma rara exceção a minha aversão de musicais. Quem diria! Disponível na NetFlix.




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