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Eu faria assim: Filme de ficção científica - O Devorador de Ossos - Capítulo 4 - Parte 3

Mark conhece seu companheiro de missão e precisa colocar o orgulho de lado em nome da realização de seus sonhos
                                                                                   
Após algumas horas de sono, Mark já está de volta à base cedo de manhã para continuar os preparativos da missão Explorer. Vestido com seu uniforme e carregando o capacete na mão, ele passa calado por seus colegas, que também já estão trabalhando, enquanto caminha em direção ao simulador.  Ele primeiro se dirige à cabine de comando e abre a porta, mas para sua surpresa, apesar dos computadores estarem ligados, ninguém da equipe está presente. Mark respira fundo e balança a cabeça negativamente enquanto deixa a sala e caminha até o cockpit do simulador. Ele imagina que a equipe deva estar muito cansada depois do dia anterior, mas isso não diminui sua indignação. Ao chegar no simulador, ele sobe a escada e abre a porta. Diferentemente da sala de comando, o simulador não está vazio: Peter está sentado e mexendo nos comandos do cockpit. Ao ver Mark e sua cara de espanto, ele sorri e diz:
- Bom dia, meu caro. Conseguiu descansar um pouco?
Mark segue desconfiado e fecha a cara antes de responder:
- Sim, mas se eu soubesse que ninguém estaria aqui a esta hora eu provavelmente teria dormido um pouco mais.
Peter dá uma gargalhada e segue falando para seu colega rabugento:
- Precisamos cuidar desse seu humor, Mark. Pois é, eu fiquei sabendo que depois de mais de doze horas de simulações você conseguiu fazer o acoplamento manual. O chefe da equipe me mandou uma mensagem e disse que todos estavam exaustos, por isso decidi dar um descanso para eles.
As palavras de Peter não melhoram o humor de Mark, muito pelo contrário:
- Como assim? Eu só consegui uma vez com um pouco de sorte e preciso tentar repetir para dominar a manobra. E quanto aos nossos prazos apertados, como ficam se perdermos o dia de hoje?
Porém, Peter segue tranquilo e tenta acalmar Mark:
- Calma, quem disse que vamos perder o dia de hoje? Na verdade eu preparei uma pequena surpresa para você.
Depois de falar isso, Peter se levanta da cadeira de piloto e faz um sinal para Mark se sentar no seu lugar. Assim que o desconfiado Mark aceita, ele continua a falar:
- Eu pedi para nossa equipe de sistemas conectar a inteligência artificial ao simulador. Ela já possui todas as rotinas de comando da Interceptor em seu algoritmo, inclusive a sequência de acoplamento automático. Desta forma, você pode ver como ele faz e tentar ajustar suas manobras para aperfeiçoar o acoplamento manual.
Mark finalmente dá uma risada, mas ela vem em tom de deboche. Em seguida, ele diz:
- Quer dizer que você está me pedindo para aprender com a máquina? Não deveria ser o contrário? Você não confia mais em mim?
Peter coloca a mão no ombro de Mark e diz:
- Não tome isso como uma ofensa, mas todo mundo já percebeu que você está sob grande stress e que isso está te afetando. Eu sei que também existem questões pessoais envolvidas, mas se isso não pode impactar nosso projeto. Como chefe do programa Explorer, eu preciso garantir que nossos objetivos coletivos estejam acima de qualquer indivíduo, até mesmo de você, Mark.
Mark fica sério e recebe as palavras de Peter com um certo choque. Após alguns segundos, ele fala:
- Isso foi uma ameaça? Por acaso você está pensando em me tirar da missão depois de tudo que fiz pelo programa?
Peter faz uma careta e balança a cabeça antes de responder:
- Muito pelo contrário, estou tentando te ajudar a impedir que isso chegue sequer a ser cogitado. Peço apenas que você tenha uma atitude mais receptiva e positiva. Posso contar com sua colaboração?
Depois uma breve reflexão de cabeça baixa, Mark respira fundo e diz:
- Claro chefe. E como fazemos para interagir com essa inteligência artificial?
Peter fica feliz com a resposta de Mark e fala:
- Ótimo, nós já instalamos a interface de voz dele, então basta você fala o nome dele e em seguida o comando desejado. Veja só: M.A.I.C., checar sistemas do simulador e preparar nova execução da sequência de acoplamento.
Poucos segundos se passam a resposta vem em forma de uma voz extremamente conhecida:
- Sistemas checados e simulação pronta para ser executada, Peter.
Mark dá uma gargalhada alta e fala:
- Vocês colocaram a voz do Carl Sagan no computador?
Peter também dá uma risada e diz:
- O chefe da equipe de sistemas sugeriu, a diretoria da Nasa comprou a ideia e pediu autorização para a família dele. Eles gostaram da homenagem, principalmente porque de certa forma será uma maneira de realizar o sonho dele de explorar o universo.
Mark balança afirmativamente a cabeça e diz:
- Ok, entendi. Por mim tudo bem, vai ser uma honra compartilhar a viagem com ele. Só espero que a inteligência do computador seja digna do legado de Sagan.
Peter responde:
- Vá, experimente. Pergunte alguma coisa para ele.
Mark pensa por alguns segundos e, depois de uma leve tossida para limpar a garganta, diz meio sem jeito:
- Olá M.A.I.C., como você está?
A resposta é imediata:
- Olá Mark, eu estou bem. Meus sensores indicam um elevado nível de stress em seu corpo, você deseja que eu notifique a equipe médica?
Mark faz uma cara de espanto e retruca:
- Não M.A.I.C., eu estou bem, obrigado pelo preocupação.
Depois, ele olha para Peter e sussurra:
- Que computador mais intrometido. Estou com um mau pressentimento disso...
Peter sorri e fala para Mark:
- Calma, lembre-se do que conversamos, dê uma chance a ele.
Depois de um aceno positivo tímido de Mark com a cabeça, ele continua:
- Agora que vocês já foram devidamente apresentados, vou deixá-los trabalhar. Basta pedir para ele rodar as simulações que ele fará o papel do resto da equipe da cabine de comando. Qualquer problema nos avise. Boa sorte.
Peter então se retira do simulador e fecha a porta. Mark dá uma olhada desconfiada pelo cockpit tentando imaginar onde estão os sensores do computador, se sentindo vigiado e desconfortável com a situação. Porém, ele se lembra das palavras de Peter que, apesar de duras, retratam a realidade. Mark entende que o projeto Explorer está acima dele e que ele pode ser substituído caso se torne um risco para o sucesso da missão. Ele sabe que, apesar da preocupação com Sibelle, não pode perder o foco e precisa ser mais cooperativo com a equipe. Sendo assim, ele respira fundo, coloca o capacete e fala em tom sério:
- Ok M.A.I.C., vamos iniciar a simulação.

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