Eu faria assim: Filme de ficção científica - O Devorador de Ossos - Capítulo 10 - Parte 6
Mark finaliza a reentrada e sua vida está por um fio |
O calor dentro da Pioneer é intenso e
Mark está suando dentro de sua roupa espacial. Ele continua tentando abrir a
escotilha para acessar a Interceptor antes que seja tarde demais. O alarme
segue soando alto e a qualquer momento a Pioneer pode sucumbir à extrema
pressão da reentrada na atmosfera terrestre. Ele olha à sua volta em busca de
alguma coisa para usar como alavanca e de repente vê uma das ferramentas que se
assemelha a um martelo de ferro pulando próximo a ele devido à forte trepidação.
Ele então se estica, pega a ferramenta e a usa para forçar a abertura da
escotilha. Após fazer uma força extrema, a escotilha finalmente gira e ele
consegue abri-la, soltando um grito logo depois:
- Consegui!
Depois de fechar na escotilha novamente
e entrar rapidamente na Interceptor, Mark fala enquanto se senta na cadeira de
comando:
- Como estamos aí, “M”?
A resposta de M.A.I.C. é ouvida logo em
seguida, mas sua voz está falhando:
- Situação estrutural crítica. Elevado
risco de ruptura do casco.
Mark se prende na careira de comando e
diz:
- Certo, aguente firme e nos vemos lá
embaixo amigo. Desacoplamento manual.
Ele então puxa uma alavanca no painel
que desacopla a Interceptor da Pioneer e sente um tranco muito forte quando
elas se separam. Mark segura com força os controles da nave para mantê-la
estabilizada. O brilho causado pela reentrada invade o cockpit e cega Mark
momentaneamente e a vibração se intensifica. Mais alguns segundos se passam e
então o brilho começa a diminuir, assim como a trepidação. Pouco tempo depois,
o brilho cessa e o visor da nave é tomado pelo azul da atmosfera terrestre. Um
alívio toma conta de Mark e ele percebe que o pior já passou. Ele respira fundo
e antes mesmo que possa dizer algo escuta a voz de Peter preocupado pelo rádio:
- Nasa para Mark, responda. Nasa para
Mark, responda.
Mark então responde:
- Mark na escuta. São e salvo na
Interceptor e planando de volta para casa.
Pelo rádio Mark escuta a comemoração do
pessoal na sala de controle da Nasa e Peter grita eufórico:
- Graças a Deus! Seja bem-vindo, Mark!
Estávamos preocupados aqui porque já haviam se passado dois minutos do tempo de
silêncio de rádio previsto para reentrada.
Mark dá uma gargalhada e fala:
- Desculpe pelo susto, mas tive
complicações na Pioneer. Por falar nisso, com estamos aí na reentrada, “M”?
Tudo certo?
Nenhuma resposta é ouvida e Mark
insiste:
- M.A.I.C, na escuta? Responda amigo.
Mark então começa a olhar para os lados
à procura de algum sinal da Pioneer. Quando ele olha para cima, vê algo
assustador: destroços da nave vindo rapidamente em sua direção. O pior
aconteceu e a Pioneer não resistiu a reentrada. Não só isso, pois agora Mark
também corre sério risco de ser atingido por um dos pedaços. Ele sente um
aperto forte no peito porque sabe que isso significa que eles perderam o
M.A.I.C. Porém, ele sabe que precisa manter a concentração e grita no rádio:
- A Pioneer explodiu! Destroços vindo
em minha direção! Iniciando manobras evasivas!
Mark segura forte os comandos da
Interceptor e vai manobrando ela enquanto olha para cima e tenta evitar a
colisão com os destroços que começam a passar por ele. Porém, sua capacidade de
ação é limitada por estar apenas planando e quando uma quantidade maior de
pedaços se aproxima ele não consegue desviar. Um deles atinge a asa da
Interceptor e arranca mais da metade dela. A nave começa então a girar sem
controle e Mark grita:
- Fui atingido. Perdi o controle da
nave.
Peter se manifesta pelo rádio em tom
preocupado:
- Aguente firme Mark, em mais alguns
segundos você poderá acionar o paraquedas de emergência.
Porém, o giro da Interceptor se
intensifica e Mark sente uma forte tontura enquanto suas extremidades começam a
formigar. Ele tira as mãos dos controles da nave, fecha os olhos e agarra com
força seu sinto. Mark sente seu estômago embrulhado e uma forte dor de cabeça,
mas tenta resistir bravamente para não desmaiar e puxa o ar com força e
pausadamente. Quando ele está para desmaiar, escuta um grito pelo rádio:
- Acione o paraquedas! Agora!
Com extrema dificuldade, Mark abre os
olhos e estica o braço direito em direção à alavanca de acionamento manual do
paraquedas. A sua vista turva torna ainda mais complicado o procedimento, mas
ele consegue segurar a alavanca e, em sua última ação consciente, a puxa.
Depois disso, Mark não resiste e desmaia. A escuridão toma conta da sua mente e
a agitação dá lugar ao silêncio completo. Ele se entrega à paz que sente, mesmo
sem saber o que o destino lhe reserva.
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