Filme da vez: The Flash (2023)

    

Um bom filme do DCEU que supera a mão pesada na nostalgia e algumas falhas técnicas com seu roteiro com humor afiado e ótimas cenas de ação

                                                                                                                           

Nota IMDb: 7,4 (até o dia da postagem) (IMDb)

Título original: The Flash

Ano de Lançamento: 2023

Diretor: Andy Muschietti

Estrelas: Sasha Calle, Ben Affleck, Ezra Miller, Michael Keaton

Sinopse: Barry Allen usa sua supervelocidade para mudar o passado, mas sua tentativa de salvar sua família cria um mundo sem super-heróis, forçando-o a correr por sua vida para salvar o futuro.

Crítica: Michael

Os filmes do DCEU criado por Zack Snyder tiveram altos e baixos, principalmente baixos, então os poucos sucessos da DC no cinema recentemente tem sido com os filmes descolados desse universo, como o do Coringa, o novo Batman ou o Esquadrão Suicida de James Gunn. Tirando a versão de Snyder da Liga da Justiça (do qual falamos aqui), fica difícil lembrar de outro filme do DCEU que foi realmente bom nos últimos anos. Fico feliz em reportar que o novo filme do DCEU é sim uma exceção a esta regra e, apesar de apelar um pouco na nostalgia, ter algumas falhas técnicas e chegar tarde demais, é um bom filme com ótima ação e uma história mais focada e interessante.

A trama se baseia na saga "Flashpoint" dos quadrinhos de Flash onde ele descobre ser capaz de viajar no tempo e resolve interferir em eventos do seu passado com consequências devastadoras. Apesar de não conhecer tanto a versão dos quadrinhos, parece que eles mudaram alguns elementos chave para se encaixar melhor com o DCEU e seus filmes anteriores. Isso é até esperado, pois temos uma mídia diferente e felizmente eles conseguiram criar um roteiro mais focado onde a trama tem elementos mais pessoais e fáceis de se conectar, como o desejo de evitar a morte de alguém querido. Outro melhoria significativa é no departamento de vilões, talvez até pela ausência de um vilão especifico, o que acaba ajudando bastante a trama e fugindo dos clichês do gênero. Mais um ponto positivo é no humor bem dosado e que encaixa em diversos momentos. Porém, o roteiro pesou um pouco a mão na nostalgia em alguns momentos, principalmente nos que temos o Batman de Michael Keaton repetindo falas dos filmes antigos e também em algumas aparições forçadas em uma representação bizarra do multiverso da DC.

Também temos o problema de quase todas as cenas de ação do filme serem digitais, o que talvez explique a demora para este filme ser lançado em visto da pandemia, mas também resultou em diferenças gritantes na qualidade de algumas cenas, alternando ótimos momentos como as cenas do poder do flash e dele interagindo com outra versão de si mesmo com outros bem ruins como a digitalização de personagens do multiverso. Mesmo assim, o resultado final ainda é bom o suficiente para divertir e não prejudicar tanto a trama, sem falar que temos algumas cenas em slow motion que são impressionantes. A trilha sonora também merece destaque alternando momentos clássicos e ótimas música com a trilha original.

Em termos de elenco temos claro o foco em Ezra Miller e ele finalmente consegue criar um flash que é mais do que um personagem secundário, provando sim que foi a escolha certa para o papel, pelo menos para quem conseguir tirar da análise seu comportamento polêmico fora da câmera. Destaque para a interação entre os dois flashs de linhas temporais distintas que proporcionam alguns dos melhores momentos do filme. Também temos uma participação pequena do Batman de Ben Affleck que parece finalmente mais à vontade no papel e uma maior participação do Batman de Michael Keaton que, apesar do apelo na nostalgia, prova que foi um dos melhores a vestiram a capa do detetive protetor de Gotham.

Temos então um raro exemplar de bom filme do DCEU cuja soma dos pontos positivos com os negativos gera um resultado bem interessante para os fãs da DC. Pena que ele chegou tarde demais e talvez sirva apenas como uma despedida digna de vários personagens e atores desta versão do universo da DC, já que agora James Gunn irá assumir o controle e deve reiniciar tudo mudando o foco. Uma pequena cena pós-créditos deixa claro esse tom ao não levantar pontas soltas para possíveis continuações, então resta esperar o último filme do Aquaman para vermos como o DCEU irá se despedir da telona.

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