Série da vez:Falcão e o Soldado Invernal(2021)
Em uma série lado B, com tanto potencial, tanta pressão e , por um lado legado, ainda vai dar muito o que falar e é um marco apesar de todos os problemas. Descubra reflexões desse novo jeito de fazer o de sempre na Marvel, sem spoilers, na crítica abaixo.
A série que vai refletir lá na frente no MCU |
Nota IMDb: 7,8 (até o dia da postagem) (IMDb)
Ano de Lançamento: 2021
Criador: Malcolm Spellman(Empire: Fama e Poder(2015-2017) e está como roterista também do Capitão América 4)
Estrelas: Anthony Mackie(como Sam Wilson(Falcão), Sebastian Stan(como Buck Barnes/Soldado Invernal), Wyatt Russel(como John Walker), Erin Kellyman(como Karli Morgenthau), Daniel Brühl(como Barão Zemo), Danny Ramirez(como Joaquin Torres), entre outras estrelas.
Crítica: Dissonant
Como plot, vemos parte das consequências pós Vingadores Endgame, onde a metade da população da Terra volta e como isso não foi uma boa notícia para vários que foram convidados a emigrar para suprir a ausência de quem sumiu do nada. Também para Bucky Barnes é um momento de tentar encarar o passado de vários crimes e procurar um novo significado. Por fim a própria América se sente carente com a ausência do Capitão América e é uma oportunidade de ouro para outros lucrarem em cima disso.
Uma grande virtude da Marvel é conseguir fazer uma dupla de personagens secundários ganhar importância e inclusive tomar outros rumos na série, inclusive ousando em alguns aspectos. E já não para criar uma expectativa irreal, quem for ver essa série tem que entender que é complicado relacionar tanta pressão não só de coerência no Universo Marvel em termos de roteiro, mas principalmente entender o aspecto global de uma obra desse tipo. Porque tocar em alguns aspectos é comprar briga com países e perder patrocinadores como já ocorreu dezenas de vezes no ano passado com empresas americanas e a China(o exemplo mais notório é a NBA).
Por isso outra coisa que o espectador vai perceber é a mudança de tom nos primeiros capítulos. Tocando em aspectos práticos sobre preconceito, culpa, depressão econômica, poder(seja militar ou midiático), o tom sério em alguns momentos pode ter sido a escolha pela diretora Kari Skogland(famosa tratar de temas espinhosos como A Voz Mais Forte - O Escândalo de Roger Ailes(2019), O Conto de Aia(2017-2018), O Espião(2008)), mais ligando a ação e sempre tentando manter um delicado equilíbrio para não tornar a série séria demais.
E quem vai atrás de ação, vai encontrar sim, com alguns momentos que não devem em nada para grandes produções da franquia(e olha como se faz Legado de Jupiter!), uma linha narrativa que mantem um suspense, com lá seus soluços em ritmo, ainda que no geral tenha um desempenho muito bom. Bons personagens secundários(e ponto da Disney em lançar um episódio por semana já que as divertidas teorias de quem iria aparecer em seguida foi parte da diversão sem dúvida), um ou outro vacilo em umas simplificações, MAS... o grande problema, que não é um spoiler, já que na minha opinião deveria ter sido inclusive papel dos trailers seria uma apresentação da série(que é curta já que tem apenas 6 episódios de uns 40 e poucos minutos), situando melhor o espectador no grande problema da série. Os chamados Flag Smashers(os destruidores de bandeiras em uma tradução livre...:P), com o seu lema Um Mundo, Um Povo não consegue se explicar bem na própria série. Uns 3 minutinhos de resumo explicando que imigrantes começaram a ser bem vindos em vários países, porém tudo mudou quando a população voltou, seria algo legal de se fazer até mesmo depois do lançamento(como fosse uma "correção" necessária a mesma).
Temos também que destacar a parceria entre os personagens Sam Wilson(Falcão) e Sebastian Stan(Buck Barnes/Soldado Invernal) naquele velho truque de parceiros improváveis que vão se entendendo e se tornam inseparáveis. Outro destaque vai para Daniel Brühl como Barão Zemo que rendeu mais do que um meme, também bons momentos.
E claro, o grande ganho da série é ir além de falar sobre poder e a capacidade de fazer o bem em situações fantásticas, mas principalmente tocar sobre o preconceito. Em alguns episódios de forma excelente, mas perdendo o gás ao longo da série, não espere muito de um momento no final que acho que foi aquela retomada do controle por parte dos produtores da Disney. Fica algo tão dissonante que pra mim fica clara a intervenção de mãos de fora da série. Mesmo assim é uma senhora evolução. Bônus com a ligação com uma triste história real americana.
Resumindo, pra quem quer se divertir, entender o que vai acontecer daqui pra frente na Marvel, ver uma possibilidade de discursão mais que necessária sobre racismo sem ser algo chato, o peso de muitos e muitos dólares e expertise em efeitos especiais, e, claro, ver eventos que vão redefinir Os Vingadores. Curiosamente a série deveria ter sido vista depois do ainda inédito "Viúva Negra" que foi adiada por causa da pandemia. Vale conferir e tomara que sirva como exemplo de coragem para voltar a refletir anseios de um mundo melhor no mundo de super-heróis.
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