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Viajando na maionese:Apple Watch e você...Nada a ver?


O que o Apple Watch tem a nos dizer sobre a tecnologia de ponto hoje em dia e o acesso ao futuro


Cadê a entrada micro-SD? E tem entrada para cartão?

Em um excelente artigo de Janet Vertesi, intitulado “What Sci-Fi Got Wrong About the Apple Watch” na versão digital da Time de 11 de maio de 2015(mega recomendo a assinatura anual. Se não estou errado é 25 dólares na versão de assinatura do tipo Tablet) ela comenta o que deu errado entre a expectativa da ficção científica e o que vemos no mercado hoje em dia, principalmente com o lançamento do Apple Watch, o anteriormente chamado iWatch(que é um nome muito melhor).

Antes temos que fazer justiça: houve muitos outros fabricantes que fizeram grandes avanços na área de wearables, ou os chamados dispositivos inteligentes que vestimos(lembrando que em inglês até o perfurme você utiliza o verbo wear). Peable, Nike, Polar, Fitbit, e porque não, Samsung e LG, fizeram ótimas tentivas(ok, eu estou sendo bem positivista em alguns modelos). Mas a Apple faz sua fama justamente nisso: ela deixa a tecnologia chegar a certo ponto e…booooom! Ela dá um toque de genialidade e ganha o titulo de Estado da Arte. Só que não é bem isso que realmente acontece.

Grandes empresas como a Apple não apenas pulam de última hora e sentam na janela. Elas na verdade fazem suas versões que vão evoluindo e evoluindo. Foi assim com o iPad(que na verdade nasceu antes do iPhone, outro caso semelhante), o notebook(que até chegar à famosa família Mac estudou e acompanhou o Tandy(que Deus o tenha…em uma bancada forte, porque pesa pra burro esse PC de mesa em formado de mala)), entre outras coisas. Nada diferente do relógio inteligente recentemente lançado.

Em um momento brilhante, no Forza 4(um ótimo jogo de corrida do Xbox 360), Jeremy Clarkson(o mesmo que acabou provocando problemas que fizeram esse maravilhoso programa acabar. Ironicamente uma coerência com o personagem que ele vivia na série….e na vida real) fala sobre a maravilhosa Ferrari 458 Itália que foi necessário um esforço de pesquisa e ajuste que foram financiados por um produto anterior absurdamente caro e ousado, mas que ficou pior(sim, estamos falando da Ferrari California). Os chamados Early Adopters(a galera que corre para pegar o produto na primeira semana, na sua primeira versão/encarnação) também são os Beta Testers(as cobaias). Isso acontece com carros, programas e dispositivos eletrônicos. E o Apple Watch é bem isso aí.

Primeiro ele lembra absurdamente o iPhone lá do lançamento. As bordas naquele estilo deve ser algum tipo de homenagem. Outra coisa é a bateria que quase inviabiliza o projeto. Ele conta com uma versão que segundo a própria Apple dura 18 horas ou até 3 horas de conversa. Há outros testes como exercícios(6,5 horas)(sim, pelos reviews iniciais, ele supera o smartwatch da Samsung que chegou até a ter relatos de usuários perdendo o fluxo de sangue na mão para o correto funcionamento do sensor de batimentos cardíacos) e outros números podem ser visto aqui, mas ainda dá uma impressão de que ainda não estava pronto. Estava no quase lá. Outra dia é o uso do S1, uma nova família de processadores(eu particularmente ainda esperava uma versão A7 menor, mas não foi dessa vez), o que a rigor não está ruim. Nenhum grande fabricante conseguiu fazer o mesmo sistema operacional dos celulares rodarem no relógio sem uma grande penalidade de desempenho/bateria. É normal no mundo dos smartwatchs, só que você ainda mesmo assim espera o toque de genialidade.

Só que há coisas bem interessantes também. A primeira e que pouca gente percebeu é que a fabricação é nos EUA e não mais na Ásia. Isso mostra que a Apple vem apostando pesado em automação de produção em sua própria casa, permitindo uma melhor proteção dos segredos industriais até o último momento, reduzir os custos de produção(já que o trabalhador chinês anda ficando cada vez mais caro e as condições de trabalho cada vez mais públicas) e controlar(a palavra favorita de Steve Jobs) a qualidade do produto, necessidade para uma empresa que quer se diferenciar das concorrentes.

Outra coisa é que ela seguiu um caminho novo, o que me deixa bem preocupado. Ela optou por lançar um produto que é mais comparado com um produto de luxo(com variações de aparência que fazem os preços serem extremamente dispares, como o Watch Sport de 38 mm de 349 dólares até os banhados a ouro de 17000 dólares da Watch Edition. E voltamos a destacar, o produto tem exatamente as mesmas funcionalidades das versões mais baratas. Isso leva ao que Janet chamou de “Conspicuous consumption” que segundo ela é a ideia da influencia na compra não da necessidade, mas a posse do bem como parte de como gerenciamos nossa identidade. Resumindo, o famoso caso da compra para ostentação).

E gente, isso não é nenhuma novidade para Apple. Só que antes havia também o caminho iPod. Ele era caro, mas proporcionava uma especificação técnica/funcionalidade que os outros tentavam acompanhar e fracassavam miseravelmente(sim, estou falando com você Zune!). Essa superioridade foi sendo deixada de lado para o lado mais design, cool, o que é bem vindo sem sombra de dúvida. É parte essencial do que é a Apple. Só que não é só isso. Ela realmente fazia as coisas diferentes. Ela realmente pensava diferente. Ela permitia modificações, ainda que mínimas(é só ver a famosa história dos aplicativos feitos por usuários. Steve inicialmente foi radicalmente contra. Apenas depois de alguns meses que ele foi convencido de que iria ser parte essencial do sucesso do produto). Ela também, obviamente, quer forçar que aqueles que saíram do mundo Apple voltem para poder aproveitar a integração com seu novo dispositivos. É uma natural radicalização entre as pessoas Apple e Android. Porém a pergunta que não quer calar é: até que ponto a distância de inovação e qualidade dos que pagam barato e os caríssimos produtos vai continuar aumentando? Ou como Janet fala, “eu tenho condições de viver no futuro: e você?”

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