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Filme da vez: A Vida é Agora (2021)

Uma mistura de comédia com drama leve que só não é melhor por falta de talentos além da dupla de protagonistas

                                                                                                           

Nota IMDb: 6,5 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Here Today
Ano de Lançamento: 2021
Diretor: Billy Crystal
Estrelas: Billy Crystal, Tiffany Haddish, Dierdre Friel
Sinopse: Um veterano escritor de comédia forma uma amizade improvável, mas hilária e comovente, com uma cantora de Nova York. Em pouco tempo, eles encontram um no outro uma espécie de alma gêmea.
Crítica: Michael

A comédia e o que faz as pessoas rirem quase sempre são um reflexo da cultura e dos costumes de cada época. Nem sempre o que era engraçado antes continua sendo e muitas coisas hilárias de hoje não fariam sentido no passado. Porém, existe um estilo de comédia que é universal e que pode transcender o tempo: aquela que lida com situações do cotidiano e que usa as palavras de forma inteligente para acentuar ou distorcer esses momentos. O novo filme estrelado e dirigido por Billy Cristal, um dos ícones da comédia nos anos oitenta e noventa e que hoje é visto por muitos como ultrapassado, trata justamente desse tema e também da importância de termos pessoas ao nosso lado nos momentos difíceis.

O filme mostra um escritor e comediante que criou obras de grande sucesso no passado, mas que agora se sente deslocado ao ver o que é considerado engraçado pela geração atual. Além disso, ele precisa lidar com uma doença que apaga sua personalidade aos poucos e o faz esquecer de todos à sua volta. Em uma época de humor extremamente apelativo e baseado em memes, o filme traz uma discussão interessante sobre os limites e o bom gosto do que deve ser apresentado como comédia. Sem dúvidas é uma parte de Billy Cristal sendo projetada na tela, uma vez que sua carreira decaiu bastante desde os tempos de 'Harry e Sally - Feitos Um para o Outro' ou de 'Máfia no Divã'. Outro assunto que a trama mostra é a demência e seus efeitos sobre a vida do afetado, mas aqui o tratamento é bastante superficial e nem se aproxima do que vimos em 'Meu Pai' que rendeu um merecido Oscar a Anthony Hopkins (do qual falamos aqui).

O maior defeito do filme é a falta de um elenco com mais talento para ajudar Cristal e Tiffany a segurar a trama. Os dois roubam a cena e carregam o filme sozinhos. Billy Cristal continua com seu estilo de humor leve e simpático, mas surpreende em algumas cenas mais dramáticas. Tiffany Haddish enche a tela com sua simpatia e energia, ainda que mais uma vez sofra com um retrato um tanto estereotipado. Pena que o resto do elenco não conseguiu igualar suas performances e isso subtrai do resultado final que poderia ter sido ainda melhor.

E o que temos no fim é uma mistura de comédia com drama leve que, apesar de tratar de um tema bem pesado, o faz de uma forma extremamente otimista e que faz com que o espectador se sinta bem no final. Além disso, mesmo com cara e jeito de "home vídeo", ele oferece uma boa chance de rir um pouco com um humor menos apelativo do que o que vemos geralmente por aí hoje em dia.

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