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No NetFlix:Tigre Branco(2021)

Adaptação do visceral livro de Aravind Adiga, a divertida e sarcástica trajetória de Balram em um processo de metamorfose rende um filme de reflexões e quem sabe transformação do espectador. Confira mais detalhes na crítica abaixo 

Sweet dreams are made of this



Nota IMDb: 7,2 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: The White Tiger(2021)
Ano de Lançamento: 2021
Diretor: Ramin Bahrani(polêmico e premiado diretor americano de Man Push Cart(2005), 99 Casas(2014, muito bom e agora no NetFlix) e o mais ou menos Fahrenheit 451(2018))
Estrelas:  Adarsh Gourav(arrebentando como Balram), Rajkummar Rao(como Ashok), Priyanka Chopra(como Pinky Madam), Vedant Sinha(como Dharam),  entre outras estrelas.
Sinopse: Em uma bipartida jornada de Balram entre ser uma galinha ou um Tigre Branco na sociedade, somos apresentados aos dilemas, felicidades, xeques e decisões que vão fazer muita gente pensar: "por que tem que ser assim?".
Crítica: Dissonantbr


O livro de Aravind Adiga causou muita polêmica entre os indianos, e faturou vários prêmios, inclusive o Booker Prize de 2008. Tanto que ele veio a ganhar a famosa capa igual do filme como pode ser vista aqui. Eu li em 2012 e fiquei muito impressionado. Ainda mais porque eu tive a oportunidade de trabalhar com indianos e me assustou a diversidade e riqueza cultural, mas também com as dificuldades e o sistema de sociedade de castas. Porém o que mais me impressionou no livro foi muito bem transplantado para o filme se a pessoa tiver a perspicácia de observar entre as entrelinhas. 

E a história começa na curiosa série de cartas(no filme emails) ao primeiro-ministro chinês que está de visita à Índia de como Balram se tornou de serviçal para um bem sucedido empresário , assim como uma introdução à sociedade indiana. Da infância pobre e adolescência não muito promissora, a oportunidade de virar um motorista de uma família importante em sua cidade natal, uma série de eventos vai forçar o protagonista à aceitar seu destino ou virar algo raro entre milhões de servos como ele.

Claro que se for possível ler o livro primeiro antes do filme é sempre bom, contudo além de coassinar o roteiro, o autor é amigo do diretor já no tempo de faculdade e a essência dele está bem apresentada na projeção. E como maior crítica de vários, principalmente indianos, há uma simplificação e generalização de uma sociedade complexa e  antiga. Outra coisa que deve ser levada em consideração, na época(2007/8) a Índia se aproximava da China(hoje rival a ponto de quase guerra) e algumas mudanças políticas importantes terem mudado as coisas(não afirmo que melhorou ou piorou. Só que faltam dados). 

Ainda assim, o filme vai ser comparado com O Parasita sendo que ele veio muito antes como denuncia, assim como Cidade de Deus para nós e como contra ponto do famoso Quem Quer Ser Um Milionário?(ironicamente de 2008). E já adianto, muita gente vai curtir a primeira parte pelo estilo irônico, ácido, rápido, porém ainda bem menos dark do que a segunda parte. E mesmo assim, é pra isso que o espectador é chamado e ele convida ir muito além do clichê. É onde o espectador deve prestar mais atenção no que realmente o narrador está falando.

Vale sem dúvida como recomendação não só pelo show de interpretação de Adarsh Gourav, pela denuncia social, mas principalmente para a justa reflexão de o que se espera quando não se dá a perspectiva e a justa esperança de um futuro melhor. Muitos vão simplificar pensando ser uma realidade indiana, porém hoje em dia em um mundo tão desigual, com hiper fortunas e pessoas na miséria, fica uma grande pergunta: até quando aceitar um sistema social rígido, em castas, sejam elas formais ou não. E isso é bem mais global que muita gente pensa. Disponível no NetFlix.



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