Filme da vez: Passagem (2022)

  

Um retrato intimista sobre o transtorno de stress pós-traumático com uma excelente performance da dupla de protagonistas

                                                                                                                        

Nota IMDb: 6,6 (até o dia da postagem) (IMDb)

Título original: Causeway

Ano de Lançamento: 2022

Diretor: Lila Neugebauer

Estrelas: Jennifer Lawrence, Brian Tyree Henry, Linda Emond

Sinopse: Lynsey, uma militar que luta para se ajustar na volta para casa, em Nova Orleans, após uma lesão traumática. Quando ela conhece o mecânico local, James, a dupla começa a estabelecer um vínculo inesperado.

Crítica: Michael

O estúdio A24 tem produzido filmes independentes com orçamentos relativamente baixos, com elencos talentosos e que possuem uma qualidade surpreendente que desafia o modelo antiquado e gastador de Hollywood. Basta ver o que eles fizeram com um dos filmes do momento e que promete também surpreender nos Oscars de 2023, 'Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo', do qual falamos aqui. Com um escopo bem menor e mais dramático, 'Passagem' traz um retrato intimista sobre o transtorno de stress pós-traumático com uma excelente performance da dupla de protagonistas.

A história mostra uma mulher que sofreu um trauma cerebral ao servir no Afeganistão e precisa lutar para se recuperar tanto fisicamente quanto também emocionalmente ao lidar com o transtorno de stress pós-traumático e com seu passado familiar conturbado. Quando ela conhece um mecânico local, os dois s aproximam pelos traumas que ambos precisam superar.

Como disse antes, o escopo do filme é bem simples e o seu foco está mesmo no relacionamento dos dois protagonistas em como o apoio humano pode ajudar a superar os traumas. Mesmo assim, a produção não deve em nada e nem diminui o impacto ou a mensagem deixada pelo filme. Muito pelo contrário, isso até ajuda a facilitar a identificação uma vez que ele destaca o cotidiano e problemas que muitos de nós também podemos enfrentar em algum momento da vida. E o roteiro também toma a decisão acertada de não perder tempo com clichês ou apelos mais comerciais, como por exemplo forçar um romance entre os protagonistas, abordando isso de uma maneira muito mais inteligente.

Por outro lado, o elenco do filme é excelente e não deve em nada para as grandes produções do gênero. A mega estrela Jennifer Lawrence assume o papel da protagonista e mostra mais uma vez seu enorme talento dramático em um retrato muito humano e convincente de uma pessoa ferida lutando para se readaptar e se reerguer. Outro que brilha é seu parceiro de tela interpretado por Brian Tyree Henry com uma atuação também muito impactante como uma pessoa lidando com a culpa e as cicatrizes físicas e mentais de um acidente traumático.

Temos então mais uma produção excelente do A24 que apesar da sua simplicidade consegue reunir talentos do primeiro escalão e contar uma história interessante e impactante. Porém, quem espera algo glamoroso ou que se renda aos clichês de Hollywood certamente ficará decepcionado. O que se sobressai aqui é o retrato íntimo e relevante sobre o transtorno de stress pós-traumático e como o apoio de outros pode ser fundamental para a recuperação deste e de outros traumas psicológicos.

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