Série da vez:Estação Onze(2021-2022)
Em uma curiosa história lá de 2014, uma gripe mata boa parte da Humanidade. E um grupo decide formar uma trupe teatral para não permitir morrer o nosso lado humano. E no centro disso tudo há Kristen, a história sobre a Estação Onze e... Shakespeare. Confira do que se trata tudo isso, sem spoilers, na crítica abaixo.
"Sobreviver não é suficiente" |
Antes um aviso sincero. Eu comecei a série sabendo que era um drama. Okey. Mas me prometeram comédia, alguns momentos leves e poéticos e tudo mais. Tecnicamente essa série tem tudo isso. Porém, é um drama. E pior, é quase como uma sessão de terapia sobre uma pandemia. Tanto que frente ao livro que a série foi baseada, há muito menos detalhes sobre a queda da sociedade como conhecemos porque sentimos bem esse medo. Contudo, é também uma constatação de que o cenário poderia ter sido muito, muito pior(mesmo com o enorme custo em vidas que essa doença levou), ainda que estejamos agora ainda em uma crise sanitária grave em andamento, com o número de casos muito alto, ainda que, antes de tudo, graças ao esforço heroico dos profissionais de saúde e as vacinas não vemos um número pavoroso de mortes de antes. Apesar de tudo isso, é bem assustador ainda ver o que poderia ter sido. Ou seja, há alguns gatilhos para alguns mais sensíveis sobre esse tema.
Sobre a história temos Kristen que estava participando de uma peça de teatro com gente famosa quando ela tinha oito anos até que o personagem principal morre em cena. O único que rapidamente agiu percebendo o ataque cardíaco que o ator estava sofrendo foi Jeevan que de repente se vê responsável por Kristen frente a toda aquela confusão. E para piorar, tudo isso ocorre justamente quando a crise de gripe mundial fica fora de controle e os dois se veem perdidos e acabam indo para a casa do irmão de Jeevan, Frank, de acordo com a orientação da irmã dos dois que é médica e constata que é uma situação gravíssima.
E tudo isso tem contornos épicos mesmo nos seus poucos 10 episódios, a grande maioria perto de 50 minutos de duração, não por grandes efeitos especiais(que com certeza foram usados nos cenários de fundo para mostrar a passagem do tempo, o que ficou excelente), mas pela interpretação dos atores que é excelente, aí principalmente por Mackenzie Davis como Kirsten, Himesh Patel como Jeeavan, Matilda Lawler como a jovem Kirsten(essa aí realmente promete muuuito), Nabhaan Rizwan como o confuso Frank e David Wilmot como Clark, a catalizadora de toda a história Danielle Deadwyler como Miranda Carroll. E claro, Daniel Zovatto como O Profeta, que é bem perturbador com um papel quase como de flautista dos ratos.
Outra característica que separa de alguma outra história de zumbis ou coisa parecida, é o foco na relação das pessoas, como elas se influenciam para o bem, ou para o mal, curiosamente quase como uma roda que pode envolver o mundo inteiro. E às vezes por muito, muito tempo depois ainda com consequências. E não tem como não falar em quão bem feita é a fotografia dessa série. Há momentos poéticos muito bem produzidos em momentos mágicos da história.
Resumindo, seria injusto falar que é algo como This is Us se encontrasse com a primeira parte de Walking Dead, já que há uma parte de lição, aprendizado, ao longo do período sobre o que passamos, infelizmente não todos, o que poderia ter sido, mas principalmente o que temos hoje em dia. E como é importante ser grato pelo o que temos. Vai ser muito melhor ver essa série anos depois quem sabe. Provavelmente vou coloca-la como uma das que eu não quero ver nem tão cedo por ser de certa forma dolorosa, porém grato por ter tido a experiência. É um drama você vê um motivo e provavelmente sai melhor do outro lado. Disponível na HBO Max.
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