Série da vez: Invasão (Primeira Temporada - 2021)

 

Uma série de ficção que confunde suspense com enrolação e que erra ao focar demais no drama

                                                                                                                                         

Nota IMDb: 5,9 (até o dia da postagem) (IMDb)

Título original: Invasion

Criadores: Simon Kinberg, David Weil

Estrelas: Golshifteh Farahani, Shamier Anderson, Shioli Kutsuna

Crítica: Michael

A temática de invasão alienígena já foi explorada em várias ocasiões no cinema e na tv, com clássicos como 'Guerra do Mundos', 'V' e até mesmo 'Arquivos X' como alguns dos representantes. A premissa deste novo seriado original a Apple TV+ procura trazer algo diferente ao gênero, apostando em uma pegada bem mais dramática focando no suspense, em uma raça alienígena com aspectos inovadores e com efeitos especiais caprichados.  Porém, com seu corte extremamente mal feito que deixa cenas de contemplação longas demais e uma trama que só anda mesmo nos dois últimos episódios, o seriado acaba se distanciando do tema da invasão alienígena que não passa de um pano de fundo para o desenrolar de dramas que se mostram deslocados e forçados em uma série de ficção.

A primeira temporada começa até muito bem com a apresentação de alguns personagens interessantes, como o interpretado por Sam Neil, um xerife de uma cidade pequena que está prestes a se aposentar e sente que ainda não teve o seu "grande caso" durante sua carreira. Quando a invasão começa a se desenrolar, ele se envolve em uma investigação que parece o levar a uma descoberta importante, mas assim que sua trama se abre ele é simplesmente "deixado de lado" sem uma devida explicação. Este é apenas um dos exemplos de erros cometidos por esta série que demora demais para apresentar os alienígenas e suas intenções. Isso no começo até funciona bem e ajuda no suspense, mas com as cenas dramáticas tomando muito mais tempo do que o necessário e a trama demorando para decolar, fica um gosto ruim na boca de que foi mais enrolação do que conteúdo e de que o que foi apresentado em dez episódios caberia tranquilamente em cinco.

E isso é realmente uma pena porque a qualidade de produção é excelente e temos efeitos dignos de produções grandes de hollywood. O elenco também não decepciona, apesar de faltarem rostos conhecidos. Destaque para as performances de: Golshifteh Farahani como uma mãe que precisa superar as dificuldades no casamento para sobreviver à invasão com a família; Shamier Anderson como um soldado americano perseguido por um fantasma do passado; e Shioli Kutsuna como uma operadora de rádio da agência espacial japonesa que vive um romance secreto com uma compatriota astronauta.

Apenas nos dois últimos episódios a série pega um ritmo interessante, mas ainda insiste em alongar cenas dramáticas. Em determinado momento até parecia que a trama poderia ser encerrada já na primeira temporada e talvez isso fosse até a melhor escolha devido à recepção negativa em geral, mas os criadores decidiram deixar um enorme gancho para caso uma segunda temporada seja encomendada. As chances de isso acontecer são bem pequenas e com razão se analisarmos o resultado final do investimento que foi feito e que coloca esta série, infelizmente, no hall de chances perdidas do gênero.

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