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Filme da vez:Drive My Car(2021)

Em um introspectivo filme que fala sobre felicidade, fidelidade, perda, sentido da vida e relacionamentos, esse concorrente que foi baseado em um conto do famoso escritor japonês Murakami, vem sendo uma grande aposta para o Oscar de melhor filme Estrangeiro. Confira qual é o contexto e porque virou um dos meus preferidos do ano na crítica abaixo.

Um carro, muitos caminhos...

Nota IMDb: 7,8(até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Doraibu mai kâ
Ano de Lançamento: 2022
Direção: Ryûsuku Hamaguchi(que também assina a adaptação de roteiro, as duas atividades que tem indicações pro Oscar 2022) 
Estrelas: Hidetoshi Nishijima(o em combustão Yûsuke Kafuku), Tôko Miura(a exemplar motorista Misaki Watari), Reika Kirishima(a linda esposa Oto Kafuku), Park Yu-rim(como a linda Lee Yoon-a), Ahn Hwitae(como o jovem ator e fundamental nessa história , Ryu Jeong-eui), entre outras estrelas
Crítica: Dissonantbr


Não vou mentir que sou mega fã de Murakami que tem farto material para adaptação de filmes... A observação afiada sobre solidão, felicidade e temas complicados como morte e vida povoam a obra desse excelente escritor. E justamente a adaptação de um conto de mesmo nome que abre a coletânea Homens Sem Mulheres, em um história de menos de 40 páginas e gera o mérito do diretor e roteirista que expande bem o mesmo.

Na história temos um ator/diretor de relativo sucesso, casado com uma linda atriz de personalidade forte, que tem um hábito de contar histórias logo depois do sexo ou no carro, casal o qual guarda o trauma de ter perdido uma filha, o que claramente eles não se recuperaram, e apesar da grande afetividade entre os dois, mesmo depois de vários anos, ele descobre que ela a trai. Contrariado e sem compreender o porquê disso, ele decide fazer o papel como ator de quem não sabe nada, e ela de que ele não desconfia. Contudo, acontecem coisas que não vamos fazer spoilers, ela morre de repente e aí sim temos os créditos iniciais do filme.

A transformação do protagonista Kafuku, agora diretor que faz uma adaptação do pesado conto russo Tio Vanya, na busca de montar o elenco, assim como analisar o que houve, tudo dentro da maior testemunha de tantos anos, o confiável Saab 900(que tem teto solar...chique no último!), do grande mistério da relação dele com a esposa e suas complexidades, começando com a questão de fidelidade e indo muito mais além. E tudo dentro da dinâmica da enigmática e super prática Misaki, que vê quase como uma analista o destilar das lembranças de Kafuku nas andanças e as passagens de texto da peça no carro com ela.

E sim, temos um clássico filme de longas falas, muitas sutilezas e texto fantasticamente afiado, mas pegando o conto e constatando com o que vemos, segundo entrevista com diretor e roteirista, Ryusue Hamaguchi, apesar de ter enviado o roteiro para o autor, Murakami seguiu a tradição de não interferência, o que deve ter sido uma senhora agonia até as primeiras críticas. E quem curtiu, de novo, vale muito a pena conhecer o conto original.

Resumindo, é um filme adulto sobre a complexidade das relações humanas, a vida, sonhos, mas também o que temos e muitas vezes não reconhecemos. A linda mensagem final, por si só, já valeria sem dúvida conhecer. Mas é toda uma jornada que justifica e nos faz provavelmente mais ricos ao final da projeção. No momento desse post, pode ficar disponível no serviço Mubi de streaming. Definitivamente o serviço vale pelos muito doidos filmes de arte, assim de grandes clássicos. 

PS:E no final do filme, como bem alertou meu amigo Ishida, a placa do veículo mudou, o que no Japão só acontece quando se muda onde o carro transita. 




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