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Fica a Dica:3000 dias no bunker(o livro e talvez o filme)

"It's the economy, stupid". O que essa frase tem haver com essa obra e o filme? Descubra abaixo



Hoje em dia, com sorte, se você receber parte do troco em moedas, você pode receber uma moedinha de 50 centavos ou 10 centavos de 1994. Se você perceber, está olhando para algo que, além da conclusão lógica de ter quase 22 anos, pode não perceber que era algo inimaginável no Brasil dos anos 70/80/90. Motivo: a inflação. 

Durante vários anos, presidentes e moedas depois , a inflação no Brasil determinava a influência do desemprego, fome e vulnerabilidade do país com crises externas. E comparamos ainda hoje o brasileiro com outro povo de economia estável, de cara a característica mais destacada é o imediatismo que parte pode ser responsabilizado pelo período inflacionário. Compre, gaste e consuma enquanto você pode, já que seu dinheiro não vai valer mais nada em breve.


20 anos depois do inicio do plano real, houve um projeto para fazer um filme que pudesse mostrar os bastidores de várias tentativas e erros ao longo de décadas até chegar a um projeto econômico que pudesse domar a inflação, houvesse estabilidade vista na era FFHH e viabilizasse a expansão economia (se foi sustentável ou não fica a cargo do eleitor) do governo Lula. Teve até um projeto de financiamento colaborativo que pode ser visto aqui . Provavelmente o filme deve estrear daqui a poucos meses, ainda em 2016.

O livro de Gustavo Fiuza entra nas aventuras(termo bem preciso) econômicas enfrentadas pelo país desde de 1985 onde o país entrava na fase democrática totalmente falido. O quadro era tão feio que havia uma pergunta muito simples que o país não sabia responder: quanto de fato ele devia. Era a pergunta mais básica e importante que o FMI fazia para o país e ele não tinha ideia de quanto como ou quando ele poderia responder. A falta de uma conta única, esquemas de corrupção, falta de planejamento básico contável, e sucessivos erros macroeconômicos faziam que a contabilidade pública sempre fosse obra de ficção e desastre real. Ah, e um pequeno spoiler: foi da necessidade de saber quanto devíamos que nasceu o sistema SIAFI. E parece que a primeira versão rodou em um computador contrabandeado pelo próprio governo. :)))

Claro que também economia e política macroeconomia estão intimamente interligadas. A frase "It's the economy, stupid", ou "É a economia, idiota", frase cunhada em 1992 por James Carville, cabeça-chave da campanha de Bill Clinton , explica a incrível mudança de opinião da população sobre a atuação do então presidente Bush no cargo de 90% aprovação para 64% de reprovação.

O interessante da obra, que pode ou não ser bem retratada no filme, é que o caminho foi bem turbulento e com alguns erros. O núcleo que ia ser dirigido por Gustavo Franco e Pedro Malan que teve influências desde dos mal fadados planos Cruzado tentava compilar as melhoras ideias para tentar fazer parar o câncer econômico que era a inflação, cometendo alguns erros de cálculo, como pode exemplo, a cotação fixa do dólar, erro também cometido pela Argentina e com graves consequências para o vizinho(aqui, depois de sucessivos ataques especulativos, se chegou a conclusão antes de que uma faixa cambial seria mais realista). E também vale na obra a reflexão sobre a curiosa relação de justiça social vs pacotes econômicos, assim como a capitalização eleitoral dos sucessos e fracassos.


Há alguns probleminhas possíveis para o filme como o baixo orçamento, uma romantização excessiva (ok, talvez a tecnicidade em um filme, tal qual o "A Grande Aposta", não seja lá muito palatar), foco demasiado na figura de FHC ou em personagens fictícios. Ou seja, o custo da romantização. Ou o fato de ser um filme da Globo Filmes. Tudo isso é o custo de trazer uma história tão importante de um passado para alguns tão distante principalmente para evitarmos a repetição de erros tão caros à nossa nação. Vale muito a pena ler o livro e observar o filme. 




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