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Filme da vez: Caçadores de Emoção - Além do Limite (2015)

O que realmente foi "Além do Limite"? A ganância e a falta de criatividade em Hollywood...

Nota imdb: 5,3 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Point Break
Ano de Lançamento: 2015
Diretor: Ericson Core
Estrelas:  Edgar Ramirez, Luke Bracey, Ray Winstone
Sinopse: Um jovem agente do FBI (Luke Bracey) tem como missão se infiltrar em meio a atletas de esportes radicais, suspeitos de cometerem uma série de roubos nunca vistos até então. Não demora muito para que ele se aproxime de Bodhi (Édgar Ramirez), o líder do grupo, e conquiste sua confiança.

A realização de que você está ficando velho não vem só com os cabelos brancos, rugas e dores nas articulações, mas também ao ver os filmes de sua infância serem refeitos. E o pior de tudo é que, em muitos casos, são filmes que até hoje são considerados clássicos e reverenciados por seus fãs. Depois de ver o Robocop original ser refilmado, chegou a vez de um dos meus filmes de ação favoritos: 'Caçadores de Emoção'. Com tudo isso, a expectativa era a mais baixa possível e, para minha surpresa, o filme conseguiu ser ainda pior do que imaginava.

A história segue mais ou menos o esqueleto do filme de 1991 em que um agente novato do F.B.I. é designado para se infiltrar em uma gangue que está realizando assaltos. Enquanto no original esse grupo era composto por surfistas, neste é formado por "atletas de esportes extremos". Ao tentar atualizar a trama e aumentar os riscos, o roteiro se transformou num show de façanhas mirabolantes, mal justificadas e fantasiosas dignas dos chutes mais inspirados da série "Velozes e Furiosos". Isso acaba roubando tempo que deveria ter sido gasto para desenvolver personagens e fazer com que se importemos com eles. Ao contrário da trama mais contida e crível de um grupo de surfistas drogados roubando bancos para financiar suas viagens e festas, temos um circo de malabarismos com um "fundo filosófico" tão vazio quanto os personagens do longa.

No fronte dos atores, ainda que haja muito esforço dos protagonistas Edgar Ramirez como Bodhi e Luke Bracey como Johnny Utah, falta a eles o poder e a química da dupla Keanu Reeves e Patrick Swayze. Edgar Ramirez mostra algum talento mas é puxado para baixo pelo péssimo roteiro e por um Bodhi muito mais plano que o original. Já Luke Bracey falha em quase todos os frontes e, ainda que seu talento dramático seja parecido com o de Keanu, seu carisma perde de lavada. O resto está ali apenas para compor número, até mesmo o parceiro de Utah e a mulher que serve como seu interesse romântico, ambos totalmente diminuídos e contribuindo para a falta de envolvimento e de motivações do filme.

As cenas de ação, como já mencionadas anteriormente, são muito mais megalomaníacas que no original, mas isso por si só não significa que elas são melhores e acaba subtraindo do resultado. A perseguição "à pé" do original entre Utah e Bodhi, para mim a melhor do cinema, não foi replicada. Já as outras coisas que foram trazidas do original soaram forçadas e mais uma vez injustificadas.

Hoje em dia está na moda dizer que os filmes precisam ser refeitos para refletir melhor os tempos atuais e a nova geração de espectadores. Para mim isto é uma besteira. Muitos filmes antigos, ao serem vistos hoje, ainda conseguem entreter e até se manterem atuais. Ao meu ver, este é o caso com o 'Caçadores de Emoção' original. Se este seu "remake" é um sinal dos tempos atuais, eu prefiro entrar no meu DeLorean e voltar para uma época mais leve e criativa do cinema onde os gananciosos de Hollywood ainda não haviam ido "Além do Limite".

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