Anúncio 1

Últimos Posts

Filme da vez: Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023)

 

Um filme que consegue ser melhor que o anterior, mas ainda assim falha em justificar sua existência

                                                                                                                             

Nota IMDb: 6,9 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Indiana Jones and the Dial of Destiny
Ano de Lançamento: 2023
Diretor: James Mangold
Estrelas: Harrison Ford, Phoebe Waller-Bridge, Antonio Banderas
Sinopse: O famoso arqueólogo e professor Jones regressa com novos desafios, perigos e aventuras, mas desta vez ele tem o sangue de uma nova geração para o ajudar nas suas descobertas e na sua luta contra um novo vilão.
Crítica: Michael

Quando perguntado qual a minha trilogia favorita sempre respondo (pelo menos até surgir uma melhor) que é a do 'De Volta Para o Futuro'. E eu fiz esta escolha não só baseado na imensa qualidade dos três filmes, mas também pelo fato da franquia até hoje nunca ter sido manchada pela existência de uma continuação mais recente. Infelizmente Indiana Jones deixou de figurar na lista de muitos como eu depois do quarto e desastroso capítulo, 'O Reino da Caveira de Cristal', que tentou reviver a franquia e "passar o bastão" para uma nova geração sem se preocupar se o retorno era mesmo justificado ou com a qualidade da história. E este quinto filme parece ser uma nova tentativa de fazer isso e, se possível, deixar o personagem com um desfecho mais digno do que o anterior. Porém, ainda que ele tenha conseguido ser bem sucedido na última tarefa (o que convenhamos não era nada difícil), ele falha em se apresentar como uma continuação que justifique revisitar este icônico personagem.

O roteiro mostra Indiana Jones se aposentando de seu cargo de professor e tentando lidar com traumas pessoais que o tornaram alguém ainda mais resistente a se abrir a relacionamentos. Em uma fase da vida onde ele reavalia suas escolhas e encara sua mortalidade, isso traz pontos bem interessantes de exploração para o personagem e o filme pelo menos passa por cima de alguns deles. Porém, o foco mesmo fica com a trama da "Relíquia do Destino" que o reunirá com alguém importante do seu passado e permitirá que ele viva mais uma aventura em busca de redenção e, quem sabe, paz. Infelizmente, ainda que a premissa seja bem melhor do que as loucuras alienígenas trazidas por George Lucas para o quarto filme, ele não é tão bem explorada e temos vários furos de roteiro e momentos que exigem enorme suspensão de lógica mesmo se falando de uma franquia que abraçou a fantasia anteriormente. Isso sem falar de elementos de "empoderamento" feminino e de diversidade que soam forçados em alguns momentos.

A sequência de abertura do filme é o ponto alto do longa e serve como uma pequena amostra de uma aventura contida do arqueólogo em sua época de ouro, mas fica claro que a tecnologia de "rejuvenescimento digital" ainda não avançou o suficiente para permitir algo realmente natural. E este ponto é algo que também precisa ser destacado como ponto negativo, pois aqui há um excesso de uso de efeitos digitais que ficam muito aparentes em várias cenas e que vai contra a filosofia dos filmes antigos e seus efeitos práticos. Certamente isso tem a ver com a saída de Spielberg da franquia que também é sentida nas cenas de ação que possuem uma direção menos precisa e coerente.

Claro que uma das maiores dúvidas era se Harrison Ford ainda seria capaz de trazer um Indiana Jones interessante para a telona e felizmente a resposta é sim. Ele continua interpretando a si mesmo, agora apenas uma versão mais velha e talvez ainda mais rabugenta, mas mantém seu carisma e timing de humor. Pena que sua idade avançada tenha contribuído com o uso excessivo de efeitos digitais, mas eles certamente poderiam ter usado mais dublês reais. Indie faz dupla com sua afilhada interpretada pela talentosa Phoebe Waller-Bridge que mostra muita confiança e convence nas cenas de ação, mas sofre com a mão pesada do roteiro em certos aspectos de gênero. O departamento de vilões é um dos pontos altos e conta com um Mads Mikkelsen inspirado e com motivações bem determinadas. O filme também traz de volta algumas figuras marcantes dos filmes anteriores e pelo menos os trata com o respeito devido.

No final, temos uma nova aventura de Indiana Jones que consegue sim divertir e ser melhor que o anterior. Porém, mesmo que ela tente abordar temas interessantes sobre as reflexões de um Indie sofrido e mortal, seu roteiro tem muitos furos e há um uso excessivo de efeitos digitais que vão contra o DNA da série. Talvez teria sido melhor investir em algo original (imagina quantos filmes bons não daria para fazer com trezentos milhões de dólares) e deixado o velho Indie descansar em paz nas nossas memórias, mesmo que isso soe como um sonho imaturo em um mundo capitalista. Para fechar, vale uma reflexão sobre a fala do diretor James Mangold reclamando sobre a Marvel trazer Wolverine de volta durante a turnê de divulgação do Indiana Jones 5....

Lembrando que você pode nos contatar através do email mexidodigital@gmail.com ou deixar seu comentário abaixo

Nenhum comentário