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Filme da vez: Dor e Glória (2019)

Uma cinematografia belíssima e uma direção impecável de atores que acaba tropeçando em uma história monótona
                                                                                                       
Nota IMDb: 7,8 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Dolor y gloria
Ano de Lançamento: 2019
Diretor: Pedro Almodóvar
Estrelas:  Penélope Cruz, Antonio Banderas, Asier Etxeandia
Sinopse: Salvador Mallo, diretor de cinema em declínio, relembra sua vida e carreira desde sua infância na cidade de Valência, nos anos 60. Salvador tem lembranças vívidas de seus primeiros amores, seu primeiro desejo, sua primeira paixão adulta na Madrid dos anos 80 e seu interesse precoce no cinema.
Crítica: Michael

Antes de começar a falar sobre este filme preciso dizer que não sou um grande especialista deste estilo de películas. A chance de vê-lo surgiu com um raro "vale night" com a esposa e o desejo de ver algo mais cult e menos enlatado. Ainda assim, conheço um pouco da carreira de Almodóvar e inclusive vi o polêmico 'A Pele que Habito' de 2011. Neste seu mais novo trabalho, marcado como um dos seus mais pessoais pelo relato autobiográfico da sua infância e do seu relacionamento com sua mãe, ele traz uma cinematografia belíssima e uma direção impecável dos atores, mas acaba tropeçando em uma história que é monótona e que nunca chega a decolar emocionalmente.

Acompanhamos um famoso diretor de cinema que está sem poder trabalhar e precisando conviver com dores e males de saúde enquanto revive e relembra sua infância, seus relacionamentos, fracassos e sucessos. Antonio Banderas interpreta o protagonista Salvador Mallo de uma forma introspectiva e consegue transmitir as dores e conflitos do seu personagem. Porém, o papel acaba limitando sua expressão física e charme que são tão presentes e marcantes na sua carreira. O roteiro também não ajuda e acaba passando superficialmente sobre os momentos de maior carga emocional, principalmente no que tange seu conflito com a mãe idosa e no reencontro com seu antigo amante.

No papel da mãe, Penélope Cruz brilha mais uma vez e traz uma interpretação inspirada como uma mulher e mãe de família que busca sempre o melhor para o filho, ainda que algumas vezes sem levar em consideração o que ele realmente quer. Ela é muito ajudada pelo talentoso ator mirim Asier Flores que interpreta Mallo enquanto criança de uma forma pura e convincente.

Não vão faltar comparações com o recente e aclamado 'Roma', mas apesar de temáticas semelhantes os dois filmes se expressam de maneiras bem distintas. Enquanto no primeiro temos o foco no cotidiano e com um tom mais cândido, aqui vemos um retrato mais sombrio carregado de dor, remorso e tristeza.

Para aqueles que, como eu, não são seguidores do trabalho de Almodóvar ou consumidores vorazes deste estilo, resta a chance de ver um bom drama mais cult e que pelo menos não apela para figuras mais abstratas e viajantes, ainda que isso vá demandar uma boa dose de paciência e sono em dia para superar a monotonia sem dormir na sala de cinema.


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