No NetFlix:De Volta ao Espaço(2022)
Nesse documentário que registra parte do caminho até o retorno bem sucedido ao espaço dos EUA, é apenas uma desculpa para mais promoção pessoal de Elon Musk ou há algo mais? Descubra isso, o contexto maior e mais detalhes na crítica abaixo
Um sonho que deve ser maior do que um homem |
Em 2011 eu vi a última chance de assistir a um lançamento de um ônibus espacial como um grande desafio burocrático(tirar o visto, correr atrás da passagem e torcer para que os 11 dias que poderia ficar fossem suficientes, contando atrasos de lançamentos) e também financeiro, mas como a realização de um sonho que me acompanhava desde do meu modelo de papelão quando era bem pequeno e que voou lindamente da janela do meu apartamento e pousou graciosamente na grama.
Chegando lá, o clima na NASA era de um grande funeral. A crise de 2007/8 tinha atingindo o EUA fortemente, o desemprego era grande, a economia não ia bem, e a era espacial parecia ser um luxo frente às contas cada vez maiores de um desastre financeiro e o custo de algumas guerras pelo mundo. A Rússia, a sua rival, não ia bem também das pernas, ainda lambendo as feridas da sua mais recente guerra, e também via como benéfica a parceria espacial, principalmente na Estação Espacial. Até então poucos prestavam atenção na que seria a sua nova rival: a China.
Nesse documentário vemos a ascensão da SpaceX, de um projeto excêntrico para uma surpreendente força criativa espacial, ainda não tão próxima dos voos para Marte, mas sem dúvida com uma confiabilidade nos seus lançamentos que veem motivando uma série de outras companhias.
Há sim um foco em Elon Musk, que vem recentemente ganhando cada vez mais aeres de vilão, porém o documentário realmente ganha um brilho maior naquelas pessoas chave que tornaram a façanha, que não é pequena, de ir e voltar à estação espacial duas vezes e com segurança. E sim, há uma certa injustiça quanto ao programa dos ônibus espaciais, já que ninguém fala no filme deveriam ter sido aposentados e substituídos logo em seguida e tiveram sua vida útil em muito tempo estendida. Um registro melhor dos problemas , dificuldades e méritos estão melhor retratados na série Challenger:Voo Final, com a crítica aqui. Obrigatória para qualquer fã espacial.
Também no seriado não há o lado que , muito bem destaca Neil deGrasse Tyson, a grande força motriz da indústria espacial é militar. Sim, há parte da justificativa na grande contribuição científica, contudo o grande volume de dinheiro é por uma questão de segurança nacional. E também por isso que há o projeto do foguete projetado e coordenador pela NASA, que sim, está atrasado, passou por vários problemas, mas mostra a importância do investimento na autonomia espacial, principalmente agora que a China vem apressando a construção da sua segunda estação espacial e vem concretizando o seu plano para ocupação de Marte. O lado governamental do projeto é também pela estrita cooperação com militares americanos.
Resumindo, o documentário vale por uma série de curiosidades, planos para os passos futuros, as lindas imagens, a impressionante história do casal de astronautas, mas tem ausências curiosas como a história da bandeira americana que só retornou à Terra em outra nave desse país ou a ousada declaração que a Crew Dragon vai ser aposentada para dar lugar ao projeto mais audaz da empresa: a StarShip. Esse projeto deve ter novidades em breve já que vários testes tem sido com o bizarro catador de foguetes e o escudo térmico para o voo orbital. Disponível na NetFlix.
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