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Filme da vez: Fale Comigo (2022)

   

Uma joia do terror independente que traz um roteiro carregado de metáforas interessantes e uma execução inteligente com boas atuações

                                                                                                                         

Nota IMDb: 7,3 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Talk to Me
Ano de Lançamento: 2022
Diretor: Danny Philippou, Michael Philippou
Estrelas: Ari McCarthy, Hamish Phillips, Kit Erhart-Bruce
Sinopse: Um grupo de amigos descobre uma mão embalsamada que lhes permite conjurar espíritos. Viciado na emoção, um deles vai longe demais e abre a porta para o mundo espiritual.
Crítica: Michael

O gênero de terror é um dos mais saturados do cinema e geralmente quando surge alguma ideia inovadora de sucesso ela vem de uma produção independente. Mas o sucesso faz com que ela seja explorada enquanto durar a paciência do espectador gerando franquias intermináveis como nos casos de 'A Bruxa de Blair' e 'Jogos Mortais'. Porém, é sempre um momento especial para os fãs do gênero quando esta premissa inicial é apresentada. Ainda é cedo para saber o que vai acontecer no futuro em relação à nova sensação do terror 'Fale Comigo', uma pequena produção australiana do estúdio A24, mas certamente este filme traz um conceito bem interessante para a temática da possessão por espíritos, principalmente por sua criativa metáfora sobre o perigo dos vícios e da depressão.

A trama mostra uma jovem chamada Mia que perdeu a mãe recentemente e acaba se envolvendo com um grupo de adolescentes que está brincando com um artefato misterioso que permite se comunicar com os espíritos dos mortos e ser possuído por eles, porém com o alerta de que se esta possessão durar muito tempo ela não poderá ser revertida. Esse artefato funciona então como uma metáfora para o vício, algo que gera prazer  rápido e criar no seu usuário uma vontade de sempre usar um pouco mais até que a droga tome posse de usuário. Claro que eles irão abusar deste poder e isso acaba trazendo graves consequências para Mia, afastando ela dos amigos e fazendo ela entrar em uma espiral descendente que afeta todos à sua volta e não permite que ela veja uma solução (outra interessante metáfora relacionada à depressão). A trama é muito bem montada e o filme tem um ritmo bom e com alguns sustos genuínos, com destaque para a prevalência dos efeitos práticos da excelente maquiagem. Porém, é preciso deixar o alerta de que o roteiro trata também de alguns temas bem pesados como suicídio.

O elenco é formado quase que totalmente por rostos desconhecidos, mas isso não diminui seu mérito. A excelente performance da protagonista Sophie Wilde com Mia é o grande diferencial do filme e mostra o enorme potencial desta jovem atriz que consegue navegar muito bem entre a emoção, o terror e o humor. Temos também a ótima atuação de Alexandra Jensen como a amiga de Mia, Jade, e de Joe Bird como o jovem Riley. Talvez o rosto mais conhecido seja o da atriz Miranda Otto no papel da mãe de Jade e de Riley e ela ajuda a dar um pouco mais de gravidade à trama que foca quase que totalmente nos adolescentes.

A ótima recepção da crítica e do público não são por acaso e estamos sim diante de uma nova joia do terror. Os fãs do gênero e principalmente do tema de possessão serão premiados com um roteiro criativo recheado de metáforas interessantes, executado de maneira muito inteligente e com um estilo de terror que usa mais efeitos práticos de maquiagem, desde que o espectador esteja preparada para algumas temáticas pesadas que são abordadas. Os seus criadores também foram inteligentes em deixar partes a serem expandidas (como a origem do artefato) e pontas para uma possível continuação, restando torcer para que se ela acontecer neste caso exista um cuidado maior para não saturar a premissa.

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