Filme da vez: Triângulo da Tristeza (2022)
Uma sátira com um roteiro afiado que é um estudo sobre o comportamento humano da nossa cultura ocidental atual |
Nota IMDb: 7,4 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Triangle of Sadness
Ano de Lançamento: 2022
Diretor: Ruben Östlund
Estrelas: Woody Harrelson, Harris Dickinson, Charlbi Dean, Zlatko Buric, Dolly De Leon
Sinopse: Um navio de cruzeiro para os super-ricos afunda, deixando alguns sobreviventes, incluindo algumas celebridades da moda. Todos ficam presos em uma ilha.
Crítica: Michael
Finalmente chegou aos cinemas nacionais um dos filmes mais comentados do ano passado e que também recebeu premiações (inclusive a Palma de Ouro do Festival de Cannes) e três indicações ao Oscar de 2023. Escrito e dirigido por Ruben Östlund, este filme é uma sátira com uma forte crítica social, um verdadeiro estudo sobre o comportamento humano e as excentricidades do poder que corrompe. Com um roteiro afiado e atuações excelentes, o filme é uma agradável surpresa que foge dos padrões de Hollywood.
A trama mostra um cruzeiro recheado de ricos e celebridades e destaca as excentricidades daqueles que possuem muito dinheiro e muitas vezes se veem no direito de controlar os que possuem menos. Não faltam críticas ao materialismo, à superficialidade das redes sociais e ao descaso com o próximo. Porém, tudo isto é feito com um humor apurado que algumas vezes apela para o escatológico para deixar claro que, com muito ou pouco dinheiro, somos todos humanos. E, quando o cruzeiro naufraga e os sobreviventes vão parar em uma ilha, o roteiro faz uma inteligente inversão da dinâmica de poder onde o dinheiro comanda, mas ainda assim mostrando que às vezes basta estar em uma posição superior para se corromper, independente da sua classe social. Pena que o final deixa muita coisa no ar e não oferece um desfecho adequado para as jornadas de alguns personagens.
Em termos de elenco não temos muitos rostos conhecidos, com destaque para Woody Harrelson no papel de um capitão com convicções socialistas que se vê frustrado ao comandar um navio para o deleite dos milionários. Porém, apesar de inspirada sua participação é limitada e cabe ao resto do elenco carregar o filme, com destaque para o casal de modelos interpretados por Harris Dickinson e Charlbi Dean, para o magnata russo excêntrico de Zlatko Buric e para a ótima participação de Dolly De Leon como a criada que vê seu mundo virar de cabeça para baixo.
Ainda que tenha uma produção competente, a maior virtude do filme está mesmo em seu roteiro (apesar do final) e nas atuações de seu elenco. Mesmo usando o humor quase pastelão em alguns momentos, o filme não pega leva nas críticas e é um soco no estômago das celebridades excêntricas que usam o dinheiro e a fama para exercer poder sobre as outras pessoas. Uma excelente oportunidade para fugir da mesmice e dar umas boas risadas sobre as peculiaridades da nossa cultura ocidental e capitalista.
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