Série da vez: A Escada (2022)
Uma ótima minissérie que conta esta caso verídico interessante e merecedor deste alto nível de produção e qualidade dramática |
Nota IMDb: 7,3 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: The Staircase
Criadores: Antonio Campos
Estrelas: Colin Firth, Toni Collette, Michael Stuhlbarg
Crítica: Michael
No início do século 21, um julgamento por acusação de homicídio ganhou grande projeção na mídia, principalmente porque tudo foi acompanhado e depois retratado em um documentário francês que teve enorme sucesso. Porém, o caso teve outras diversas reviravoltas não retratadas neste documentário original e faltava um relato mais compreensivo de tudo. Esta excelente minissérie original da HBO vem justamente para suprir esta necessidade e o faz com louvor baseada em interpretações inspiradas do seu elenco talentoso e com um retrato instigante e abrangente dos dramas pessoais de cada um dos envolvidos.
O roteiro é baseado na história verídica de quando o escritor e candidato a promotor de uma cidade do interior dos EUA, Michael Peterson, foi acusado de ter assassinado sua esposa após ele ligar para o serviço de emergência e ter dito que encontrou ela sufocando com sangue ao pé da escada da residência deles, poucos minutos antes dela morrer. A partir daí, a sua vida e a de sua família são completamente transformadas enquanto sofrem com toda a dor da perda de Kathleen e do julgamento e das consequências que ele traz, inclusive com divisão interna quando familiares da esposa se voltam contra Michael e ficam do lado da acusação. A trama levanta questionamentos bem interessantes sobre o significado de justiça e como a verdade nem sempre é levada em consideração em julgamentos como este, ficando em segundo lugar para a opinião pública ou a necessidade de reparação pessoal.
Algo que conta a favor também do seriado é que, ao longo dos seus oito episódios, ele consegue contar todos os acontecimentos que cercaram este caso tão famoso, desde os fatos que antecederam a morte como também todo o desenrolar até seu desfecho quase duas décadas depois, inclusive fazendo uso de várias alternâncias das linhas do tempo que são feitas de forma inteligente que eleva a narração e não confunde o espectador. No final, temos então uma mistura de drama de tribunal com drama familiar com retratos interessantes que montam personagens complexos e que ajudam a identificação com o público.
E o grande mérito disso é do excelente elenco e quem se destaca com louvor é sem dúvidas Colin Firth. Seu personagem é extremamente complexo e ele se sobressai em todos os momentos, provando que tem talento de sobra e não está limitado a papéis britânicos para os quais geralmente é escalado. Outra que brilha é Toni Collete como Kathleen, em um retrato emocionante de uma esposa que está passando por um momento difícil enquanto tenta manter seu casamento e família em equilíbrio com sua vida profissional. No resto do elenco, destaque para a belíssima Juliette Binoche em um papel extremamente difícil que comprova seu enorme talento dramático.
Esta série é então indicada para todos os que gostam de um bom drama familiar ou de tribunal e sem dúvidas é a melhor opção para os que, como eu, não conheciam o caso de Michael Peterson. Com um elenco extremamente talentoso e inspirado, principalmente seus protagonistas, ela traz o relato mais completo de todos os fatos que cercaram este caso que é extremamente interessante e que realmente merecia uma adaptação com o alto nível de produção e qualidade dramática que vemos aqui.
Disponível na HBO Max neste link.
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