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Jogo da vez: Tom Clancy's The Division 2 (PC)

Confira na nossa análise se esta continuação é digna do excelente e viciante primeiro jogo

                                                         
Plataforma: PC
Metascore: 85 (User Score: 6.5) - Até o dia da postagem


Depois de jogar o primeiro jogo por mais de cem horas e avançar meu personagem até achar interessante, claro que eu estava ansioso pelo lançamento da continuação. Como eu entrei no mundo do The Division bem tarde, a espera foi pequena, mas desta vez eu decidi pegar o jogo no seu começo, o que é sempre uma decisão arriscada e tem seus prós e contras. Após gastar quase noventa horas e ter praticamente terminado todas as missões, chegou a hora de dar meu veredito sobre a nova iteração.

Em termos de história, continuamos com a luta pelo restabelecimento da sociedade após uma epidemia devastadora, mas agora estamos na capital Washington. A mudança de ares significa novos cenários e passeios por monumentos e marcos da cidade recriados com um realismo espantador. O design de níveis continua muito bom (ainda que seja estranho se ter tantas barricadas por metro quadrado) e existe uma boa variedade de cenários abertos e subterrâneos. As cenas de desenvolvimento da trama continua esparsas e não muito significativas, mas cumprem bem seu papel de dar um pano de fundo para a ação. A má notícia é que não será possível importar nada do seu personagem anterior e ainda que muito se justifique pela série de mudanças feitas, não custaria nada deixar pelo menos carregar a aparência física para dar uma certa sensação de continuidade.

E por falar nas mudanças, apesar da jogabilidade continuar a mesma com sistema de combate em terceira pessoa baseado em cobertura, o jogo traz uma série de inovações em termos da evolução do personagem e dos itens. A moeda agora é a Tecnologia Shade obtida ao completar missões principais e em pontos espalhados no mapa. Com ela, você desbloqueia habilidades e também algumas melhorias para seu personagem. Mais uma vez, você pode fazer sua build a partir das habilidades e das armas que preferir. Falando em armas, agora suas extensões não são mais obtidas de loot ou compradas e precisam ser construídas a partir de receitas obtidas nas missões. Isso ajuda a evitar o problema de ter que ficar trocando de extensões sempre que sobe de nível e também de ter que comprar duplicatas para outras armas. Além disso, elas também não possuem apenas atributos positivos e podem diminuir outros atributos, exigindo um maior estudo do que se pretende focar. Outra inovação é que agora até mesmo os itens mais simples já vêm em sets e dão bônus ao se usar um conjunto, o que adiciona outro elemento de personalização que antes estava presente apenas no final. No mais, o jogo continua investindo no "ciclo de loot" onde você precisa buscar itens e materiais cumprindo missões, eliminando alvos ou simplesmente explorando o vasto mapa. O destaque negativo vai para a questão dos materiais e da mesa de criação. Além de você ter um espaço pequeno para guardar materiais (ou seja, nem adianta querer desmontar tudo), confesso que não consegui evoluir a mesa a ponto de gerar itens sequer relevantes. Já a mesa de ajuste é bem mais útil para personalizar os itens, ainda que as restrições sejam grandes e a matéria prima seja escassa (haja tecnologia!).

O jogo continua trazendo uma grande quantidade de missões principais e secundárias e também traz outras atividades para que o jogador ajude na resistência (tomar pontos de controle, resgatar reféns, etc). O mapa é dividido em sub-áreas que demandam determinados níveis para serem devidamente exploradas e também existem bases espalhadas que fornecerão projetos para sem concluídos e que evoluem à medida que o jogador avança e cumpre as missões. Assim como no jogo anterior, o final do jogo está longe de ser o desfecho e este conceito foi expandido aqui. Quando você termina as missões, ainda precisa retomar as três fortalezas para abrir o "endgame". Somente depois você poderá ter acesso à sua especialização de arma característica, onde é possível escolher entre um rifle sniper, um lança granadas ou um crossbow que também poderão ser evoluídos e adicionam novos elementos de jogabilidade bem interessantes. Após isso, uma nova facção dos "Patas-Negras" irá surgir e ela irá invadir as fortalezas que haviam sido retomadas e também algumas das missões principais. Além disso, os pontos de referência que haviam sido tomados irão ser perdidos e agora o mapa será dinâmico, ou seja, as forças inimigas estarão sempre retomando eles se você se descuidar. Por conta disso, para quem ainda está na jornada fica a dica de não focar muito em limpar todo o mapa. Outro ponto negativo é que seu equipamento conquistado com tanto suor ficará magicamente ultrapassado e fraco no endgame, obrigando você a trocar tudo por itens com numeração maior. Além de ter que jogar as missões invadidas, cada forte agora possui um pré-requisito de numeração de equipamento para ser jogado. Por um lado, pelo menos as missões e os fortes ficam diferentes com novos desafios, inimigos e objetivos. Até mesmo o cenário é tomado por referências à nova facção Pata-Negra cujo foco é a tecnologia (com inclusão inclusive de robôs inimigos). Porém, depois de conseguir terminar toda a invasão, para minha surpresa, recebi a notícia de que a invasão aconteceu novamente e que seria preciso cumprir novas missões e retomar outra fortaleza. Desta vez, nada diferente nas missões e um sentimento ruim na boca de que não consegui chegar no final e nem ganhar a batalha de verdade.

Além desses problemas com a progressão do jogo, claro que temos os já esperados bugs e arestas. Encontrei situações em que fiquei preso no cenário, onde inimigos apareceram magicamente e até um erro grave que me impedia de completar um dos fortes porque uma porta estava travada. Isso sem falar dos problemas com equipamentos. O desbalanceamento de algumas armas e das habilidades acaba fazendo com que as especializações percam o sentido. Os "itens verdes" só aparecem bem no final e a falta de variedade atual é impressionante (até o momento só tem dois sets e as peças repetidas se acumulam), além do fato de suas habilidades serem bem restrita e pouco atrativas. Tudo isso são coisas que deverão ser corrigidas aos poucos e é um dos preços a se pagar ao adotar o jogo no lançamento.

Em termos de jogatina online o game continua fantástico e atravessar as missões com amigos é muito mais divertido. Existe até um sistema que tenta atenuar a diferença de nível dando um bônus para os que estão mais fracos, mas ele não consegue equilibrar muito e o ideal é que os membros estejam em níveis parecidos pois a dificuldade é nivelada pelo jogador mais poderoso. O destaque negativo vai para a Zona Fantasma, a área de PvP que antes era um verdadeiro experimento social e um local bem divertido de frequentar. Além de parecer bem deserta, a zona agora é dividida pelo mapa e não traz muitos incentivos para ser frequentada a não ser as áreas a serem tomadas. A novidade é que agora você pode se especializar também à medida e evolui e pode trafegar mais rapidamente entre o papel de vilão e mocinho sem muitas consequências.

Apesar de todas as inovações, para o bem ou para o mal, é preciso dizer que a fórmula central continua a mesma e quem gostou do primeiro deve se sentir em casa. Com gráficos belíssimos e design de som fantástico, o jogo é sem dúvidas uma das melhores referências atuais de RPG de ação com foco online. A quantidade de conteúdo irá exigir muita dedicação e um pouco de paciência por conta da repetitividade, mas precisa ser louvada em tempos onde os jogos carecem de sustância. Se você gosta da fórmula do jogo, certamente terá diversão de sobra. A recomendação é que, se possível, espere um pouco até que os bugs sejam corrigidos e haja um maior balanceamento dos itens e habilidades. Vale também ficar de olho para as expansões e novidades que a Ubsoft certamente apresentará para manter os jogadores interessados no viciante ciclo de loot e evolução.

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