Filme da vez:Tár(2022)
Em um tenso drama de uma regente filarmônica que se prepara para um grande concerto, o passado e problemas vão sendo confrontados com diferentes resultados, nos permitindo compreender parte das complexidades de Lydia Tár, assim como desfrutar da majestosa performance de Cate Blanchett. Confira mais detalhes na crítica abaixo.
Depois de muito atraso, finalmente chega ao Brasil...pra aproveitar o Oscar |
Nota IMDb: 7,6 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Tár
Ano de Lançamento: 2022
Diretor: Todd Field(que também assina o roteiro, é conhecido por De Olhos Bem Fechados(1999), Entre Quatro Paredes(2001) e Pecados Íntimos(2006), ou seja... fotografia sempre foi algo fundamental em seus filmes)
Estrelas: Cate Blanchett(como a complexa Linda...digo, Lydia Tár), Noémie Merlant(como a emparedada Francesca Lentini), Nina Hoss(como nada feliz Sharon), Sophia Kauer(como a jovem Olga Metkina), Mark Strong(como a ameaça parda Eliot Kaplan), Alec Baldwin(como narração), entre outras estrelas.
Crítica: Dissonantbr
Um das grandes lembranças da minha infância eram os passeios ao Teatro Nacional. Com 100% de certeza que era mal assombrado, de uma formalidade ímpar, com mofo desde de sempre presente, também era veículo para a impressionante viagem que era as apresentações da orquestra que lá se apresentava. Quem era criança que podia contar com o luxo de um som stereo sabe da surpresa de som tão rico e potente que é uma. E assim entende a tristeza da situação itinerante da mesma até voltar a sua casa que é o Teatro que já foi prometido que seria reformado há já vários anos(em janeiro de 2014 ele seria fechado, mas o mesmo já apresentava vários problemas como pode ser visto aqui) ...:(
Por isso o claro concorrente ao Oscar tem um sabor especial de saudade também. E ainda que sejam curtos momentos, se vê a incrível composição, a força e o trabalho incrível de engenharia, ainda mais com a exigente maestra que faz jus a impressionante introdução de uma entrevista de suas façanhas. Mas além de não fugir de polêmicas, tem algumas características que cobram um preço alto pra ela e as pessoas ao redor. A atenção orientada a laser, por mais complexas situações, depois justificadas em um crescente de tensão mostra uma necessidade irresistível de fazer essa gana dessa paixão contagiosa para o público(o que é também explicada mais ou fim do filme sua origem).
E Tár tem seus esqueletos, problemas de relacionamento com a sua filha e esposa e também pais, ansiedade, problemas políticos(o que lembra um pouco a série Mozart in the Jungle(Sinfonia Insana)), problemas com a imprensa e público(ainda mais hoje em dia), e claro, a absurda dificuldade de compor. Quem deve ter um ouvido musical deve sofrer bastante com os ruídos do dia a dia. E quem sabe fazer uma limonada com a mesma.
E claro, não tem como falar desse filme e não observar a grande dedicação de Cate Blanchett que se entrega de corpo e alma, indo muito além de caras e bocas, muito bem auxiliada pelo roteiro de Todd Field e a excelente fotografia de um mundo de precisão e tempo(como muito bem explica a função do regente no início do filme). A escolha de desconstruir um ícone de poder e sucesso até a sua motivação é muito bem feita graças a escolha, que foi desde do início do roteiro, pela escolha de Blanchett. Outro ponto alto é a forma pensar alemã da motivação ultrapassando o lado pessoal. O que poderia ter sido uma paradoxo da despersonalização(coisa que Tár tem verdadeira fobia), mas é justamente o contrário.
Resumindo, é um filme de vários tons e complexidades, mas rico em experiências, mesmo com o final cruel, não deixa de ser uma bonita história de amor. Amor à música. Mesmo com os vícios do poder. Disponível nos cinemas e grande candidato ao Oscar. Ah, observem que o maior xingamento por parte dela é chamar alguém de robô. Fica a reflexão sobre isso.
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