Filme da vez: Tolkien (2019)

Uma biografia que é bem menos interessante dos que as obras criadas pelo seu autor

                                                                                                                  

Nota IMDb: 6,8 (até o dia da postagem) (IMDb)

Título original: Tolkien

Ano de Lançamento: 2019

Diretor: Dome Karukoski

Estrelas: Nicholas Hoult, Lily Collins, Colm Meaney
Sinopse: Conheça os anos de formação do autor órfão, J.R.R. Tolkien, ao encontrar amizade, amor e inspiração artística entre um grupo de colegas excluídos na escola.
Crítica: Michael

Aqueles que gostam de fantasia certamente já leram ou pelo menos conhecem a história dos livros de Tolkien sobre a Terra Média. Seja a Saga dos Anéis ou então a história do Hobbit, suas obras são justamente reverenciadas como expoentes do gênero. Elas inclusive já geraram adaptações para o cinema em dois momentos distintos, com uma excelente primeira trilogia do Senhor dos Anéis seguida por uma nem tão bem sucedida trilogia do Hobbit. Desta forma, é comum que muitas pessoas tenham curiosidade sobre a vida do autor dessas obras e este filme tenta se aproveitar justamente disso para justificar sua existência. No entanto, faltam elementos interessantes na vida de Tolkien para gerar uma biografia cinematográfica e o filme ainda peca ao não focar na criação de suas obras literárias.

O roteiro mostra um pouco da infância de Tolkien quando ele se muda com sua mãe e irmão e acaba ficando órfão. No entanto, ele é adotado com uma senhora rica e consegue levar sua vida sem grandes percalços. O foco vai então para seu relacionamento no colégio e para a formação de um grupo de amigos que compartilham o amor pelas artes e se apoiam ao compartilhar experiências e descobertas. Também vemos o nascimento e desenvolvimento de seu relacionamento amoroso com Edith. O filme tenta relacionar esses fatos com a inspiração de Tolkien para suas futuras obras e insere algumas referências ao longo da trama. Isso acontece principalmente nos momentos em que vemos ele durante a Primeira Guerra Mundial, retratada aqui de uma forma até leve para quem realmente conhece o confronto.

Mesmo com essas referências, faltam acontecimentos interessantes para tornar a trama mais atrativa. A escolha de contar a historia de Tolkien com detalhes acaba consumindo a maior parte do tempo e deixando quase nada para a parte que realmente interessava: como ele criou suas obras primas e como foi o processo de escrita, revisão e lançamento delas. Nós vemos sim algo sobre sua paixão com as línguas e sua habilidade em desenhar e criar histórias desde pequeno, mas nunca com o foco direto nas suas obras conhecidas. As atuações também acabam sofrendo com o roteiro lento e desinteressante. Nicholas Hoult até tenta, mas faltam momentos para que ele possa se soltar e trazer mais. As melhores cenas são as que ele interage com Lily Collins, mas elas são pequenas e escassas.

Talvez agora eu finalmente entendi o fato da biografia de Tolkien nunca ter sido adaptada para o cinema antes. Infelizmente, sua história de vida é muito menos interessante do que as obras que ele criou e a sua biografia acada deixando um gosto de oportunidade perdida ou até mesmo de tentativa de ganhar uma grana fácil. Também não ajudou o fato do foco do filme ter ficado muito mais na sua vida pessoal do que no processo de criação de seus livros. Sendo assim, se você realmente quer saber mais sobre as histórias de Tolkien, eu recomendo ler os livros ou assistir a suas adaptações.

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