Documentário da Vez:Rita Moreno - Just a Girl Who Decided to Go for It(2021)
Em um interessante relato sobre a longa e complexa carreira de uma das grandes estrelas dos EUA, mesmo sendo estrangeira, é também uma linda lição de vida e exemplo para muitos. E registro de como o mundo mudou e ainda falta mudar.
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| Uma aula de como levar a vida |
É curioso notar como algumas pessoas são um enorme acervo vivo e prova de que o mundo mudou. E infelizmente algumas coisas não tanto como deveria... Uma dessas pessoas definitivamente é Rita Moreno, atriz porto-riquenha que foi conquistando a sua cidadania americana. Com todos os seus problemas de aceitação, autoaceitação, aceitação da sua comunidade e também de como o mundo era, assim como não conformação de como o mundo é. Porque durante a sua longa carreira, o engajamento em diversos movimentos, o feminista, o dos direitos raciais, da suspensão de testes nucleares, dos direitos sexuais, ambientais e tantas outras causas.
Recém chegada ao EUA ainda na adolescência, iria sofrer com os ecos da grande crise econômica de 1929(ela nasceu em 1932) e também pela feroz luta por empregos entres os imigrantes. Mas desde de pequena já gostava de chamar atenção, principalmente pela dança, especialmente a dança espanhola, o que acabou ajudando a pagar as contas nos primeiros anos dos EUA. Até que chamou atenção de um dos figurões(ela com 16 anos) da MGM que a convidou para fazer os testes para os primeiros papéis.
Mudaram de Nova York para Los Angeles, começando com papéis pequenos até um destaque crescente tanto pela beleza/presença de espírito, assim como a expressão corporal pela dança. E o problema de assédio era extremamente presente, assim como a objetivação sexual. Encontros de mentira eram rotina, assim como a clara mensagem de que ela era propriedade do estúdio.
E com o tempo ela foi vendo que os papéis sempre eram de uma nativa ingénua/burra, carregados de estigma ou como definiu um dos diretores "Sabe, seu papel é muito chato, porque você só uma soubrette", ou seja, o papel dela era fazer cara de triste e extremamente chato e raso.
Até que tanto esforço rendeu o primeiro grande papel da vida dela participando do Dançando na Chuva, com Gene Kelly, porém depois desse não passou muito tempo os mesmos papéis vieram a serem oferecidos a ela. E para piorar houve o pesado caso de estupro por parte de um agente. E graves sequelas desse episódio iriam se refletir em uma cena do seu próximo filme. Mais papéis iguais, mesmo tipo de personagem, e quase um conformismo se abatia sobre ela... Até que um dia, uma pessoa sugeriu que ela tentasse terapia... Um tal de Marlon Brando, com quem ela ia manter um romance complicado e tóxico durantes longos anos.
Algum tempo depois, após muitos ensaios e treinos, conseguiu o papel para um dos mais importantes da sua vida: Anita em Amor, Sublime Amor. E ali estariam vários problemas de visão preconceituosa quanto a sua origem, sexualização exagerada ou mesmo associação a preguiça ou crime. E claro que essas coisas renderiam situações tensas com a sua própria comunidade, porém a levaria a um inédito Oscar(cercado por uma história hilária e ...uma espécie de recorde na premiação). Coincidência ou não 7 anos se passariam sem grandes papéis, praticamente dedicando-se a Broadway, até que um dia conheceu um amigo de uma amiga que era médico, judeu e decidiu dar uma chance marcando um encontro. E a história desse encontro foi hilária, casando 6 meses depois.
E depois de tantas tragédias e provações ela começou uma fase boa, tanto profissionalmente entrando no programa de humor chamado Electric Company, com quem fazia parceria muitas vezes com o jovem Morgam Freeman... E vamos parar por aqui porque ainda há muito pra ser conferido nesse documentário que fala sofre provações, conquistas, erros, luta e também lindas lições de vida. Disponível na Star+.
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