Eu faria assim: Filme de ficção científica - O Devorador de Ossos - Capítulo 3 - Parte 3
Uma reunião na Nasa irá definir o futuro do programa Explorer |
Em uma sala de reuniões na sede da Nasa, Mark está sentado imóvel e aguardando a chegada dos demais participantes deste encontro que deve decidir o futuro do programa Explorer. O silêncio é tamanho que por pouco não se pode ouvir os pensamentos de Mark que inundam sua mente e se dirigem a Sibelle numa mistura de saudade e preocupação. Porém, as divagações de Mark são interrompidas pelo barulho da porta que se abre e revela a chegada de Peter e de outras duas pessoas. Eles entram e se aproximam de Mark, que agora está de pé com as mãos unidas atrás de seu corpo. Peter estende a mão direita para Mark e recebe o cumprimento acompanhado de um leve sorriso. Depois, Peter aponta para um os outros participantes e diz:
- Mark, este senhor aqui é ninguém menos que o diretor da Nasa, Clint Harris, e ao seu lado está Patrick Hart, o encarregado do projeto Olympus de colonização de Marte. Eles já ouviram falar bastante do seu trabalho no desenvolvimento do EM-Drive.
Mark também aperta a mão dos dois recém apresentados e tenta disfarçar seu nervosismo por estar diante de figuras tão importantes que têm o poder de decidir o destino de seu projeto e, consequentemente, de sua carreira na Nasa. Peter sinaliza para todos se sentarem e, depois que estão acomodados na mesa, ele começa a falar:
- Bom, como todos sabem, esta reunião foi convocada para tentarmos fechar uma decisão sobre o prazo e o objetivo da missão inaugural para o projeto Explorer. Apenas para colocar a situação atual, os reparos na Interceptor foram concluídos e acreditamos que o defeito foi sanado definitivamente. Mais um vôo de teste será o suficiente para finalizarmos as preparações. Minha equipe de analistas fez todos os cálculos e projeções e acreditamos que tanto a Interceptor quanto a Pioneer estarão completamente prontas para utilização em menos de cinco semanas. Nosso planejamento inicial foi sempre pensando na primeira viagem sendo para Marte, principalmente considerando o estágio avançado do programa Olympus de colonização do planeta. Resta agora saber se vamos mesmo seguir com esta ideia.
Peter olha para Clint que, percebendo a deixa, dá uma leve tossida para limpar a garganta e depois começa a falar:
- Ótimo Peter, estamos muito empolgados com os resultados do programa Explorer e ansiosos para sua missão inaugural. A oportunidade de termos um veículo completamente reutilizável e com velocidade bem superior ao que estamos habituados sempre foi um sonho da Nasa desde que assumi sua direção e por isso que concentramos tantos esforços e investimentos para finalmente tornarmos isso possível. Sua equipe, com destaque para você, Mark, está de parabéns. No entanto, como todos já sabem, meu lema sempre é a segurança dos meus astronautas em primeiro lugar. Acho muito arriscado enviarmos uma tripulação já na missão de estreia da tecnologia EM-Drive. O que você acha, Patrick?
Patrick se ajeita na cadeira, junta as mão e responde:
- Devo dizer que, como Peter falou, o programa Olympus está bem avançado e temos muito interesse em uma missão para Marte para podermos enviar suprimentos e astronautas, principalmente se o tempo de viagem for mesmo tão curto quanto o que se está falando para essa nova tecnologia. Porém, concordo com Clint no quesito de segurança e não me sentiria à vontade de mandar meus astronautas na primeira missão. Além disso, mesmo que quiséssemos enviar astronautas, precisaríamos de bem mais do que cinco semanas para realizar todo planejamento e treinamento Será que não seria possível fazermos uma missão de teste completamente automatizada para levarmos apenas suprimentos a Marte? Eu fiquei sabendo que vocês já instalaram a nova inteligência artificial na Pioneer e acredito que ela seria capaz de realizar as tarefas da missão.
Peter não demora muito a se manifestar depois das palavras de Patrick:
- O problema é que nem todas as funções foram automatizadas e, mesmo que estivessem, precisaríamos de muito tempo para programar a inteligência artificial com as peculiaridades existentes, principalmente no que diz respeito ao controle de vôo da Interceptor. Atualmente precisamos pelo menos de um piloto para realizar uma missão inaugural. Se vocês acham mais sensato não arriscar astronautas na primeira missão, precisaremos adiar indefinidamente e voltar para as pranchetas.
Um silêncio avassalador toma conta da sala enquanto os presentes ruminam tudo o que foi dito. Mark sente que sua chance está ficando cada vez menor e decide agir, mesmo que impulsivamente, antes que seja tarde demais:
- Senhores, eu entendo a preocupação de todos e respeito a opinião de vocês, mas, depois de experimentar em primeira mão todo o potencial dessa nova tecnologia, sinto que estaríamos desperdiçando uma excelente oportunidade se adiarmos a estreia do programa. Sendo assim, tenho uma proposta a fazer. Eu me voluntario para ir sozinho na missão inaugural para Marte e levar todos os suprimentos que forem possíveis para a colônia Olympus. Desta forma, teremos o melhor dos dois mundos: não arriscaremos as vidas de outros astronautas e aproveitaremos o deslocamento para levar o quanto antes os suprimentos que são extremamente necessários para a missão em Marte. Se tudo sair como o planejado, poderemos usar as próximas missões da forma que acharem melhor.
Depois de alguns segundos de surpresa com as palavras inesperadas e corajosas de Mark, Peter é o primeiro a se manifestar:
- Fico muito feliz com a sua disposição, Mark, e sou testemunha de sua dedicação e entrega com o programa Explorer desde o princípio. Posso garantir que não há ninguém mais adequado para assumir este posto na missão inaugural, seja pela capacidade técnica ou pelo conhecimento dos sistemas das naves. O que vocês acham, Clint e Patrick?
Patrick fala antes que Clint pudesse pegar a palavra:
- Se vocês acham viável se seguro, como disse antes, ficarei feliz em poder enviar equipamentos e suprimentos para Marte. Isso será de grande ajuda para o programa Olympus.
Em seguida, Clint também fala:
- Confesso que ainda me sinto um tanto quanto temeroso em enviar um dos nossos melhores pilotos nessa missão inaugural, mas se você está se candidatando com tanta confiança, Mark, seria tolice minha não aceitar. Ainda assim, você não acharia melhor pensar um pouco e consultar sua família antes?
Mark respira fundo e, após desviar o olhar por alguns instantes, fita Clint nos olhos e responde:
- Isso não será necessário, diretor. No momento, esta missão é a coisa mais importante para mim e a culminação de muitos anos de trabalho. Estou pronto para assumir essa responsabilidade e aceitar os riscos associados a essa minha decisão.
Clint faz um sinal afirmativo com sua cabeça e fala olhando para Peter:
- Ótimo. Neste caso, você pode prosseguir com os arranjos já iniciados para a missão com destino a Marte, Peter. Trabalhe em conjunto com Patrick para planejar e priorizar os suprimentos que serão levados à colônia Olympus. Acredito que já encerramos o assunto desta reunião e, se me dão licença, preciso resolver outras questões administrativas. Bom trabalho e parabéns a todos.
Peter responde afirmativamente a Clint e todos se levantam para aguardar sua saída da sala de reunião. Assim que ele se retira, Patrick se dirige a Peter e fala:
- Manteremos contato, Peter. Muito obrigado pelo seu esforço.
Ele estende a mão e recebe o cumprimento de Peter. Depois, Patrick se aproxima de Mark, coloca a mão em seu ombro direito e diz:
- E quanto a você, confesso que fiquei surpresa com sua disposição e estou muito feliz com sua coragem. Esta contribuição ao programa Olympus será fundamental para o nosso sucesso e nunca esquecerei este momento. Obrigado.
Depois, ele quebra um pouco o protocolo e dá um abraço em Mark que fica surpreso e só consegue responder com um sorriso. Após isso, Patrick se retira da sala, deixando Peter e Mark sozinhos. A primeira reação de Mark é se jogar para trás em sua cadeira, desabotoar seu terno e respirar fundo enquanto coloca as mãos sobre a cabeça. Ele ainda não consegue acreditar no que aconteceu e a adrenalina corre em suas veias, aumentando seu batimento e o fazendo suar frio. Peter se aproxima de Mark e fala com um tom eufórico:
- Conseguimos, Mark! Finalmente vamos transformar nosso sonho em realidade! Por um momento eu pensei que teríamos que adiar, mas daí veio outra vez o “mago” Mark para o resgate e salvou nossa missão. A parte burocrática mais difícil já ficou para trás, agora é só finalizarmos os últimos preparativos. Parabéns!
Mark sorri para Peter e fala ainda emocionado:
- Eu nem sei explicar o que passou pela minha cabeça mas senti que se não fizesse isso eu perderia a chance de pilotar a missão. A verdade é que tenho total confiança na nossa equipe e naquilo que construímos e ficaria muito triste se tivéssemos que adiar a realização desse sonho.
Peter retribui o sorriso e fala:
- O que importa é que conseguimos e pode ter certeza que agora faremos aquela festa que planejamos para comemorar, tudo por minha conta! Por falar nisso, preciso ir correndo contar para toda a equipe, você vem comigo?
Mark espera alguns segundos e depois responde:
- Infelizmente não, Peter. Fui informado hoje mais cedo por uma mensageiro que devo receber em breve uma ligação em casa de Sibelle e vou para lá aguardar o telefone tocar. Mande minhas felicitações para todo o time e assim que puder me junto a vocês.
Peter faz um sinal positivo e diz:
- Ok, pode deixar. E quando você tiver notícias da Sibelle não se esqueça de me avisar.
Depois, ele levanta se sai apressadamente da sala, deixando Mark sozinho da mesma forma que o encontrou na sala. Porém, agora ele está muito mais eufórico e sua mente é tomada com a imagem dele na viagem inaugural em direção ao planeta vermelho. Ele mal consegue esperar para poder contar a Sibelle apesar de nem imaginar a reação que ela terá diante de uma notícia tão inesperada.
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