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Filme da vez: Meu Pai (2020)

  

Um retrato impactante e comovente da demência na velhice

                                                                                          

Nota IMDb: 8,3 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: The Father
Ano de Lançamento: 2020
Diretor: Florian Zeller
Estrelas:  Anthony Hopkins, Olivia Colman, Mark Gatiss
Sinopse: Em Meu Pai, um homem idoso recusa toda a ajuda de sua filha à medida que envelhece. Ela está se mudando para Paris e precisa garantir os cuidados dele enquanto estiver fora, buscando encontrar alguém para cuidar do pai. Ao tentar entender suas mudanças, ele começa a duvidar de seus entes queridos, de sua própria mente e até mesmo da estrutura da realidade.
Crítica: Michael

O tempo passa para todos. Esta é uma verdade universal e independe de raça ou classe social. Um dia todos nós enfrentaremos a velhice e, infelizmente para alguns, ela pode ser um período complicado nos casos onde há falta de saúde, principalmente mental. Este filme trata justamente deste tema e consegue mostrar através de um roteiro brilhante e uma montagem inteligente a situação frágil de um idoso que começa a sofrer com o que parece ser Alzheimer, uma grave doença degenerativa do cérebro que faz com que a pessoa perca a memória progressivamente.

A trama foca em Anthony (interpretado pelo veterano Anthony Hopkins), um idoso que passou a morar com a filha depois de começar a apresentar os sintomas de demência. Quando ela precisa se mudar de cidade, ele resiste a todas as tentativas de cuidadoras e sua situação parece insolúvel. A grande diferença aqui é que o espectador vê tudo na perspectiva de Anthony e a montagem é feita de forma inteligente para acentuar os conflitos que ele passa ao ver sua realidade desmoronando aos poucos, fazendo com que ele duvide primeiro das outras pessoas e depois da sua própria sanidade. Fatos que são contados em ordem inversa. Conversas que se repetem. Pessoas que mudam de rosto. Lugares que são redecorados. E à medida que isso progride vamos acompanhando o desespero de Anthony e sentindo em nossa pele como é devastador uma pessoa perder primeiro sua independência e depois sua identidade. 

E o grande motor por trás desse impacto que o filme tem é a performance simplesmente impecável de Sir Anthony Hopkins. Aos 83 anos de idade, período em que muitos atores famosos como ele já estariam aposentados, Hopkins traz uma de suas atuações mais comoventes no cinema e em vários momentos do filme me fez acreditar que ele realmente estava passando por tudo aquilo e duvidar de sua sanidade mental. Tanto que ele conseguiu, merecidamente, superar o grande favorito à estatueta do Oscar na categoria, o falecido Chadwick Boseman. Destaque também para a talentosa Olivia Colman em uma participação menor, mas muito inspirada.

Estamos diante de um dos melhores dramas da última década e de uma das atuações mais comoventes de um protagonista idoso. Para aqueles que possuem pais com idade avançada, talvez seja uma experiência dura, mas ainda assim enriquecedora. Sem dúvidas é um relato impactante que irá emocionar todos os que contemplam a velhice e quem sabe até gerar uma maior empatia com aqueles que estejam sofrendo de demência na idade avançada. 

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