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Documentário da Vez: Minimalismo - Um Documentário sobre coisas importantes (2015) e Minimalismo já(2021)

Início de ano, vida nova e quiçá novas atitudes. E vem a calhar a dupla de documentários sobre o movimento minimalista e o que isso pode nos tornar mais felizes. A sua medida. Descubra mais detalhes na crítica abaixo


Mais é menos(clássico :P)


Nota IMDb: 6,7 para o filme de 2015(até o dia da postagem) (IMDb) e 6.0 para a versão 2021(IMDb)
Título original: Minimalism:A Documentary About the Important Things e The Minimalists: Less Is Now(2021)
Ano de Lançamento: 2015/2020
Diretor: Matt D'Avella(das duas versões)
Estrelas:  Joshua Fields Milburn(nas duas edições) e seu amigo Ryan Nicodemus(nas duas edições), Dan Harris(autor do excelente 10% mais feliz), Rick Hanson, Patrick Rhone(autor do Enough), Graham Hill, entre outras estrelas.
Sinopse: Em uma dupla de documentários, do começo do movimento em 2015 até 2020 com sua atualização, acompanhamos dois amigos tentando provocar a reflexão sobre o que valorizamos e o que isso realmente nos trás como riqueza.
Crítica: Dissonantbr


Os EUA não tem tido anos muito bons em termos econômicos para a maioria dos seus cidadãos. As grandes crises de 2003, 2008 e agora 2020/2021, só para listar as mais recentes castigou muito a chamada classe média que não é mais maioria depois pós Segunda Guerra... E lá culturalmente há toda uma cultura muito competitiva, onde quem tem mais é mais "bem sucedido". Claro, resultado de uma longa cadeira de marketing, a enorme quantidade de produtos e a geração de insaciedade refletida em sempre estar consumindo, com consequências ecológicas, psicológicas e sociais. E naquele clima de intervenção, o NetFlix sugeriu para mim, alguém que ia ser denunciado para o programa Acumuladores, o novo documentário sobre Minimalismo. E vou adiantar: né que é bem interessante?

Focado em dois amigos que acabam mudando de vida depois de um deles sofrer uma perda pessoal dupla no mesmo mês que o levou a questionar porque ter mais era uma meta de sucesso. E já vou logo avisando, há um momento meio "evangelizador" quase tipo novos vegetarianos, o que não é ruim desde que tenha limites. E curiosamente, mesmo no primeiro documentário, eles já sabem mostrar que na verdade é uma filosofia de vida que pode ser adotada progressivamente, sem extremismo. 

Ao longo do primeiro documentário, complementando o espectro da lógica de algo está errado de como os EUA vivem, e sua influencia no mundo, vemos filósofos, arquitetos, cientistas, economistas, jornalistas, pessoas que optaram e algumas que decidiram adotar um ou mais aspectos das filosofia, ganhando mais como pessoas e ironicamente sendo mais livres por terem menos. Como ponto alto, para enfatizar a mensagem final, o aviso do então presidente Jimmy Carter e a mensagem final Joshua Fields é realmente um convite sobre o consumo consciente. 

Já no segundo documentário, acho que para ser fiel a coisa minimalista, ao contrário do primeiro que tem 1 hora e 18 minutos, o novo tem apenas 53 minutos. Com uma formatação mais "express" ao minimalismo, formata as experiências anteriores dos protagonistas à proposta do movimento, e também atualiza com os problemas da nova crise e também da forma como a publicidade se adaptou à internet. E aí entra o interessante conceito da chamada publicidade deficitária que funciona assim: por meio de truques como usar celebridades, atletas ou situações irreais, uma indústria bilionária produz a ideia de deixar a pessoa se sentindo mal e inadequada, entrando aí o produto ou serviço para que venhamos a restaurar o equilíbrio. Você só pode ser aceito de novo nesse novo padrão se usar ou se associar a tal consumo de coisa ou serviço. Não é uma tática antiga, mas por meio de muitos dados e evoluções vem aproveitando das fragilidades psicológicas de muitas pessoas. 

Contudo o novo documentário peca pelo excesso de produção, que consegue formatar concisamente o conteúdo, porém deixando-o com um sentimento artificial. Quem ver o primeiro vai sentir bem do que eu estou falando. Outra coisa estranha é a definição de metas de coisas a serem liberadas como "a cada semana 3 coisas", o que não bate com um razoável conselho de ponderar a funcionalidade do que é usado e o que não faz mais sentido. Pode ser aquele método americano de quantificação para dar certo. Só a pessoa depois de uma consideração calma pode ter certeza sem o risco de tê-la que compra-la de novo. Mas enfim...

Resumindo, os dois documentários fazem sim o interessante convite de resignificar a função das coisas nas nossas vidas, não em detrimento das nossas relações interpessoais, sendo uma experiência mais interessante o primeiro de 2015 frente ao mais novo, porém , quase como uma forma de "condensação" o segundo serve como resumo e conselho à quem quer implementar isso. Vale conhecer, ambos disponíveis na NetFlix, como boa dica de inicio de ano. E também vale lembrar: se puder, doe para a sua comunidade, que é um bonito ato de retroalimentação de boas coisas.

PS: Curiosamente em nenhum deles cita o primeiro exemplo que eu vi de minimalista bem famoso que foi... Steve Jobs... Longe de ser um exemplo de pessoa em alguns aspectos, ele realmente focava em ter poucas coisas, discutia e ponderava cada compra, e ironicamente parte dessa filosofia migrou para os produtos da Apple, mesmo gerando toda a histeria que é criticada no filme... Irônico...








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