Eu faria assim: Filme de ficção científica - O Devorador de Ossos - Capítulo 4 - Parte 5
Justamente quando Mark estava se recuperando um novo golpe retira sua tranquilidade |
A Interceptor já deixou a atmosfera terrestre e se aproxima da Pioneer para o acoplamento manual. Mark está tranquilo e segura com confiança os comandos da aeronave. À medida em que se aproxima do destino, ele se prepara para fazer a manobra final de desaceleração. De repente, a voz de M.A.I.C. interrompe o silêncio:
- Muito bem, Mark, mantenha trajetória e prepare-se para acionar os retropropulsores.
Mark retruca com o computador como se já estivesse falando com um companheiro de longa data:
- Deixa comigo, “M”, está tudo sob controle.
Enquanto a Pioneer vai ficando cada vez maior, o momento crucial se aproxima e Mark respira fundo, fechando os olhos por alguns segundos para aumentar sua concentração. Momentos depois, ele aciona os retropropulsores e firma a mão direita no manche de comando para estabilizar a Interceptor. A trajetória se mantém estável e nenhum alarme é disparado. A velocidade de aproximação vai diminuindo enquanto Mark segue com muito cuidado e sem movimentos bruscos. Antes que o acoplamento seja completado, M.A.I.C. diz:
- Aproximação final em curso, preparar para contato com a Pioneer.
Mark nem responde e visualiza o lado inferior da Pionner cada vez mais próximo, até que as duas se tocam e o acoplamento é finalizado com sucesso. O cockipit da Interceptor dá uma leve tremida e Mark aperta alguns botões para encerrar a operação, travando a nave na escotilha de acesso à Pioneer. Depois, ele desafivela seu cinto, retira o capacete e levanta as mãos vibrando:
- Uhuuuuu!!! Muito bem M.A.I.C., conseguimos de novo!
A resposta do computador vem logo em seguida, mas em um tom muito mais frio e sem qualquer empolgação:
- Simulação bem sucedida, acoplamento manual realizado sem qualquer intercorrência. Bom trabalho, Mark.
Mark dá uma gargalhada alta e, depois de limpar o suor que escorre por seu rosto, fala:
- Deixa de tanta formalidade, “M”, desse jeito vou ter que pedir para programarem algum senso de humor em você.
Antes mesmo que M.A.I.C. pudesse computar o que foi dito por Mark e formular qualquer resposta, todas as luzes do simulador se apagam como se ele tivesse sido desligado da tomada. Mark leva um susto e, no meio da escuridão, tenta tatear nos comandos e diz:
- M.A.I.C., o que aconteceu, você desligou o simulador? Alguém na escuta?
Nenhuma resposta é ouvida e Mark começa a se preocupar enquanto tateia em direção à porta do simulador para sair. De repente, a porta se abre e a claridade do lado de fora revela a figura de Peter. Ele termina de abrir a porta e estende a mão para Mark, ajudando-o a sair do simulador e a descer as escadas. Quando os dois estão no chão, Mark indaga:
- O que aconteceu? Tivemos alguma pane nos sistemas? De repente tudo desligou…
Peter dá um leve sorriso e responde:
- Fui eu quem desliguei o simulador, Mark. Você já está aí o dia todo e, pelo que fiquei sabendo, não saiu para comer nada.
Mark responde com uma cara de surpresa:
- Sério? Nem senti o tempo passar. Acontece que eu consegui simular o acoplamento manual com sucesso várias vezes e acho que acabei me empolgando. Mas foi você quem disse que eu tinha que me adequar à novidade. Eu estava apenas conhecendo melhor o M.A.I.C. e devo dizer que, apesar da falta de senso de humor dele, até que é muito mais útil e inteligente do que imaginava.
Peter balança afirmativamente a cabeça e fala:
- Fico feliz em ver você empolgado e sorrindo de novo, Mark. Que bom que você e M.A.I.C. estão se dando bem. Parabéns por ter dominado a manobra tão rapidamente, eu nunca duvidei da sua capacidade. Porém, o motivo pelo qual estou aqui é outro, precisava falar com você urgentemente.
Mark fecha a expressão e retruca rapidamente:
- Sobre o quê?
Peter respira fundo e diz:
- É relacionado à Sibelle.
Mark fica ainda mais nervoso e fala:
- O que aconteceu? Ela está bem?
Peter continua:
- Calma, não aconteceu nada, pelo menos que eu saiba. Recebemos uma ligação da Casa Branca dizendo que a equipe da missão secreta de Sibelle quer fazer uma reunião urgente conosco. Ainda não sei do que se trata, sei apenas que será uma videoconferência e que participaremos apenas eu, você e o diretor da Nasa. Inclusive, você não pode falar sobre isso com ninguém.
Mark parece assustado e se senta em um dos degraus da entrada do simulador para absorver tudo o que ouviu. Peter coloca a mão no ombro de Mark e tenta acalmá-lo:
- Não precisa se preocupar antes da hora, Mark. Se algo tivesse acontecido com Sibelle tenho certeza que você já teria sido pessoalmente avisado.
Mark olha para Peter com os olhos úmidos e diz com uma voz trêmula:
- Como assim, Peter? Provavelmente eles vão usar essa reunião justamente para me dar a notícia…
Ele abaixa a cabeça e começa a chorar e soluçar. Depois, ele balbucia:
- Eu nunca deveria ter deixado ela ir…
Peter fica sem saber o que fazer. Depois de esfregar sua mão no ombro de Mark, ele diz:
- Se acalme, Mark, você está exagerando, não deve ser nada …
Mark coloca as mãos nos joelhos e respira fundo, se tranquilizando um pouco e se recompondo do impacto. Depois de alguns segundos, ele enxuga o rosto e fala para Peter:
- Ok Peter, quando será esta reunião?
Peter responde:
- Será daqui a menos de uma hora, na mesma sala que fizemos a última reunião. Aproveite esse tempo para tomar um banho e esfriar a cabeça, vai ficar tudo bem.
Mark faz um sinal afirmativo com a cabeça e depois vê Peter se afastar e o deixar sozinho. Em sua mente, ele desenha vários cenários, sendo que em sua maioria são possibilidades negativas. A única certeza que Mark possui neste momento é que se alguma tiver acontecido com Sibelle ele nunca será capaz de se perdoar. Ele nem imagina que, ao invés de separá-los, o destino os aproximou e ao mesmo tempo os colocou diante do maior desafio de suas vidas.
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