Eu faria assim: Filme de ficção científica - O Devorador de Ossos - Capítulo 8 - Parte 3

Mark luta contra o monstro para salvar a missão e a sua vida

                                                                                                    

O coração de Mark parece um bumbo em seu peito e o suor do rosto começa a embaçar seu visor. O silêncio de antecipação é interrompido pela voz de M.A.I.C.:

- Contato em cinco segundos.

Mark então parece acordar de um transe e grita:

- Me dê o comando do braço robótico, “M”!

- Afirmativo – responde o computador;

Mark permanece concentrado e move o braço de maneira a deixar o peixe capturado do lado oposto do qual a criatura tenebrosa se aproxima. Depois, Mark larga o comando do braço robótico e aperta o botão para abrir a cabine da Interceptor. Ele se levanta e coloca uma perna do lado de fora. Porém, antes que saia completamente, a voz de M.A.I.C. retorna:

- Contato.

Mark dá uma olhada para a câmera do submersível e vê a boca da criatura se abrindo e mordendo a parte traseira do Deep-X. De repente, ele sente um tranco e é arremessado para fora da espaçonave. Ele cai suavemente no solo de gelo com a barriga para baixo e ao se voltar para a Interceptor vê o cabo de aço que segura o Deep-X completamente esticado e começando a puxar a nave. Ele então se levanta rapidamente e começa a saltitar em direção ao cabo que se move de um lado para o outro e reverte o processo de recolhimento enquanto o guincho faz um barulho terrível de estalos. Pelo rádio, a voz de M.A.I.C. é ouvida:

- Você está bem, Mark? O que está fazendo? Meus cálculos dizem que é mais seguro você permanecer dentro da Interceptor.

Mark recupera o fôlego enquanto se desloca e fala:

- Sem ofensa, mas eu prefiro confiar no meu instinto, “M”. Desligue o guincho e prepare a Interceptor para decolar.

- Afirmativo.

Assim que chega ao cabo próximo do guincho, Mark vê que após seu desligamento o barulho acabou, mas ele começou a descer mais rapidamente. Ele então segura firme cabo e começa a puxá-lo para lutar contra a criatura que está na outra ponta. Com muita dificuldade, ele consegue cessar o movimento de descida e depois fala com uma voz que denota seu extremo esforço:

- Ligue o guincho para soltar o cabo, “M”!

Ele então escuta o barulho do motor do guincho funcionando e soltando o cabo, que começa a se acumular atrás dele. Mark está extenuado, mas sabe que precisa aguentar mais um pouco e aumenta sua força. De repente, a criatura parece se debater e dá um tranco que faz Mark cair para frente e começar a ser arrastado pelo cabo em direção à cratera escura. Mesmo assustado, ele se luta para levantar e se inclina para aumentar a força, conseguindo parar poucos metros antes da cratera. Ele então olha para trás e vê que já tem bastante cabo acumulado. Mark respira fundo e solta as mãos do cabo. Depois, ele começa a correr com dificuldade em meio a saltos, pega o cabo acumulado no chão e leva em direção a um dos trens de pouso da Interceptor enquanto a sobra de cabo se esgota rapidamente sendo puxado pela criatura. Mark consegue dar uma volta em uma espécie de gancho do trem de pouso, prendendo o cabo bem antes dele se esticar. Porém, a força do tranco é tão forte que levanta a nave e acerta Mark com o trem de pouso que cai por sobre sua perna esquerda, fazendo ele dar um grito de dor horrendo. M.A.I.C. então se manifesta:

- Tudo bem, Mark?

A resposta vem com certa dificuldade:

- Sim... ahhhh....

A fala de Mark é interrompida pela movimentação da Interceptor que começa a ser puxada e o leva junto em direção ao desfiladeiro da cratera. O trem de pouso ainda está sobre sua perna e ele sente que precisa tomar uma atitude. Ele então grita para M.A.I.C.:

- Inicie o procedimento de decolagem!

- Eu não posso fazer isso, Mark. Minha programação não permite botá-lo em risco.

Mark dá uma resmungada e fala ofegante:

- Agora! Confie em mim!

M.A.I.C. então ativa o sistema propulsor do E.M. Drive e a Interceptor começa a flutuar, soltando a perna de Mark quando eles já estavam na beira da cratera. Ele se levanta com certa dificuldade e depois se move em direção ao cockpit enquanto a nave continua sendo puxada. Com um impulso, ele pula e se agarra à entrada do cockpit, conseguindo se puxar para dentro e apertando o botão para fechá-lo. Ele olha para frente e vê a nave embicando para o desfiladeiro escuro e profundo e só tem tempo de alcançar os controles e gritar:

- Me dê potência máxima, “M”!

A nave então consegue ficar estática e interromper sua descida. Aos poucos, ela começa a subir, mostrando que seu plano parece estar dando certo. Ele olha para a câmera do Deep-X e vê que a criatura ainda está segurando firme o submersível. Mark então aumenta ainda mais a força dos propulsores do E.M. Drive e recebe um alerta de M.A.I.C.:

- Superaquecimento no reator de fusão. Temperatura crítica.

Mark cerra os olhos e prende a respiração antes de pensar alto:

- Vamos lá, seu tubarão alienígena metido a besta, quero ver se você aguenta!

Um alarme começa a soar e a tela de comando mostra que a temperatura do reator continua a subir. De repente, a nave sobe de maneira brusca, fazendo Mark perder seu controle e se chocar com uma parede de gelo próxima. O impacto é forte e Mark demora alguns segundos até recuperar o controle. Algumas luzes de alerta acendem na tela de comando, mas a nave continua voando. Mark olha para a câmera e vê que a criatura soltou o submersível e que o peixe capturado ainda está no braço robótico. Depois, ele grita:

- Uhuuuu! Conseguimos, “M”!

Mark então continua a aumentar sua altitude com cuidado até retirar o Deep-X da cratera. Depois, ele pousa ao lado e sai do cockpit com pressa para ver o submersível. Ao chegar perto, ele vê que o peixe está congelado devido ao contato com o vácuo do espaço e depois olha para a traseira do submersível que tem vários furos em um desenho que mostra a mordida da criatura e o seu tamanho assustador. Em um desses furos, um dente do monstro está fincado e Mark consegue retirá-lo com certa dificuldade. Ele olha para o dente que é quase do tamanho da palma de sua mão e diz:

- Olha “M”, ganhamos um souvenir para levar de volta e o bastardo ficou banguela.

A resposta de M.A.I.C. é rápida:

- Excelente, Mark, parabéns pelo seu plano. E sua perna, como está?

- Está só um pouco dolorida, mas acho que não quebrei nada, graças à gravidade pequena daqui! Só é uma pena que o espécime está morto. A Sibelle não vai gostar de eu estar levando ele como um picolé...

Em meio a uma gargalhada, Mark começa os preparativos para recolocar o Deep-X no compartimento de cargas da Interceptor e guardar o espécime que conseguiu recuperar. Mesmo aliviado, ele sabe que ainda precisa retornar até a Pioneer que o espera na órbita de Europa antes de comemorar de verdade. Resta saber se os danos à Interceptor não irão impedir esse desfecho feliz.

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