Jogo da vez: Cyberpunk 2077 (PC)

Um jogo ambicioso que não cumpre todas as promessas, mas ainda assim entrega boa jogabilidade e excelentes gráficos

- Plataforma: PC

- Metascore: 86 (User Score: 7.1) - Até o dia da postagem
- Análise: Michael

A desenvolvedora CD Project Red ficou famosa com a série de jogos The Witcher e ganhou enorme reputação na indústria de jogos. Porém, antes mesmo da trilogia de Geralt ser fechada com o terceiro jogo em 2015, a produtora já começou a dar detalhes de seu próximo projeto original, Cyberpunk 2077. Com o primeiro teaser trailer lançado em 2013, este jogo logo se transformou em um dos mais aguardados do gênero ao prometer uma experiência única que mistura RPG, FPS e narrativa complexa situada em um inverso cyberpunk futurista. Após vários atrasos e um processo de desenvolvimento conturbado, o jogo foi lançado no final de 2020 e sofreu várias críticas pelos enormes problemas apresentados principalmente nas versões de console da geração passada. Eu finalmente terminei a campanha principal do jogo após dar bastante tempo para possíveis correções e resolvi deixar aqui minhas impressões da versão para PC.

Em termos de história, o jogo mostra V, um "golpista" que acaba se envolvendo com uma grande corporação e precisará lutar para tentar salvar sua vida. Existem diferentes formas de experimentar a trama e algumas escolhas irão afetar o caminho tomado, mas fica claro que existe uma linearidade na trama principal e poucos momentos em que realmente é possível alterar o desfecho de maneira significativa. Mesmo assim, o jogo traz uma história interessante e que irá entreter com excelentes interpretações vocais, com destaque para a presença marcante de Keanu Reeves como Johnny Silverhand.

Sem dúvidas o jogo é bem bonito e traz gráficos que irão exigir hardware de ponta para os que querem ter a melhor experiência possível, inclusive com nenhuma placa de vídeo atual conseguindo rodar o jogo com sobras na qualidade máxima. A qualidade visual é impressionante, seja dos personagens, do cenário ou dos efeitos. Temos aqui também a aplicação em peso da nova tecnologia de Ray Tracing para melhorar as reflexõe, sombras e iluminação em geral (mas só vale à pena habilitar para quem tiver uma placa da NVidia que também permita ligar o DLSS e recuperar o desempenho perdido). Os ambientes também são povoados por vários NPCs que sopram vida a Night City e ajudam ao jogador na imersão neste universo. A mecânica de usar veículos também adiciona um elemento de variação interessante. Porém, também fica claro que a produtora tentou abraçar o mundo e o jogo possui bugs que quebram esta imersão e prejudicam a experiência como um todo.

No quesito de jogabilidade, Cyberpunk inova ao incorporar todas as mecânicas de RPG ao gênero de FPS e dar total liberdade para se escolher a forma desejada de jogar: stealth ou com mais ação; armas de fogo ou brancas. O combate é interessante e traz pontos inovadores principalmente com as habilidades de hackeamento. Porém, a inteligência artificial é fraca e os combates não trazem muitos desafios, ficando repetitivos após algum tempo. O mesmo vale para as interações no trânsito e a falta de uma inteligência artificial mais aprimorada subtrai do resultado final.

Com uma campanha principal longa e interessante, o jogo consegue entreter apesar dos bugs e das limitações explicadas anteriormente. Certamente a versão de PC é a mais estável e deve ser a forma escolhida pelo menos até serem lançadas as versões para os consoles de nova geração. O que fica claro é que temos aqui uma série de ideias interessantes em um projeto bastante ambicioso que não consegue cumprir todas as promessas. Faltou tempo para aprimorar vários aspectos do jogo para que ele pudesse entregar tudo o que prometeu, mas ainda assim temos uma excelente experiência em termos visuais e de jogabilidade que monta um universo bem complexo e interessante.

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