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No NetFlix: Godless (2017 - ?)

Uma carta de amor aos westerns e simplesmente imperdível para qualquer amante do gênero
                                                                                            
Nota IMDb: 8,4 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Godless
Ano de Lançamento: 2017
Criador:  Scott Frank
Estrelas: Jeff Daniels, Jack O'Connell, Michelle Dockery, Scoot McNairy 


Meu pai é um grande fã de faroestes e isso foi uma coisa que aprendi com ele, sempre aproveitando alguma rara chance de explorar esse gênero que está longe do destaque que tinha em sua época áurea. Depois de esperar muito tempo "na gaveta" e sabendo que dificilmente teria tempo de ver esta mini-série com meu pai, resolvi dar uma chance para saber se realmente ela é tudo isso que o pessoal está falando. Após me deleitar durante os sete episódios, posso dizer que esta obra é uma carta de amor aos westerns e simplesmente imperdível para qualquer amante do gênero.

Esta mini-série foi escrita e dirigida pelo roteirista Scott Frank, nome conhecido de Hollywood e responsável por roteiros de filmes como 'Mentes que Brilham', 'Minority Report' e, mais recentemente, 'Logan'. A ideia inicial era a de fazer um filme, mas ao que parece o texto cresceu a ponto de que apenas o formato episódico seria suficiente para contar toda a história, o que acabou sendo algo positivo uma vez que fomos presenteados com o que, ao meu ver, é o melhor western desde o clássico 'Os Imperdoáveis'.

A trama mostra uma cidade que vivenciou uma tragédia onde quase todos os homens morreram em um acidente na mina de prata local. Ainda tentando se recuperar, as mulheres e suas famílias acabam entrando no meio de um "imbróglio familiar" entre um dos bandidos mais procurados no país (Frank Griffin) e seu filho adotivo (Roy Goode). Com sete episódios de duração variada (entre 60 e 80 minutos cada), a série tem bastante tempo para desenvolver seus personagens principais e faz isso de forma competente através de flashbacks bem posicionados. Cada um deles atravessa uma jornada própria e interessante e todas as histórias culminam em um desfecho bastante satisfatório.

Ainda que não tenhamos nenhum nome de peso no elenco, vários rostos conhecidos ajudam a dar a credibilidade necessária para atrair os mais suspeitos. Sem dúvidas, o grande destaque e a maior surpresa é Jeff Daniels em sua interpretação extremamente convincente como o vilão Frank Griffin. Confesso que nunca imaginei que ele possuísse tamanho talento, principalmente para o papel de antagonista. Ele se aproveita do ótimo texto que apresenta seu personagem como alguém  que, por mais perturbado que seja, realmente acredita ter justificativas válidas para suas ações. Jack O'Connell também brilha como o outro protagonista Roy Goode e está ótimo no papel de criminoso  amargurado e com crise de consciência. Merritt Wever é outro destaque e constrói uma personagem feminina forte e carismática que se soma às outras mulheres marcantes da história, algo extremamente raro para um gênero que costuma focar apenas nos papéis masculinos.

Impossível falar de um western sem mencionar a fotografia, a trilha sonora e os tiroteios. Toda adição ao gênero precisa se destacar nessas áreas para competir com os grandes clássicos e aqui o resultado é impressionante. Com alternâncias entre trechos em preto e branco e com locações majestosas, o visual do seriado presta homenagem ao gênero e atende a todos os pré-requisitos. A trilha também é muito cativante e as cenas de tiroteio são abundantes e possuem uma carga emotiva incomum além de se manterem dentro do que pode ser considerado como realista.

Se você é um fã de western e ainda não tiver visto esta série, nem pense duas vezes e se prepare para uma jornada digna dos clássicos do gênero. Até mesmo quem nunca tiver experimentado algo no estilo western e goste de bons dramas, esta é a chance para riscar mais este item da sua lista de coisas novas a vivenciar. Pena que dificilmente veremos uma segunda temporada levando em consideração o desfecho satisfatório e sem ganchos para uma continuação, mas claro que o sucesso de crítica e público pode mudar isso (basta ver o que aconteceu com Big Little Lies da HBO). De qualquer forma, fiquei muito feliz com a oportunidade de reacender meu amor a um gênero que anda tão esquecido ultimamente.


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