Eu faria assim: Filme de ficção científica - O Devorador de Ossos - Capítulo 2 - Parte 2
Paciente zero |
A perplexidade está estampada nos rostos de Mindy e John e ambos permanecem calados. Mindy começa a andar de um lado para o outro do laboratório sem tirar os olhos da amostra que está sobre a mesa de análise enquanto amarra seus longos cabelos loiros. John está coçando sua barba sentado na cadeira e com os olhos fixos no monitor que focaliza a amostra. Ele assoa seu nariz com um lenço e depois retorna à contemplação do laboratório. O silêncio é então interrompido por Jeremy que fala à medida que se aproxima da porta da base:
- Pessoal, eu vou dar uma saída rápida para buscar umas ferramentas que ficaram no meu trenó.
John acorda de seu transe e responde depois de dar uma tossida forte:
- Ok Jeremy, mas não demore muito e cuidado com a tempestade.
Jeremy faz um sinal de continência com a mão para demonstrar que escutou John e depois abre a porta com dificuldade devido aos fortes ventos e a fecha logo depois de sair. Enquanto isso, Mindy está parada de braços cruzados diante da amostra e resolve falar:
- John, eu vou abrir a amostra e fazer uma análise mais minuciosa.
John franze a testa e agarra o microfone para falar:
- Calma Mindy, isso acabou de ficar muito mais complexo do que uma simples rocha que veio do espaço e não sabemos ainda com o que estamos lidando aqui. O correto é esperar a tempestade passar, consertar nossa antena e se comunicar com nossos superiores para pedir instruções de como proceder.
Mindy coloca a mão no rosto e respira fundo antes de responder:
- Eu sei, John, mas nós estamos diante de uma chance única de analisar água de outro planeta e quem sabe fazer uma descoberta que mudará tudo o que sabemos sobre a origem da vida. Você quer mesmo deixar de participar de algo tão grandioso?
John se levanta e caminha impacientemente pela sala de comando e depois de bagunçar seu cabelo com as mãos ele diz:
- Claro que eu gostaria de ter meu nome relacionado a essa descoberta Mindy, mas a verdade é que não sabemos ainda a origem dessa amostra e quais os riscos envolvidos. Como líder da nossa equipe, eu preciso colocar a segurança de todos em primeiro lugar.
Mindy resmunga mostrando muita irritação e olha para a câmera do laboratório para falar diretamente a John:
- Eu sei, chefe, mas como cientista eu simplesmente não consigo deixar uma oportunidade dessas passar e esperar talvez meses até que tenhamos uma resposta. O scanner 3d não é preciso o suficiente para analisar formas de vida microscópicas e só mesmo abrindo a amostra e examinando no microscópio será possível ter essa resposta que está me consumindo. Além disso, o que de pior pode acontecer? Me desculpe chefe, mas eu prefiro assumir os riscos…
Depois de falar isso, Mindy se vira para a amostra e a pega para abrir o receptáculo de vidro e retirar o gelo de dentro. O coração de John dispara e ele corre em direção ao monitor, segura o microfone e se prepara para gritar com Mindy. Mas, antes que ele possa fazer isso, um grito alto é escutado vindo dos alojamentos da base seguido da voz desesperada de Bob:
- Me ajudem, por favor!
Mindy leva um susto, recoloca a amostra sobre a mesa e diz:
- O que foi isso, John?
John olha para os monitores e vê a imagem de Bob se contorcendo de dor em sua cama. Depois, ele responde:
- É o Bob, ele acordou gritando e parece estar sentindo alguma coisa no alojamento.
Mindy nem pensa duas vezes e sai correndo em direção ao alojamento para saber o que está acontecendo. Porém, John começa a desconfiar de algo mais grave e grita para Mindy:
- Espere Mindy, não faça isso!
Ela sequer escuta as palavras de John que ecoam em vão pela base e continua em direção aos gritos de Bob. Ela chega no alojamento, abre a porta e encontra Bob gemendo de dor e segurando seu braço esquerdo que parece estar torto. John vê tudo pelo monitor e insiste:
- Saia já daí, Mindy!
Desta vez ela escuta o alerta de John, mas decide ignorá-lo ao ver a expressão de agonia no rosto de Bob. Ela se aproxima dele e fala:
- O que aconteceu, Bob? Você escorregou e quebrou o braço?
Bob ainda continua gemendo e gritando muito, mas consegue falar com um grande esforço:
- Não… eu dormi sobre meu braço…
Mindy e John ambos ficam espantados com a reposta de Bob porque seu braço esquerdo parece ter sido retorcido. Um frasco de analgésicos ao lado da cama denuncia que provavelmente ele estava dopado e não sentiu a dor até aquele momento. John se aproxima do microfone e fala com uma voz trêmula:
- O que você está sentido, Bob?
A resposta vem quase inteligível em meio as gemidos de dor:
- Meus ossos estão queimando, John…
Mindy começa a chorar e não sabe o que fazer enquanto coloca a mão sobre a cabeça do colega agonizante. John se deixa cair na cadeira da sala de comando e coloca as mãos sobre o rosto em sinal de desespero. Enquanto tenta pensar em alguma coisa, ele escuta um barulho na porta principal da base e se lembra de Jeremy que havia saído. Em um ato de reflexo, ele se joga sobre os comandos e aperta o botão para travar a porta e impedir que Jeremy entre na base e se exponha ao que possa ter causado o problema de Bob. Depois, ele escuta Jeremy forçando a trava e imagina o que deve estar passando em sua cabeça para entender o motivo de ter sido trancado do lado de fora no meio de uma tempestade. Em seguida, John olha mais uma vez para o monitor e vê Bob se contorcendo de dor enquanto Mindy está desesperada chorando sem saber como ajudá-lo. John respira fundo, apoia seus dois braços na mesa de comando, abaixa a cabeça e fecha os olhos em uma tentativa de recuperar a calma, pois ele sabe que precisa reagir rápido para tentar conter a enorme crise que se apresenta diante de seus olhos.
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