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Filme da vez: Thor - Amor e Trovão (2022)

  

Diversão descompromissada com muito humor e ação, mas que deixa a desejar em relação ao que era esperado

                                                                                                               

Nota IMDb: 7,2 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Thor: Love and Thunder
Ano de Lançamento: 2022
Diretor: Taika Waititi
Estrelas: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Christian Bale
Sinopse: Após os acontecimentos de Ultimato, Thor anseia por um propósito, mas sua busca é interrompida por um assassino galáctico conhecido como Gorr (Christian Bale), o Carniceiro dos Deuses, que busca a extinção dos deuses. Para combater a ameaça, Thor pede a ajuda da Rainha Valquíria (Tessa Thompson), Korg (Taika Waititi) e Jane Foster (Natalie Portman), sua ex-namorada, que - para surpresa de Thor - inexplicavelmente consegue empunhar seu martelo mágico, Mjolnir, o que imbuiu Jane com o poder de Thor. Juntos, eles embarcam em uma aventura cósmica para descobrir o mistério da vingança de Gorr e detê-lo antes que seja tarde demais.
Crítica: Michael

Difícil acreditar que já faz mais de dez anos que o primeiro filme de Thor no MCU chegou às telonas e do quanto este personagem já foi abordado de diferentes maneiras em suas várias aparições no imenso universo cinematográfico da Marvel. O terceiro filme, 'Thor: Ragnarok', sem dúvidas foi o ponto alto desta jornada de evolução e amadurecimento do personagem com seu humor afiado, momentos épicos de ação casados com uma trilha sonora perfeita e uma vilã muito inspirada e carismática. Claro então que Taika Waititi seria convocado para dirigir também o quarto filme e quando 'Thor: Amor e Trovão' foi anunciado gerou muito expectativa por conta da sua premissa de ser uma "comédia romântica" segundo o próprio diretor. Após assistir ao filme, posso dizer que esta afirmação não é totalmente verdadeira. Temos sim vários momentos de comédia e um romance, mas o filme segue bem a fórmula pipoca de imprimir dinheiro da Marvel que traz efeitos especiais de sobra, ação, tiradas e a boa e velha dose de pontas para novos filmes.

Em termos de trama, ele pega de onde o último filme dos Vingadores parou e vemos Thor ainda com os Guardiões da Galáxia e procurando um novo sentido para sua vida. Porém, ao receber um pedido de socorro de uma antiga amiga, ele descobrirá o plano de vingança de Gorr que busca assassinar todos os deuses e precisará retornar a Asgard para proteger seu povo. É aí que ele reencontrará seu antigo amor, Jane Foster, e terá a chance de tratar antigas feridas antes de seguir em frente.

Em primeiro lugar, uma coisa fica clara desde o começo: Taika Waititi sabe que está fazendo um filme sobre um super-herói que é um deus nórdico e então ele joga a lógica pela janela e abraça o clima de fantasia desde o começo. Não espere explicações sobre a enxurrada de excentricidades e maluquices que são mostradas, mas pelo menos o filme também não comete o erro de se levar a sério. E por falar nisso, sobram piadas e tiradas que estão em quase todas as cenas, mas diferente do terceiro filme o humor nem sempre funciona e algumas vezes subtrai da parte mais dramática, deixando tudo com um tom bem leve e colegial. Claro que vemos a assinatura de Waititi nas referências bem humoradas a temas relevantes como significado da religião, busca por amor e propósito, etc, porém elas são bem superficiais e nunca chegam a ser desenvolvidas a ponto de gerar um resultado duradouro. Fica evidente a mão pesada da "máquina de imprimir dinheiro da Marvel" controlada por Kevin Feige e o filme tica todas as caixas do que se espera em termos de espetáculo visual e ação, mas faltam momentos tão épicos quanto no terceiro filme e talvez a culpa disso seja a questionável decisão de usar músicas dos Guns'n Roses que, apesar de clássicas, não se encaixam bem na história e nem no tema do filme.

Mais uma vez temos um elenco estrelado com algumas participações especiais muito engraçadas. Chris Hemsworth prova que nasceu para ser Thor e sua entrega ao papel é impressionante e convincente mesmo nos momentos mais infantis, com destaque para a forma física que ele assumiu para o papel. O retorno de Natalie Portman como Jane Foster é muito bem vindo e traz os momentos de maior apelo dramático do filme além de também convencer como a versão feminina de Thor, ainda que sua personagem tenha sido simplificada para se encaixar no molde e parecer cool. Christian Bale faz o que pode como o vilão Gorr, mas sofre com o roteiro raso e é mal aproveitado, ficando bem atrás da Hela de Cate Blanchett. Tessa Thompson tem bons momentos, mas seu personagem funciona mais como alívio cômico e não evolui quase nada.

Temos então mais um filme do MCU que segue a risca a fórmula da Marvel para arrastar multidões para os cinemas, inclusive com as famosas cenas pós-créditos (duas neste caso) que deixam pontas para o futuro. Se é mais do mesmo que você busca com tiradas, muita ação e diversão pipoca, este filme com certeza vai agradar ainda que não chegue no mesmo nível do anterior. Porém, se você gostaria de ver algo diferente ou a "comédia romântica" que foi prometida, infelizmente sairá frustrado. Falem o que quiser da DC e da forma como ela lida com seus heróis, mas uma coisa é certa: eles não tem medo de arriscar e não se prendem à necessidade de ter um universo coeso e interligado. O resultado? Filmes como Coringa de 2019 e Batman  de 2022. E o pior é que a cada novo filme do MCU fica claro que este universo não é verdadeiramente conectado (se fosse, Thor nem pensaria duas vezes em chamar a ajuda dos Vingadores neste filme) e limita demais o que pode ser feito. Claro que o dinheiro é quem manda e as bilheterias parecem provar o contrário, mas a Marvel precisa reavaliar isso para que o que hoje parece ser seu maior trunfo não se transforme na causa de seu fracasso. 

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