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No Netflix:7 Prisioneiros(2021)

Nesse relato de condições análogas à escravidão, o convite a reflexão sobre a realidade oculta de muitas cidades também é um explicação história de muita coisa da nossa identidade. Confira acertos e erros dessa produção que quase foi o candidato ao Oscar do Brasil para 2022 na crítica abaixo

Nada é barato a toa! Alguém perde muito com isso sem dúvida


Nota IMDb: 7,1 (até o dia da postagem) (IMDb)
Ano de Lançamento: 2021
Diretor: Alexandre Moratto(diretor brasileiro-americano responsável pelo duro Sócrates(2018) com protagonismo de Christian Malheiros, curta Our Brazil)
Estrelas: Christian Malheiros(Mateus), Rodrigo Santoro(Luca), Josias Duarte(Rodiney) Clayton Mariano(Bianchi), Lucas Oranmian(Isaque) e outras estrelas.
Crítica: Dissonantbr

O biênio 2020/2021 não está sendo fácil. Está chegando à reta final e também junto à NetFlix uma das grandes promessa do cinema nacional com um tema difícil: o trafico de pessoas e condições de trabalho sub-humanas e próximas à escravidão. Com um excelente elenco, destacando-se os dois protagonistas, Rodrigo Santoro e o já forjado por papéis difíceis Christian Malheiros, somos convidados a ver a cidade que ninguém vê, ou finge que não vê mas, como é dito no filme, a cidade necessita.

No roteiro vemos rapazes sendo levados à cidade com a promessa de um bom emprego, tem seus documentos apreendidos, nenhum contrato firmado, presos a dívidas absurdas como aluguel abusivo e obrigatório, aluguel das ferramentas, comida e banho, além do ponto mais importante: eles não podem abandonar o lugar de trabalho, sendo na prática prisioneiros. Mais adiante se vê a intrincada cadeia de corrupção e violência que alimenta o esquema e destrói os sonhos e as vidas de muitos.

Inquestionavelmente necessário, o filme quiçá erra ironicamente em ser real demais, inclusive com a dicotomia entre agressor(Luca) e vítima(Matheus). Um roteiro que trabalhasse de alguma forma melhor isso talvez tivesse mais sucesso em atenuar um peso no espectador médio. Às vezes a ideia era justamente essa, porque sim, vários aspectos sobre trabalho e , principalmente, valor do fruto do mesmo são discutidos no filme, mas a oportunidade de criar empatia com o drama alheio, isso é uma arte. 

Porque infelizmente não temos como não comparar O Parasita coreano com essa obra, ambos discutindo desigualdades, o trabalho e a desumanização, sobre realidades tão diferentes e com vários pontos de dor compartilhados. Mas um soube envolver dentro de uma história e outro beira de tão real que é quase um documentário. Porque várias partes representam inúmeras histórias reais que acontecem em várias capitais do país. Essa diferença quiçá explique porque no final não foi selecionado como o candidato ao Oscar. 

Resumindo, não são as pequenas falhas na engenharia de som, o produção simples(mas efetiva), que restringem o filme, mas quiçá o soco no estômago, tal qual o personagem Matheus no início da obra, o clima pesado, a tensão, a tristeza, tudo isso tão familiar entre imigrantes, italianos, japoneses, nordestinos, haitianos, bolivianos, entre tantos outros que por fim clamam para que questionemos se o que pagamos é justo, se é de origem comprovada e que seja o Estado vigilante para evitar tamanha selvageria. Obrigatório, porém poderia ser, de alguma forma, mais envolvente , mesmo sendo pesado. Quem sabe muitas décadas depois, em um outro Brasil isso seja apenas um registro histórico não tão atual. Disponível na NetFlix.




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