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Filme da vez: Relatos do Mundo (2020)

Um filme que trata de temas polêmicos através de uma história comovente e inspiradora.

                                                                                         

Nota IMDb: 6,9 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: News of the World
Ano de Lançamento: 2020
Diretor:  Paul Greengrass
Estrelas: Tom Hanks, Helena Zengel, Tom Astor
Sinopse: Em Relatos do Mundo, no ano de 1870, o Capitão Jefferson Kyle Kidd, um viúvo que já lutou em duas guerras, viaja através do Texas oferecendo notícias do mundo para as pessoas, apesar dos jornais estarem se tornando cada vez mais acessíveis. Ele aceita uma proposta para levar uma menina de 10 anos, Johanna, até seus familiares. Criada pela tribo Kiowa, ela não conhece sua família e tem um comportamento hostil com as pessoas ao seu redor, mas acaba criando um vínculo com Kidd, forçando os dois a lidarem com as difíceis escolhas sobre o futuro.
Crítica: Michael

O período de pós Guerra Civil nos Estados Unidos foi bastante conturbado e, apesar de muitas vezes ter sido retratado no cinema em filmes de faroeste, poucas vezes vimos uma representação que trouxesse as questões mais profundas como a divisão nacional entre norte e sul, o preconceito racial e a questão do massacre dos índios, talvez porque, apesar de já ter se passado tanto tempo, esta seja uma ferida ainda aberta na história norte-americana. Ainda que este filme poupe o espectador dos detalhes mais gráficos e pesados, ele tenta justamente retratar algumas dessas questões e faz isso contando uma história comovente e inspiradora.

A trama mostra um capitão do sul "aposentado" que ganha a vida viajando de cidade em cidade e lendo as notícias locais e nacionais em troca de dinheiro. Um dia, ele encontra uma menina abandonada que havia sido raptada por índios ainda muita nova e, após sua família indígena ter sido morta, ela precisa ser devolvida a seus parentes mais próximos. Essa tarefa acaba caindo sobre o capitão e nesta jornada ele precisará lutar contra inimigos e contra os fantasmas do seu passado.

Como disse antes, a história se passa no período pós guerra civil e o filme não foge de trazer alguns assuntos polêmicos do período, mas faz isso sem apelar para a violência e ao meu ver foi uma decisão muito acertada pois permite que ele atinja um público muito mais amplo. A produção não deixa a desejar e traz uma belíssima natureza como pano de fundo. Além disso, a dinâmica entre o capitão e a menina é muito bem conduzida e traz a dose certa de empatia para prender o espectador. Isso sem falar dos momentos mais comoventes onde a capacidade dramática da dupla é testada e entrega o esperado.

E isso só funciona porque temos uma química muito boa entre o astro Tom Hanks, já acostumado a carregar filmes mais dramáticos, com a pequenina Helena Zengel. A atriz mirim se mostrou a escolha perfeita para o papel e não deixa a desejar, conseguindo seguir Hanks até mesmo nas cenas mais difíceis.

O resultado é um filme bem interessante e que certamente irá receber reconhecimento da crítica e talvez até ser indicado para algumas premiações. Ele segue muito bem o padrão de filmes ganhadores de Oscar, ainda que ultimamente isso seja algo meio discutível. Porém, vale principalmente pela exploração com um visão diferente de um gênero que já foi quase abandonado. Sua representação mais realista de uma época muitas vezes romantizada é bem vinda e ajuda a reabrir algumas discussões que continuam sendo atuais. Afinal, a única forma de não repetirmos os erros do passado é aprender com eles. 


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