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No NetFlix: Blonde (2022)

      

Um filme polêmico com uma visão chocante e pessimista sobre o ícone Marilyn Monroe, mas que tem uma atuação fantástica de Ana de Armas

                                                                                                                

Nota IMDb: 5,7 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original:  Blonde
Ano de Lançamento: 2022
Diretor: Andrew Dominik
Estrelas: Ana de Armas, Lily Fisher, Julianne Nicholson
Sinopse: Uma Crônica Fictícia sobre a vida pessoal de Marilyn Monroe.
Crítica: Michael

A figura de Marilyn Monroe é uma das mas conhecidas e icônicas da história do cinema e sua trajetória é cercada de polêmicas e mistérios que culminaram com sua morte prematura. Vários documentários já tentaram explorar sua vida e trazer luz a algumas destas dúvidas, mas não existem evidências definitivas para se construir uma versão única e inquestionável. Desta forma, coube à ficção a tarefa de tentar apresentar a verdade sobre este ícone e é justamente isso que este filme tenta fazer. No entanto, ainda que tenhamos um filme visualmente impactante e com uma interpretação magnífica de Ana de Armas como Marilyn, sua abordagem extremamente pessimista e chocante acabam desperdiçando a chance de mostrar o lado positivo de Monroe e enaltecer seus enorme talento.

Baseado em um livro biográfico de mesmo nome, este filme deixa claro desde o início em sua publicidade que se trata de uma versão fictícia da vida de Marilyn Monroe, provavelmente para evitar críticas por conta de sua abordagem sombria e perturbadora sobre a sua trajetória em Hollywood e como isso a afetou profundamente. Começamos com a infância sofrida de menina pobre que foi abusada emocionalmente e depois entregue a um orfanato quando a mãe teve problemas mentais. Após isso, vemos ela tentando superar estes traumas investindo em sua carreira, mas acabando sendo vítima de abuso, preconceito e violência que acabam gerando outros novos traumas. Tanto que ela acaba desenvolvendo uma espécie de dupla personalidade com a persona de Marilyn sendo apenas uma casca criada pela mídia e pela indústria do cinema para explorar sua beleza e que ao poucos vai consumindo Norma Jeane e a colocando em uma espiral de sofrimento, vício, depressão e finalmente a sua morte prematura.

Temos então um filme muito pesado, com temática adulta e exposição sexual, carregado de cenas fortes e que pintam um retrato de Marilyn como uma vítima de sua infância e posteriormente da máquina de moer carne de Hollywood em uma época extremamente machista. Apesar de usar vários fatos verídicos conhecidos da sua vida, o filme escolhe preencher as lacunas da forma mais pessimista possível e ao fazer isso acaba perdendo a chance de mostrar o lado positivo de Monroe e de destacar seu talento. Dotada de extrema inteligência e de uma sede por conhecimento e aperfeiçoamento, ela foi uma das primeiras atrizes que buscou desafiar os estereótipos de uma indústria machista e certamente estava á frente do seu tempo. 

Da mesma forma, temos um filme que se apresenta como uma obra artística e que faz escolhas técnicas e narrativas que tentam destacar isso, como por exemplo alternando cenas preto e branco com coloridas e mudando o aspecto da tela. Porém, apesar do resultado ser visualmente impactante, nem todas essas escolhas são bem feitas e acabam gerando uma obra inconstante e que não justifica as quase três horas de duração.

Apesar de tudo isso, é preciso louvar a performance da belíssima Ana de Armas como Marilyn Monroe e sua atuação por si só já é uma justificativa suficiente para relevar os problemas e assistir ao filme. Ela se transforma totalmente na icônica atriz, mesmo com a questão das diferenças físicas e na voz, convencendo e roubando todas as cenas. O filme também recria vários momentos icônicos de Marilyn no cinema e fora das telas e Ana de Armas encarna ela esbanjando carisma e confiança. Ela também se supera no ponto de vista dramático e consegue seguir bem o tom sombrio do filme.

Temos então um filme muito polêmico que dividiu a crítica ao escolher retratar Marilyn Monroe com uma visão pessimista, chocante e que focou nos traumas de sua vida. Infelizmente isso pinta sua imagem muito mais como vítima indefesa do que como uma mulher forte, inteligente e que estava à frente do seu tempo enquanto lutou contra uma cultura e indústria machistas que a consumiram no final.  Mesmo assim, vale conferir pela performance divisora de águas e digna de Oscar de Ana de Armas no papel principal.
 

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