Série da vez:Maniac(2018-?)
Louca, divertida, emocionante e totalmente fora da casinha. Confira esses e outros detalhes dessa série nessa análise sem spoilers da NetFlix
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Normalidade não é um lugar a ser atingido |
Há algum tempo atrás eu lembro muito bem que houve uma certa histeria por parte da impressa no que poderia ser a solução do chamado Mal do Século(do século passado, o XX...:)): a depressão. Drogas como Prozac prometiam a solução de quase todos os problemas sem um processo longo e doloroso que era o processo terapêutico da época. Não muito tempo depois se provou que a coisa não funcionava bem assim, e ainda não se encontrou solução para um problema que só vem ganhando cada vez mais dimensão que é o problema da saúde mental da população mundial.
Com um elenco de peso, um famoso diretor assinando a criação e produção(Cary Joji Fukunaga) e a NetFlix precisando de um acerto, essa série é pretensiosa de certa forma, podendo não agradar a todos, mas consegue escapar do marasmo e ter a ousadia de tentar algo novo. Em parte.
Em um futuro/passado/realidade paralela lá nos anos 80(ah, a influência japonesa não é a toa já que se acreditava que seria a grande superpotência que iria substituir o EUA), onde o emprego é raro ou de qualidade duvidosa(que nem hoje em dia), propagandas cada vez mais agressivas e invasivas, mega corporações com motivações pra lá de duvidosas e muita, mas muita gente infeliz, um novo tratamento experimental usando drogas, estados induzidos de sono e intervenção computacional na mente das pessoas promete curar ou atenuar grandes problemas psicológicos. Por ação do destino/azar de dois estranhos, Annie Landsberg(Emma Stone) e Owen Milgrim(Jonah Hill) vão acabar fazendo uma ligação forte e maluca na busca da cura ou melhoria de cada um dos seus problemas.
Já logo de cara a primeira dica é que quem gostou de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças ou até certo ponto a excelente Legion vai se sentir em casa. Referencias culturais pops, filmes, livros e ícones vão aparecer sutilmente, assim como referencias do mundo da psicologia na verdadeira epopéia dos dois principais personagens por superar bullyng, depressão, esquizofrenia e luto, o que já daria um senhor drama, contudo não aqui! Situações bizarras, boas tiradas e crítica ácida a nossa realidade, assim como grandes reflexões sobre padrões e valores que a nós são vendidos como "saudáveis" garantem a marca de peculiaridade a essa série.
É verdade que os três capítulos iniciais são excelentes e há uma certa barriguinha no 6 e 7 episódios, contudo tudo dentro de um contexto e motivação dentro da obra que fecha mais fraca do que poderia ser, ainda que respeitando a motivação principal da série.
Destaque para memoráveis diálogos, sendo que um entre Owen e Olivia no restaurante, ainda que todos reforçados por grandes atuações, um texto bem maluquinho, porém com uma linha de raciocínio não gratuita, resultando em perdas e ganhos para os personagens e espectador nessa jornada.
Sim, há clichês, assim como momentos desnecessários ou até prolixos(como alguns do Dr James K. Mantleray), mas não tira o charme dessa montanha russa coletiva mental que me entreteve nos seus 10 capítulos de variados tamanhos de extensão. Até o momento desse review a mesma ostenta a excelente nota de 8,3 no IMDb.
PS:Observe que no final há dois carros na garagem e reflita sobre o que isso significa na série. E sorria!
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