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Filme da vez: Matrix Ressurrections (2021)

Uma continuação desnecessária que exagera nas meta referências e no apelo nostálgico

                                                                                                                

Nota IMDb: 5,8 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: The Matrix Resurrections
Ano de Lançamento: 2021
Diretor: Lana Wachowski
Estrelas: Keanu Reeves, Carrie-Anne Moss, Yahya Abdul-Mateen II
Sinopse: Regresse a um mundo de duas realidades: uma, a vida quotidiana; a outra, o que fica para trás. Para descobrir se a sua realidade é uma construção, para se conhecer a si próprio, o Sr. Anderson terá que seguir o coelho branco.
Crítica: Michael

Quando o primeiro filme Matrix foi lançado em 1999 ele trouxe uma revolução ao gênero de ação com uma história inovadora, ação de primeira e efeitos especiais pioneiros. Até hoje ele é considerado um filme quase perfeito e foi a experiência mais marcante que tive em uma sala de cinema (veja mais sobre isso aqui). E mesmo que suas duas continuações que fecharam a trilogia não tenham recebido o mesmo reconhecimento, pelo menos elas mantiveram um nível elevado de ação e conseguiram fechar o arco que foi iniciado. Até recentemente um quarto filme estava fora de questão, mas quando a Warner começou um projeto para reiniciar a franquia, um dos seus criadores, Lana Wachowski, resolveu ceder e fazer uma continuação. O resultado é uma verdadeira colcha de retalhos e ainda que tenha algumas boas ideias elas são enterradas por uma execução ruim e que exagera na nostalgia e nas meta referências.

A história mostra que após a paz estabelecida no final do terceiro filme, as máquinas brigaram entre si por conta da escassez de recursos e uma nova Matrix surgiu para aprisionar novamente os seres humanos. E, para maximizar os resultados, Neo e Trinity foram ressuscitados e aprisionados nela com suas memórias "apagadas". O roteiro está repleto de meta referências e destaca a influência negativa no processo criativo por conta de pressão por mais conteúdo para vender. Ele também não deixa de jogar na cara o caráter binário das decisões e da ilusão de autocontrole. Isso sem falar das várias cenas coladas dos primeiros filmes que são usadas como flashbacks, mas acabam demonstrando um apego excessivo à nostalgia para tentar convencer os fãs que existe uma continuidade. As adições ao "lore" Matrix usadas para atualizar a historia também não surtem o efeito desejado. No final temos uma verdadeira colcha de retalhos com algumas ideias boas executadas de maneira equivocada e vários furos enormes em uma história que repete a fórmula do primeiro filme ao ponto de ser irritante e até ofensivo à inteligência do espectador. Ao tentar fugir de um reboot, Lana praticamente reinicia a franquia e a deixa no mesmo ponto que o primeiro filma acaba, mas com atores envelhecidos e sem muita perspectiva de um futuro no gênero.

Um dos pontos fortes da franquia Matrix sempre foram as cenas de luta e ação, mas aqui infelizmente elas são mais escassas apesar do longo tempo de duração da película. E as poucas cenas marcantes pecam por exagerar nos efeitos digitais e pela queda na qualidade das coreografias lendárias que os três primeiros filmes apresentaram. Pelo menos os efeitos especiais em geral são de boa qualidade.

Em termos de elenco, temos o retorno de Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss como Neo e Trinity. O roteiro não ajuda muito e ainda que eles continuem se superando nas cenas de luta, fica claro que a idade trouxe grandes restrições e aumentou a necessidade de uso de efeitos e dublês, principalmente para Carrie-Anne. O grande pecado está no não retorno de Lawrence Fishburne e Hugo Weaving. Ambos são substituídos por atores mais novos e, mesmo que eles se esforcem e mereçam algum reconhecimento, faltou a eles o carisma que emanava dos poros dos seus antecessores.

Este filme lembra muito o que aconteceu com a franquia Star Wars no Episódio VII. A pressão do estúdio para extrair mais dinheiro de um universo adorado pelos fãs acaba gerando um filme que tenta se atualizar para uma nova geração, mas tropeça ao copiar uma fórmula e não conseguir justificar sua existência. Ainda que Lana tenha inserido tudo isso em referências no roteiro, não é suficiente para provar sua necessidade e nem ajuda a diminuir o impacto negativo que o filme causa nesta franquia tão adorada pelos fãs. O final deixa pontas para possíveis continuações, mas a recepção negativa de fãs e crítica e a baixa bilheteria devem engavetar estes planos. Uma pena que Neo e Trinity tenham sido ressuscitados sem um motivo válido e acabem esquecidos em um estado pior do que estavam no final do terceiro filme. 

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2 comentários:

  1. Ótima análise Mr. Anderson. Acabei de assistir e vim aqui olhar o que tinham escrito. 😎👌. O final desse filme foi triste de se ver.

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    1. Opa, muito obrigado. Realmente foi bem desnecessário esse filme.

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