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Filme da vez:Coringa(2019)

Polêmico, violento, surpreendente, definitivamente para 16 para cima. E é um filme da DC? E só poderia um filme de vilão? Confira essas e outras questões evitando ao máximo spoilers.

Uma escadaria para o Inferno

                                                                                                                  
Nota IMDb: 9,1 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Joker
Ano de Lançamento: 2019
Diretor: Todd Phillips(o diretor por trás de Se Beber, Não case I, II, III e produtor de Nasce uma Estrela)
Estrelas:  Joaquin Phoenix(entregando definitivamente uma das melhores performance do ano), Robert De Niro(como o esperto apresentador de TV Murray Franklin), Zazie Beetz(lá da série Atlanta como Sophie Dumond), Frances Conroy(como a mäe que precisa de cuidados Arthur Fleck), Brett Cullen(como Thomas Wayne(sim, o irmão de Bruce)), Glenn Fleshler(como o sacana Randall), Leigh Gill(como o bom coração Gary), entre outras estrelas.
Sinopse: Arthur Fleck realmente não está tendo uma vida fácil e de muitos risos sendo palhaço de rua, morando com a mãe, em uma cidade em crise e que seja chama Gotham. Porém antes de melhorar as coisas vai ficar significamente piores....
Crítica: Dissonantbr

Quando um filme é aplaudido por vários minutos em Veneza, para ser sincero, há duas possibilidades na minha experiencia: ou o filme é muito bizarro, em uma categoria meio que o povo rotula de Arte(do tipo "você não vai entender"(nela quem fala)), ou ele tem algo a mais. E definitivamente temos que dar isso a esse filme. Ele tem coragem, e isso eu tenho que reconhecer. Porém ele é realmente irresponsável? Well, isso é algo mais complicado de responder.

Se você já viu Laranja Mecânica, sabe bem o que eu estou querendo dizer. Conta a lenda que Gene Kelly quase foi as vias de fato com o pessoal do Laranja por temer que o que ficasse na memória coletiva tivesse sido aquele ritual violento. E sim, havia todo um significado em tanta violência? Ele deveria continuar proibido como foi em vários países? Ou é uma forma de comunicação sobre algo que deve ser dito? Tudo isso levei para a sala de cinema e entendi algumas críticas.

Primeiro o filme toma um cuidado não comum de construção psicológica de um personagem que se transforma ao longo do filme não de forma mágica ou acidental. Ou como um personagem não (só) político. Bom, é o que literalmente ele nega em uma parte. Mas a violência seja do desamparo dos que buscam ajuda, seja na opressão de alguns, e consequente sentimento de não pertencimento é algo obscuro e sedutor à muitos. Contudo, o filme, ao contrário do que muitos afirmam, na minha opinião, faz o resgate em sua parte final de como ele não é um herói e que o vê assim realmente precisa revisar bem os conceitos de certo e errado.

A entrega de Joaquin Phoenix(pode ter ajudado o histórico pessoal? Talvez, mas acredito mais em toda a bagagem de personagens complexos, como John Cash definitivamente ajudou), a magreza quase Gollum do personagem principal, o tom absurdamente pessoal da história cheia de dramas e violências realmente fazem que o público esqueça que sim, esse é um filme sobre um vilão de quadrinhos. Algo semelhante quem sabe ao que vimos em Logan, mas muito mais profundo.

E falando em profundo, claro que há conexões a Taxi Driver e o Rei da Comédia muito além de Robert De Niro, contudo creio que o mais incomodo é o alerta de como verdadeiros estrangeiros(bem no sentido que fala Camus em vários livros dele, mas principalmente em A Queda) são literalmente fabricados por condições que podem ser amenizadas ou evitadas pela sociedade civil, ou se quiser chamar, O Sistema.

Porque o filme fala sobre solidão, rejeição e loucura, principalmente pelo ponto de vista Arthur Fleck até chegarmos ao Coringa, infelizmente, isso tudo vai ser aproveitado por muitos que querem expressar rancor, violência e ódio. O que é irônico já que o filme justamente tenta encadear fatos que geram essa perda, muitas vezes irreversível de norte ético. Acho que é um senhor peso que pode ter levado Joaquin Phoenix ter abandonado e retornado uma entrevista sobre justamente um uso justamente desse tipo.

Resumindo, o filme surpreende em não só conseguir um Coringa tão bom quanto Heath Ledger, só que diferente e por um excelente motivo. E através de um violenta jornada que o elenco e o diretor queriam que acabassem aqui, a formação do vilão mais psicótico da DC faz jus a tudo de melhor que foi produzido pra ele nos quadrinhos. E isso é um feito. De novo, um filme da D.C.!!! :P

E irônico justamente pelo timing da crítica de Martin Scorsese quanto a falta de profundidade que ele vê como não cinema. De fato, é preciso bastante coragem para tentar algo novo em uma industria como essa. Ele próprio que o diga.

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