Eu faria assim: Filme de ficção científica - O Devorador de Ossos - Capítulo 4 - Parte 4
Uma nova esperança se apresenta na luta contra o devorador de ossos vindo do espaço |
O silêncio ainda prevalece no laboratório da base de pesquisa onde Burke, Theresa e Sibelle acabaram de receber o resultado da amostra do meteorito que a identificou como proveniente de uma das luas de Júpiter, Europa. Enquanto Burke anda impacientemente tentando pensar no próximo passo a ser tomado, Theresa está maquinando em sua mente as repercussões para a sua carreira por estar diante de um organismo infeccioso de origem extraterrestre. Já Sibelle continua sentada na cadeira de braços cruzados e com a expressão fechada e torcendo para acordar em sua cama e tudo não passar de um grande pesadelo.
De repente, Burke pára e se dirige a Sibelle para tentar esclarecer melhor algumas coisas:
- Dra. Sibelle, como é possível esse organismo ser proveniente de Europa? A NASA não realizou missões lá recentemente?
Sibelle leva um susto e é retirada do estado de transe em que se encontrava. Ela respira fundo e responde:
- Sim, nós enviamos uma sonda até a órbita de Júpiter e que fez diversos sobrevoos a Europa como preparação para uma futura missão de exploração de seus oceanos. Foram coletados dados da superfície para identificação de possíveis pontos de acesso à água, mas apesar de sabermos que existem gêiseres que expelem vapor de água, a sonda não conseguiu coletar amostras porque não tivemos sorte de interceptar nenhuma erupção durante a missão. No entanto, foi lançado à superfície um pequeno robô que conseguiu coletar amostras do gelo e identificar sua composição, sendo que estes dados foram utilizados agora como base de comparação da amostra do meteorito.
Burke faz uma careta de quem não está entendendo muito e diz:
- Mas então a missão foi um fracasso e vocês não encontraram sinais de vida?
Sibelle se levanta e olha para Burke antes de responder:
- Muito pelo contrário, apesar de não termos conseguido colher amostras da água, e talvez por isso não ter detectado vida, a missão foi considerada um sucesso pois mapeamos a superfície e coletamos todos os dados para uma incursão futura para exploração dos oceanos. Esta missão está em estágios finais de preparação, inclusive o veículo que será usado para perfurar o gelo e explorar o oceano já está operacional. Porém ainda restam alguns anos de preparação porque é preciso encontrar uma forma segura de transportar e pousar esse veículo na superfície de Europa.
Theresa, que estava calada até então, decide intervir na conversa:
- Vocês estão perdendo o foco, o importante aqui é que estamos diante de um organismo único, com poder infeccioso nunca visto antes e de origem extraterrestre. Estamos vivenciando uma das maiores descobertas da ciência e fazendo história. Imaginem o que isso significará para nossas carreiras!
Sibelle franze a testa e retruca:
- Com todo o respeito, Dra. Masterson, mas apesar de ser uma astrobiologista e ter trabalhado a minha vida inteira em busca de uma descoberta como essa, diante das atuais circunstâncias acredito que a nossa maior preocupação deve ser com a saúde dos infectados e com a contenção desse organismo. Certo, Burke?
O coronel gasta um tempo maior do que o esperado para responder e sua voz soa um pouco vacilante:
- Sim… claro…
Outros segundos se passam antes que ele prossiga se dirigindo a Sibelle:
- Não se preocupe com essa questão dos infectados e com a quarentena, pois eu e a Dra. Theresa iremos cuidar disso, mas também precisamos buscar uma cura. Você é a especialista em vida extraterrestre, qual a sua opinião?
Sibelle caminha mais um pouco para fazer o sangue circular e pensa por alguns segundos. Depois, ela diz:
- Como a Dra. Masterson disse, estamos diante de algo completamente novo e precisamos estudar melhor a estrutura desse organismo e seu comportamento. Ainda que existam semelhanças com os micro-organismos terrestres, muito provavelmente sua composição de DNA deve ser diferente, o que dificulta ainda mais a procura por uma cura. Pensando com o que temos agora, a melhor forma seria explorarmos seu habitat, pois se existirem outros organismos em Europa, talvez eles já sejam imunes a esta infecção...
Theresa interrompe Sibelle para mais uma de suas intervenções nefastas:
- Ou isso ou então qualquer vida que lá existia foi exterminada por esse devorador de ossos, o que seria um prognóstico bem ruim para nosso planeta.
O silêncio retorna ao laboratório e Sibelle baixa a cabeça. Após alguns segundos, ela fala:
- Pode ser, mas de qualquer forma esta resposta é fundamental e só iremos consegui-la nos oceanos de Europa.
Burke retorna à conversa:
- Mas ainda que as prioridades da NASA mudem diante desta situação, você disse que restariam alguns anos até essa missão seja possível, portanto precisamos descartar essa solução…
Sibelle respira fundo e apoia as duas mãos em uma bancada, abaixando novamente a cabeça para refletir. De repente, ela se lembra de algo que pode ajudar e se ergue rapidamente para falar com um tom quase eufórico:
- Espere, acabei de me lembrar que meu marido está participando de um projeto na NASA para um novo sistema de propulsão revolucionário que irá diminuir bastante o tempo de viagem espacial. Eles estão em fases finais de testes e pelo que sei irão fazer a missão inaugural para Marte em pouco tempo. Podemos entrar em contato com eles e ver se não seria possível mudar o itinerário e usar esse veículo para levar a sonda até Europa.
Burke balança afirmativamente a cabeça e diz:
- Ótimo Dra. Sibelle, muito bem pensado, vamos fazer isso então. Irei entrar em contato direto com a Casa Branca para eles marcarem essa reunião com urgência. Enquanto isso, continue suas análises do organismo e tente descobrir algo que possa nos ajudar.
Depois, ele se vira para Theresa e diz:
- E você, Dra. Masterson, siga com os planos de quarentena na base e providencie com urgência os exames para identificarmos quais membros da equipe foram infectados.
Theresa responde:
- Claro coronel, irei providenciar isso imediatamente.
Burke se retira apressadamente do laboratório para fazer os preparativos da reunião com a NASA. Theresa ainda dá uma olhada para Sibelle e para o meteorito e sente um pouco de inveja porque gostaria de liderar o estudo do recém descoberto alienígena. Porém, ela sabe que outras oportunidades irão surgir e no momento ela prefere estudar o poder destrutivo do organismo. Ela então se retira sem falar nada e segue para sua tenda de análises.
Sibelle fica sozinha no laboratório e se senta novamente na frente do computador, olhando para o resultado da análise da amostra que ainda está na tela. Ela sente uma ponta de esperança e felicidade ao lembrar de Mark e de seu projeto que acabaram de se transformar na melhor chance para o combate ao implacável devorador de ossos vindo do espaço.
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