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Jogo da vez: The Last of Us - Part II (PS4)

 

Uma verdadeira aula de como se contar uma história em um jogo com gráficos e jogabilidade de primeira

                                                                                  

Plataforma: PS4
Metascore: 93 (User Score: 5.7) - Até o dia da postagem
- Análise: Michael

Os jogos eletrônicos já provaram ser uma ferramenta poderosa para contar histórias impactantes e significativas, com a vantagem de permitir a interação do jogador para se sentir parte da jornada dos personagens. O primeiro The Last of Us provou isso com a criação de um universo pós-apocalíptico habitado por personagens tridimensionais e com certeza a expectativa para a continuação era enorme. Finalmente consegui experimentar o jogo e posso dizer que foi uma das experiências narrativas mais impressionantes que já tive, acompanhada de gráficos belíssimos e jogabilidade bem balanceada.

A história avança alguns anos para encontrarmos uma Ellie quase adulta vivendo com Joel em um acampamento de sobreviventes. Os dois ainda lutam para superar o acontecimento traumático anterior onde Joel decidiu sacrificar uma possível cura para a infecção que destruiu a humanidade para salvar Ellie. Porém, a filha do médico que ele assassinou, Abby, resolve buscar vingança e executa Joel a sangue frio. Após isso, Ellie parte em busca de justiça em uma jornada transformadora. O jogo faz um excelente trabalho em conduzir a trama e os personagens reagem de forma humana, o que facilita a empatia. Outro ponto importante é o fato de sermos apresentados e podermos experimentar o ponto de vista dos dois lados: o que motivou Abby a se vingar e o que motivou Ellie a buscar retribuição. Não existe um vilão na história e a grande lição que fica é o poder destruidor do ódio e da vingança. Algumas escolhas trazem pontos polêmicos para a história como homossexualismo e preconceito e isso parece ter sido o que causou tanta polarização com o público, mas pelo menos aqui o tema foi tratado de uma maneira que não soa forçada.

Em termos de gráficos, o jogo superar o anterior e extrai o máximo do PS4 com um nível de animação e texturas muito elevado. A dica para quem puder é jogar no PS5 porque ele roda o jogo em 60 FPS e isso permite uma experiência bem mais fluída. A atenção aos detalhes chega a ser doentia e temos ambientes extremamente detalhados e que reagem de maneira realista às interações do jogador. Temos também uma ampliação dos ambientes que faz com que o jogo ganhe um ar de "mundo aberto", ainda que a trama exige uma sequência de eventos e a liberdade sirva apenas para encontrar segredos e mais equipamentos e recursos. A trilha sonora também é muito inspirada e completa a atmosfera, elevando os momentos mais emotivos e também aumentando a tensão e o suspense quando necessário.

No quesito de jogabilidade, temos uma evolução do primeiro jogo e as mecânicas de stealth e de crafting são expandidas. Os controles são responsivos e o combate é interessante, ainda que a mira seja bastante difícil em alguns momentos. A inteligência artificial dos inimigos foi melhorada e vemos respostas mais realistas a barulhos e a sinais deixados pelo jogador. O fato deles também se organizarem melhor como grupo aumenta a tensão e a sensação de ameaça nos confrontos, exigindo pensamento rápido do jogador. Alguns inimigos novos também ajudam a aumentar a variedade e a trazer um fator de surpresa ao combate.

Apesar de alguns pontos polêmicos na trama, este jogo é uma continuação que eleva e aprimora quase todos os aspectos em relação ao primeiro. Uma história impactante contada de forma magistral e madura. Uma amostra de que jogos também podem ser feitos para adultos e transcender a mídia para se transformarem em uma plataforma para apresentação de boas narrativas. Uma experiência marcante que é simplesmente imperdível.

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