Primeiras Impressões:Audible em 2020
Considerada como a experiência mais premium no mundo de audiobooks, será que vale a pena para um brasileirinho assinar esse serviço, ainda em dólar? Confira vantagens e desvantagens na crítica abaixo
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| Um serviço que ainda tem que ser adaptar ao Brasil |
Quando a Amazon foi confirmada para vir ao Brasil, estava ansioso por dois serviços em particular: a Amazon Prime Video, para concorrer com a NetFlix, e também pelo Audible. No final a mesma até surpreendeu trazendo um preço agressivo na assinatura e ainda alguns benefícios inesperados, porém a Audible veio igualzinha, inclusive nos preços...:(
Antes de analisarmos o serviço, temos que entender a motivação principal de usar tal serviço. E para isso temos que sair um pouco da caixa para um problema macro. Com as crises econômicas que o país viveu/vive, o real desvalorizou muito, o governo reduziu as compras em livros, tanto federal como estadual e municipal, além do mercado editorial que teve as compras de pessoas físicas reduzidas e grandes livrarias encontram o seu fim ou agonizam frente a competições contra empresas como a Amazon. Tudo isso resultou em um número de lançamentos muito menor a cada ano no Brasil, ainda que temos bravas exceções como a editora Darkside que até tem feito concursos(sem contar que sou mega fã dos trabalhos nos livros físicos deles. É uma grande exceção à digitalização do meu acervo).
E claro, o Audible tem excelentes concorrentes, que já trabalham com um esquema diferente de funcionamento, o que o bolso agradece. Explico: a maioria da concorrência trabalha com um esquema de assinatura que nem a NetFlix, onde você escuta o maior número de títulos que você puder dentro do seu tempo de assinante. Já a Audible tem três possibilidades hoje em dia:você pode pagar mensalmente um crédito, o que permite que você tenha acesso ao ser acervo e que compre com descontos novos, mas os livros tem que ser adquiridos ou pagando um preço diferenciado ou um crédito. Outra possibilidade é pagar um preço anual de 119,50 dólares por 12 créditos, com descontos nos novos livros. E por fim você pode pagar uma taxa só para manter acesso aos seus títulos, porém com descontos muito menores tanto pagando ou em novos créditos.
Eu particularmente decidi investir em um projeto e comprei alguns pacotes de 3 créditos, fazendo que cada um deles ou caísse para 9,90 dólares por crédito ou 11,90(o sistema percebe quando você está mais voraz e varia o custo do pacote).
Uma grande sacada, que há também em outros serviços de audiobooks, é usar um recurso que permita você acompanhar em texto o que está sendo dito, o que a Amazon chama de Audible Captions, sendo que é possível inclusive consultar o significado via um dicionário acoplado, contudo, aí vem uma sacanagem, você teria que pagar uma expansão do serviço, pagando uma taxa extra, isso quando o mesmo tem essa possibilidade. É possível observar uma demonstração aqui. É uma pena porque além de possibilidade uma maior acessibilidade, também seria uma poderosa ferramenta para quem está aprendendo um novo idioma. Contudo vale ressaltar que há concorrentes que tem essa funcionalidade sem esse custo adicional.
Outro ponto ruim é que o acervo é praticamente inexistente em Português/Brasil. Há uma enorme quantidade de títulos em Espanhol, mas se o pagante não tiver essa intenção, nem vale a pena, encontrando alternativas bem melhores em concorrentes adaptados ao Brasil. Outra coisa, é que a "posse"/'acesso" ao livro é condicionada à assinatura, isso sendo uma prática comum nos serviços de audiobook.
Resumindo, o Audible tem um custo elevado hoje em dia por ser em dólares, ainda que ocorra sempre promoções do dia(com títulos bons mesmo), além do famoso 2 por preço de 1, contudo além do problema do idioma, o custo final é proibitivo até pra quem mora no EUA. A boa notícia é que com a adoção cada vez maior do podcast no Brasil, o uso de audiobooks também crescido e também a concorrência está se mexendo e tomara que esse serviço seja adaptado para a nossa realidade. E que refloresça o mercado de livros no Brasil, ainda que a taxação nova venha no sentido contrário do que precisamos.
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