Filme da vez: Drácula Última Viagem do Demeter (2023)

  

Um filme de terror acima da média que consegue a façanha de transformar um capítulo de Drácula em uma história completa

                                                                                                                         

Nota IMDb: 6,2 (até o dia da postagem) (IMDb)

Título original: The Last Voyage of the Demeter

Ano de Lançamento: 2023

Diretor: André Øvredal

Estrelas: Corey Hawkins, Aisling Franciosi, Liam Cunningham

Sinopse: Baseado no livro "Drácula" de Bram Stoker, a história se passa a bordo do navio Demeter, onde uma tripulação condenada enfrenta eventos estranhos e aterrorizantes durante a viagem.

Crítica: Michael

Uma das grandes fontes de inspiração para os filmes são os livros e já vimos várias adaptações do romance 'Drácula'. Porém, uma coisa pouco comum é se adaptar apenas um capítulo de um livro e transformá-lo em um longa metragem. É justamente esta complicada tarefa que este filme tenta completar, mas será que ele consegue? Com uma pegada de 'Alien: O Oitavo Passageiro', mas com o penetra sendo o Drácula, ele se mostra um bom exemplar de terror graças a algumas decisões acertadas que o transformam em uma boa alternativa para os fãs do gênero.

O roteiro adapta um capítulo do romance 'Drácula' no qual o vampiro entra como carga em navio para viajar entre a Romênia e Londres, onde acaba aterrorizando a tripulação no trajeto e fazendo com que o navio chegue sem uma alma viva no seu destino final. O começo e final desta viagem são bem conhecidos por quem já leu o livro ou viu alguma adaptação como a de 1992, 'Drácula de Bram Stoker', então cabe a este filme tentar preencher o que acontece durante ela de maneira a construir uma história interessante. E ele faz isso se inspirando em um dos maiores clássicos de terror e ficção: 'Alien: O Oitavo Passageiro'. Com as devidas adaptações, o filme usa a mesma tática de revelar aos poucos a criatura e apostar mais no suspense e na tensão da tripulação sendo caçada até o momento do confronto final. Outra similaridade é no fato de apostar mais nos efeitos práticos e deixar os efeitos digitais apenas para o necessário, com destaque para o design bem mais monstruoso do Drácula que foge de suas adaptações mais romantizadas. A boa qualidade de produção e dos cenários também ajudam a criar o clima de suspense e tensão necessários e o filme tem um bom ritmo.

Não temos rostos muito conhecidos, mas isso também foi outra decisão correta para que o filme conseguisse destacar melhor a criatura e a trama em si. Porém, alguns atores merecem destaque. Corey Hawkins está muito bem no papel de um médico que busca racionalizar o mundo e precisa lidar com uma situação totalmente fora da lógica aceitável. O jovem Woody Norman mostra potencial ao trazer os momentos mais leves do filme e também os mais impactantes. Liam Cunningham traz uma ótima performance como o capitão do Demeter e sua entonação traz um peso excelente para a narração do desenrolar dos fatos que seguem o diário de bordo do navio.

Certamente não estamos diante de um novo clássico do gênero e isso já era de se esperar. No entanto, o filme consegue um feito notável ao transformar o capítulo de um romance em uma história interessante apesar de já sabermos como ela começa e termina. O acerto no design do Drácula e o foco nos efeitos práticos, no suspense e na tensão ajudam o filme a ser um exemplar acima da média no gênero de terror. Fica o alerta para os mais sensíveis de que existem cenas fortes e bem gráficas de violência, mas que não são nenhuma novidade em um filme de criatura. O desfecho deixa sim uma inusitada ponta para quem sabe expandir mais esta versão do universo do Drácula e resta saber se isso será explorado no futuro.

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