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Filme da vez: Wakefield (2016)

A interessante história de um homem que deixa sua casa mas não abandona sua família
                                                                                                                                                                    Nota IMDb: 6,5 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Wakefield
Ano de Lançamento: 2016
Diretor:  Robin Swicord
Estrelas: Bryan Cranston, Jennifer Garner, Beverly D'Angelo
Sinopse: O colapso nervoso de um homem faz com que ele deixe sua esposa e viva em seu sótão por vários meses.

Em primeiro lugar, devo dizer que a sinopse acima me fez imaginar um filme completamente diferente e isso me motivou ainda mais a fazer uma crítica dele para evitar que outras pessoas deixem de assisti-lo por conta disso. Ao invés da história de um homem mentalmente perturbado que se isola de sua família e de todo o drama psicológico que isso sugere, o que vemos é um homem aparentemente normal e que, depois de pegar no sono, dorme uma noite no sótão para não ter que conversar com a esposa depois de uma briga. Após isso, ele resolve continuar lá e assumir a postura de observador de sua família e rotina. Aos poucos, ele vai se desprendendo das obrigações diárias de trabalho, de pai e marido, e assumindo uma outra vida na qual busca seus próprios meios de sobrevivência.

O conceito mais interessante por trás do filme é a de um homem que deixa sua casa sem nunca abandonar a família. Ele continua observado seu dia-a-dia e, como o próprio protagonista diz, gasta muito mais tempo com eles, mesmo que de uma forma unilateral. Quem nunca, no auge da correria da rotina diária, principalmente quando precisa conciliar trabalho com família, já pensou em fugir de tudo e tirar um tempo para si mesmo? O protagonista, que ocupa a maior parte deste quase monólogo, brinca bastante com esses conceitos e racionaliza suas motivações e implicações de sua decisão.

Para um filme deste tipo dar certo é preciso um ator muito bom e a escolha de Bryan Craston é acertada. Ele já mostrou seu talento e não decepciona na figura de um "náufrago do subúrbio" em uma interpretação digna de reconhecimento. Jennifer Garner interpreta sua esposa e, ainda que tenha uma participação bem menos profunda, ela faz bem o papel de auxílio visual para o transcorrer dos fatos.

Este conceito diferente te prende desde o início e ficamos ansiosos para saber até que ponto ele aguentará e qual será a reação de sua família quando descobrirem. No entanto, o desfecho é bem rápido e o diretor decidiu deixar muita coisa aberta à interpretação, o que pode decepcionar algumas pessoas.

Ainda assim, este filme tem o mérito de abordar de forma original um conceito tão interessante e que muitas vezes permeia nossa mente. Claro que ninguém deve tomar uma atitude tão radical para se esconder de suas responsabilidades, mas esse conceito de que todos nós precisamos parar por um tempo e fugir da rotina para refletimos sobre o significado e a motivação de tudo é muito interessante e pertinente para nossa cultura atual.

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