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Filme da vez: Homem-Aranha - Longe de Casa (2019)

Uma divertida aventura cheia de humor e ação, mas que denuncia as primeiras rachaduras na  fórmula de sucesso da Marvel
                                                                                                       
Nota IMDb: 8,0 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Spider-Man: Far from Home
Ano de Lançamento: 2019
Diretor: Jon Watts
Estrelas: Tom Holland, Samuel L. Jackson, Jake Gyllenhaal
Sinopse: Peter Parker está em uma viagem de duas semanas pela Europa, ao lado de seus amigos de colégio, quando é surpreendido pela visita de Nick Fury. Convocado para mais uma missão heroica, ele precisa enfrentar vários vilões que surgem em cidades-símbolo do continente, como Londres, Paris e Veneza, e também a aparição do enigmático Mysterio.
Crítica: Michael

Se coube ao último filme dos Vingadores encerrar um arco que se iniciou em 2008, a responsabilidade de fechar a "Fase 3" do MCU ficou mesmo para o segundo longa solo do nosso herói amigável da vizinhança, o Homem-Aranha. Com a estreia de "Longe de Casa", a Marvel finaliza os filmes que haviam sido anunciados e deixa uma grande interrogação do que está por vir, ainda que algumas continuações são fáceis de se prever. No entanto, mais importante é saber como este filme faz esse encerramento e o que ele deixa no ar para os próximos. Ao meu ver, ainda que tenhamos mais uma divertida aventura cheia de humor e ação, a fórmula tão consagrada e bem sucedida da Casa das Ideias está começando a apresentar as primeiras rachaduras.

A história pega apenas oito meses após os eventos de 'Vingadores: Ultimato' e o mundo ainda está aprendendo a lidar com o sumiço e reaparição das pessoas, assim como com a morte dos heróis que deram sua vida para salvar o universo. Peter Parker sente mais profundamente a perda de seu mentor Tony Stark e a responsabilidade de ter que carregar seu manto e se transformar de vez em um Vingador ao invés de ser apenas um herói de vizinhança. O problema é que o filme exagera nesse conflito e contradiz muito do Peter que vimos antes, ansioso para crescer e se transformar em um 'Avenger'. Após os eventos dos dois últimos filmes do vingadores, era de se esperar que ele já tivesse amadurecido bastante. Tom Holland continua sendo um excelente Homem-Aranha, mas essas inconsistências no roteiro acabam evitando que seu personagem avance muito em termos de arco.

Quando vi o primeiro trailer do filme fiquei com uma impressão ruim de "Férias frustradas" e infelizmente muito disso se concretizou. Tudo bem que a Marvel já havia falado que o Homem-Aranha do MCU é um adolescente e que seus filmes seriam sobre essa fase da vida e seus conflitos, mas isso fica difícil de vender quando os atores começam a envelhecer fisicamente e isso não é acompanhado por seu amadurecimento. Além disso, em termos de vilões, o filme escolhe um dos clássicos inimigos dos quadrinhos, Mysterio, mas as explicações para sua motivações são meio forçadas e deixam mais perguntas do que respostas, muito por conta da necessidade de ligar isso aos filmes passados, o que retira a liberdade dos roteiristas e a credibilidade do que se está vendo. É uma pena, pois temos mais um desperdício de talento em um vilão, agora com Jake Gyllenhaal, um excelente ator que poderia ter entregue algo bem mais interessante.

Outro ponto em que o filme deixa a desejar é na questão do humor. A quantidade de piadas é exagerada e apenas metade delas tem o resultado esperado. A necessidade de ter uma risada a cada cinco minutos, inclusive em situações tensas e de confrontação é algo que precisa ser revisto pela Marvel. Com disse antes, esta fórmula de sucesso está começando a cansar.

Porém, aqueles que estiverem procurando um filme pipoca com efeitos e ação de sobra não ficarão decepcionados. O visual de Mysterio e de seus "poderes" é bem fiel aos quadrinhos e não vão faltar momentos de confrontação e explosões. No entanto, até aqui eu achei que houve certo exagero. Em algumas cenas fica difícil acompanhar o que está acontecendo devido à velocidade e quantidade de ameaças. Além disso, a "fantasia tecnológica" do MCU está alcançando níveis críticos e que acabam retirando demais o realismo de algumas cenas e até mesmo a lógica de algumas decisões. Por exemplo, se o Homem-Aranha tem uma roupa de nanotecnologia que se transforma em quase tudo, porque ele precisa de outras roupas ou até mesmo de teias sobre os braços para planar? Não seria mais fácil a roupa dele criar asas e foguetes?

Talvez eu esteja ficando velho demais para esse tipo de filme, mesmo sendo um fã da Marvel e dos quadrinhos em geral. Ainda assim, fica claro que este filme focou em um público bem mais jovem e também mostrou a saturação da fórmula de sucesso que vem imprimindo dinheiro na última década.  Talvez a obrigação de ter que faturar pelo menos um bilhão de dólares na bilheteria para continuar podendo usar o Homem-Aranha (mais informações aqui) tenha pesado e limitado a criatividade. Agora que a Marvel irá receber de volta os heróis que estavam com a FOX, principalmente o Quartero Fantástico e os X-Men, eles precisam aproveitar a chance para dar um sopro de novidade dentro do MCU, talvez mudando o foco ou pelo menos criando alguns filmes com temática mais adulta para aqueles heróis que demandam isso, pois acredito que ninguém vai querer ver um filme do Deadpool com censura de 13 anos. Que venha a "Fase 4" e tomara que a Marvel não sente sobre seus sucessos recentes e esqueça as motivações que a fizeram começar o MCU e que a trouxeram até aqui.

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