Série da vez: Black Bird (2022)
Um ótimo drama criminal que tem atuações inspiradas do seu elenco e gera reflexão sobre o tema da masculinidade tóxica |
Nota IMDb: 8,4 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Black Bird
Criadores: Dennis Lehane
Estrelas: Taron Egerton, Paul Walter Hauser, Greg Kinnear
Crítica: Michael
Nos últimos anos temos visto movimentos importantes que visam abolir toda e qualquer forma de abuso sexual contra as mulheres. Claro que isso não é algo fácil, pois infelizmente a maioria dessas práticas foi aceita e às vezes até encorajada por muitos anos por uma cultura machista. A objetificação da mulher pela indústria da beleza certamente também teve seu papel contributivo neste processo. Baseada em fatos reais, esta minissérie original da Apple TV+ trabalha em torno da temática da masculinidade tóxica para trazer uma história intrigante e carregada de drama e suspense coroada com atuações primorosas de seus protagonistas.
O roteiro mostra Jimmy, um ex-atleta e mulherengo que acaba preso por tráfico de drogas. Logo em seguida, ele recebe uma proposta em troca da sua liberdade para ser transferido para uma cadeia de segurança máxima e tentar extrair uma confissão e a localização das vítimas de Larry, um suspeito a assassino em série de meninas adolescentes antes que ele possa ser libertado. Ele é escolhido por sua simpatia e presença, mas nem imagina o quanto esta experiência irá mudar sua vida e o fazer reavaliar sua forma de ver o mundo e, principalmente, as mulheres.
A linha central da trama mostra como a questão da masculinidade tóxica pode ser danosa para todos os envolvidos. Uma pessoa doentia pode usar ela como justificativa para cometer crimes horrendos. Uma pessoa normal também pode tirar proveito dela e tratar as mulheres como simples objetivos que podem proporcionar momentos de prazer. Esta é a dinâmica entre os dois protagonistas e, por mais que Jimmy saiba que Larry é um monstro, ele é confrontado com o fato de que ambos tiram proveitos das mulheres, claro que guardadas as proporções. Isso torna o relacionamento entre eles muito mais interessante e a jornada de Jimmy muito mais instigante para o público. Combine isso com uma produção caprichada e um elenco inspirado e temos aqui a fórmula para um drama de qualidade.
E por falar no elenco, claro que o destaque vai para a dupla de protagonistas. Taron Egerton alcança a maturidade dramática e traz um Jimmy humano e que passa por uma verdadeira transformação no decorrer da série, mostrando todo o seu talento. Da mesma forma, Paul Walter Hauser surpreende com um Larry que poderia ser o seu vizinho de porta, mas que aos poucos vai revelando uma figura assustadora com sua mentalidade doentia e visão de mundo distorcida. Temos também um Ray Liotta experiente e ainda impactante no papel do pai de Jimmy, assim como Greg Kinnear e Sepideh Moaf excelentes nos papéis dos investigadores que tentam prender Larry.
Esta minissérie traz então um drama criminal competente que, com seus seis episódios, consegue balancear a medida certa entre suspense e mistério com um desenvolvimento excelente dos seus protagonistas e interpretações muito inspiradas do seu elenco. Com um final emocionante e satisfatório, ela não deixa a desejar e mostra a que veio ao retratar muito bem e gerar reflexão sobre o tema da masculinidade tóxica. Mais uma produção de qualidade da Apple TV+ que tem se mostrado uma das melhores opções de serviço de streaming para adultos.
Disponível na Apple TV+ neste link.
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