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Série da vez: Ruptura - Primeira Temporada (2022)

   

Um seriado que surpreende com sua premissa interessante e pela maneira inovadora e perspicaz que a explora

                                                                                                                                        

Nota IMDb: 8,6 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Severance
Criadores: Dan Erickson
Estrelas: Adam Scott, Zach Cherry, Britt Lower
Crítica: Michael

Já pensou se fosse possível separar completamente sua vida profissional da pessoal? Que empresa não gostaria de ter seus funcionários totalmente focados no trabalho e sem nenhuma influência dos seus problemas em casa afetando seu desempenho? Este novo seriado original da Apple TV Plus explora esta interessante premissa de uma maneira muito inovadora e perspicaz, trazendo um dos melhores enredos dos últimos tempos e apresentando temas relevantes e polêmicos.

O nome ruptura se refere a um procedimento de implante de um chip no cérebro da pessoa que faz com que sua mente possa ser chaveada quando ela entra no ambiente de trabalho, dando "vida" a uma nova pessoa que nasce neste ambiente e não compartilha nenhuma das memórias anteriores até chegar ali. Seria como uma amnésia seletiva acionada quando ela entra e sai do trabalho. Para quem entra, é como se nenhum tempo tivesse passado... para quem está no trabalho, é como se nunca saísse de lá. Esse conceito abre inúmeras possibilidades que o seriado explora de maneira muito inteligente. Uma delas é o fato de a pessoa do trabalho poder ser moldada da forma que a empresa quiser, inclusive de maneiras que normalmente não seriam aceitas. No caso em questão, a megaempresa Lumon, criadora do procedimento, é retratada quase como uma seita ou religião, com direito a um "manual de comportamento" e a uma figura de guru como líder. A própria forma como o ambiente de trabalho é visualmente construída faz referência às décadas de 50 e 60 e reforça a figura de uma empresa tradicional e opressora. O seriado aborda também outros temas polêmicos como se a sexualidade seria diferente entre a figura externa e interna e também no impacto que teria a pessoa interna descobrir alguns fatos sobre seu eu exterior, além é claro da questão sociológica e a resistência que um procedimento de ruptura geraria. Em seus nove episódios, a primeira temporada explora vários aspectos desta premissa tão interessante sem esticar ou correr demais, deixando excelentes pontas abertas para uma segunda temporada que já foi confirmada.

O elenco é uma parte fundamental deste sucesso e o principal destaque vai para Adam Scott como o protagonista Mark que escolheu fazer a ruptura para ajudar a lidar com a perda precoce da sua esposa. Apesar de continuar trazendo sua pegada de "cara normal e engraçado", ele surpreende com enorme desenvoltura nos momentos de maior dramaticidade e convence no papel de esposo em luto. Outro destaque vai para Brittl Lower como a novata Helly R., encantando com sua beleza e perspicácia. Também devemos aplaudir a presença marcante de Patricia Arquete no papel de chefe extremamente fria, calculista e dedicada à seita representada pela empresa. Mas sem dúvidas a maior surpresa é o nome de Ben Stiller como diretor de vários dos episódios. Seu trabalho por trás das câmeras mostra um talento enorme e um potencial promissor.

Temos então um seriado que pegou muitos de surpresa com sua premissa interessante e com a qualidade com que ela foi explorada. A recepção da crítica e do público têm sido excepcional e sem dúvidas recomendo esta série para todos aqueles que gostam de bons dramas, principalmente para aqueles que conhecem o mundo corporativo. Ainda existem grandes possibilidades e temas a serem explorados a partir do conceito apresentado, mas se o que vimos até aqui é apenas uma amostra do que está por vir eu mal posso esperar pela próxima temporada.

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