Anúncio 1

Últimos Posts

No NetFlix :Destacamento Blood(2020)

Ex-combatentes voltam depois de muitos anos para o Vietnã para resgatar os restos mortais de um amigo e um cobiçado butim. Confira o que esperar, sem spoilers, na crítica abaixo o novo filme de Spike Lee.

Mesmo com as pequenas imperfeições, é um bom filme


Nota IMDb: 6,9 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: The Last Days of American Crime(alguém nem teve o trabalho de traduzir. Mal sinal)
Ano de Lançamento: 2020
Diretor: Spike Lee(Faça a Coisa Certa(1989), Malcom X(1992), Ela quer Tudo(2017-2019), Infiltrado no Klan(2018), entre outros filmes)
Estrelas: Delroy Lindo(aqui como o polêmico e sobrevivente Paul),  Jonanthan Majors(como o filho de Paul), Clarke Peters(como o equilibrado Otis), Norm Lewis(como Eddie), Isiah Whilock Jr(como Melvin), Mélanie Thierry(como a pagadora Hedy), Johnny Nguyen(como o diga Vinh Tran), Jean Reno(como o francês Desroche), Chadwick Boseman(como o icônico Stormin' Norman) entre outras estrelas
Crítica: Dissonant



O conflito do Vietnã, muito bem retratado no Documentário com vários episódios que teve a crítica aqui, foi particularmente complexo para a comunidade negra. Estatisticamente eles foram escolhidos para ir ao conflito, furando a lógica de distribuição de tropas no conflito. E não só negros, mas pobres também eram destacados em lugares de combates mais ferozes e portanto com maior mortalidade. Tal pratica virou inspiração para uma das músicas mais famosas Fortunate Son, do Creedence Clearwater Revival, com a letra aqui.

Nesse filme, um grupo amigos do antigo Destacamento Blood, com opiniões bem diversas entre si, decide voltar à um lugar de uma missão mal sucedida para retornar os restos mortais de seu amigo, assim como um tesouro, uma espécie de compensação pelas feridas de guerra. E o custo e necessidade de retornar a um lugar que mudou muito, tem o impacto e redenção pra alguns.

E claro, tudo isso é pano de fundo para tratar não só do difícil retorno de um lugar de traumas, usando o clássico vai e vem no tempo por meio de flashbacks, assim como inserções de fatos históricos, de forma um pouco bagunçada e regada por boa música.  E falando em músicas, se estranha o uso de musicas épicas militares em alguns momentos, nos fazendo se perguntar se estamos vendo um filme de Clint Eastwood. Feridas para os que ficaram, para os que foram e para alguns que ainda devem, outros que ainda exploram, vão ficando claras com o tempo.

Olhando criticamente, o incrível timing sobre a reflexão sobre o movimento negro e a sociedade americana é muito bem aproveitado com o excelente elenco, com um show em um momento crítico de Delroy Lindo como Paul, porém há momentos que há um melodrama, um erro na mão no texto que é meio frequente nas obras de Spike Lee, o que não invalida como interessante projeção. Acho que faltou um pouco sensibilidade em representar também toda a dificuldade dos asiáticos na integração nos EUA com a raiz sempre de guerras e migrações(curiosidade: os ganhos do movimento de 68 também se estenderam e foram fundamentais às comunidades asiáticas nos Estados Unidos).

Resumindo, com uma produção relativamente simples, com várias referencias clássicas, é interessante ver esse épico processo de reencontro com traumas, amizade, dinheiro, ódio e alguns clichês, temperado com excelentes interpretações. E coroado com uma declaração final magistral. Disponível no NetFlix.


Lembrando que você pode nos acompanhar no FaceBook em https://www.facebook.com/MexidoDigital ou no twitter com @mexidodigital (https://www.twitter.com/MexidoDigital)

Nenhum comentário