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Filme da vez: Decisão de Partir (2022)

   

Um filme interessante e que mostra mais uma vez a qualidade do cinema coreano

                                                                                                                        

Nota IMDb: 7,3 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Heojil kyolshim
Ano de Lançamento: 2022
Diretor: Park Chan-wook
Estrelas: Park Hae-il, Tang Wei, Lee Jung-hyun
Sinopse: Um detetive eficiente e meticuloso investiga um possível assassinato em um remoto vilarejo de montanha. Lá ele começa a desenvolver um caso de amor com a viúva da vítima, que ele considera a principal suspeita.
Crítica: Michael

Um final de ano sem grandes lançamentos no cinema por conta do medo de ser esmagado pelos "bichos azuis" de James Cameron me obrigou a escolher um filme que dificilmente valeria a entrada, mas que acabou me surpreendendo positivamente por conta das atuações dos protagonistas. Após o enorme sucesso de 'Parasita' em 2019 inclusive com o Oscar de Melhor Filme, o cinema coreano tem mostrado que pode sim produzir filmes interessantes e 'Decisão de Partir', ainda que não chegue perto do brilhantismo de 'Parasita', é mais um passo nesta direção.

A história acompanha um detetive casado experiente e detalhista que começa a investigar o caso de um possível assassinato de um homem por sua esposa. Porém, ele aos poucos vai se interessando pela viúva e os dois entram em um relacionamento complicado que gera consequências drásticas para a vida de ambos. Se o roteiro soa parecido com o clássico 'Instinto Selvagem', você está certo, porém existem várias diferenças. A primeira e mais clara é o fato da violência e do sexo ser bem mais controlado na produção coreana, com o romance entre os dois sendo quase platônico e nada tão visualmente chocante como no filme de Verhoeven. Outra diferença é que neste filme existe uma boa dose de humor que ajuda a aliviar a tensão e também a melhorar o ritmo lento da trama, mesmo que ele seja diferente do que estamos acostumados no ocidente. Além disso, a forma de contar o história é um pouco menos linear também no filme oriental, quase com uma pegada alternativa que faz uso de interessantes recursos como quando o detetive está de tocaia ou desvendando algo e se projeta na cena ou fato. O resultado pode desagradar os que esperavam algo mais parecido com o clássico com Michael Douglas e Sharon Stone, mas não deixa de ser interessante.

E o grande responsável por isso são as ótimas atuações do protagonistas que, apesar de não terem o mesmo carisma dos seus pares de Hollywood, esbanjam talento e química. Park Hae-il brilha como um detetive extremamente responsável que cede aos encantos da viúva e acaba entrando em uma espiral destrutiva. Do outro lado, Tang Wei está perfeita como a viúva sedutora e esbanja talento convencendo mesmo nos momentos mais exigentes da trama.

O resultado então é muito positivo e pode agradar aqueles que aceitarem as peculiaridades do cinema coreano. Quem for esperando algo no nível de 'Parasita' ou uma versão oriental e fidedigna de 'Instinto Selvagem' certamente irá se decepcionar, mas este filme não deixa de ser mais uma amostra de que o cinema coreano pode sim gerar produções interessantes, mesmo ao incorporar mais elementos de romance e humor que diferem bastante em termos culturais do que estamos acostumados no ocidente.

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